Nem todas as abelhas possuem ferrão, mas, as que têm precisam ser evitadas, ou manuseadas com cuidado. A dor de uma picada de abelha é bem intensa, porém, o pior é que, às vezes, um ataque se dá com muitas abelhas, e não apenas uma. Em alguns casos, a pessoa atacada por várias abelhas pode ter uma reação alérgica ou uma parada cardíaca, e morrer.
Ou seja, é ótimo saber quais tipos de abelhas que realmente possuem ferrão, não é verdade? Por isso, a seguir, vamos mostrar quais os tipos mais comuns de abelhas que possuem esse instrumento de defesa tão característico.
Abelha Europeia (Apis mellifera)
Também chamada de abelha melífera ocidental, a abelha europeia é uma das espécies mais populares do mundo, tendo sido classificada pela primeira vez em 1758, pelo botânico e zoólogo Carolus Linnaeus. Hoje em dia, já conhecemos 20 espécies dessa abelha, que é nativa de três continentes: Europa, Ásia e África. Com o tempo, espalhou-se pelo mundo todo, menos na Antártida.
Essa é uma das espécies que mais desperta interesse econômico em determinados setores, pois a sua polinização é responsável por boa parte da produção global de alimentos, além de produzir materiais que servem tanto para alimento, quanto pra remédios, como mel, pólen, cera, geleia real e própolis.
O grande problema é o uso de pesticidas, como, por exemplo, polissulfeto de cálcio. São produtos que afetam negativamente esses insetos, podendo ocasionar a morte de milhares deles de uma única vez. Não é à toa que se tem falado tanto em agricultura orgânica e o uso de pesticidas não prejudiciais nos últimos tempos.
Abelha Asiática (Apis cerana)
A abelha asiática é bem similar à europeia, apesar de ser um pouco menor. Ela é originária da Ásia, e habita em países como China, Índia, Japão e Malásia. Contudo, com o passar do tempo, ela também foi introduzida em Papua-Nova Guiné, Austrália e nas Ilhas Salomão.
Foi comprovado que a presença dessa espécie diminuiu bastante com o passar dos anos, em especial, em países como Afeganistão, Butão, China, Índia, Japão e Coreia do Sul. A sua produção também está em declínio, principalmente por conta da conversão de florestas em plantações de seringueiras e óleo de palma nessas regiões.
Isso sem contar que esse tipo de abelha também foi afetado pela introdução da Apis mellifera pelos apicultores do Sudeste Asiático. Afinal, esta oferece uma maior produtividade.
Abelha Gigante (Apis dorsata)
Também conhecida como abelha gigante asiática, esse inseto, até mesmo pelo nome, destaca-se pelo seu tamanho em comparação a outras abelhas. Ela varia entre 17 e 20 mm, e vive em regiões tropicais e subtropicais, em especial, no Sudoeste Asiático, na Indonésia e na Austrália. É um tipo de abelha que faz ninhos exóticos em galhos de árvores, e que estão sempre localizados próximos às suas fontes de alimentos.
Já foram observados, inclusive, comportamentos agressivos dessa espécie, especificamente, em períodos de migração para novos ninhos, principalmente entre indivíduos inspecionando a mesma área para a construção dos seus ninhos. Em geral, a disputa é violenta, causando a morte das abelhas envolvidas.
Abelha Africana (Apis mellifera scutellata)
Essa espécie possui quatro características bem distintas: é agressiva, polinizadora, enxameadora e migratória (não necessariamente nessa ordem). Curioso notar que ela foi introduzida no Brasil para pesquisas científicas, na região de Rio Claro, em São Paulo. Só que, ao escapar do cativeiro, acabou cruzando com espécies existentes no lugar, e uma nova espécie híbrida nasceu: a abelha africanizada.
A abelha africana é um tipo que possui um ciclo de desenvolvimento precoce, que não chega a 19 dias. Isso faz com que, em comparação a outras espécies, ela tenha vantagem na produção, e seja mais tolerante a certos parasitas, como o ácaro do gênero Varroa. Além disso, essa abelha possui uma visão mais aguçada, e uma resposta mais rápida e eficaz ao feromônio de alarme.
Bom ressaltar também que os ataques das abelhas africanas são, em geral, em massa, sucessivos e persistentes, o que pode, inclusive, estimular a agressividade das abelhas operárias de colmeias próximas.
Abelhas Africanizadas (Africana + Europeia)
Essas abelhas são resultado de cruzamentos entre a abelha africana, a Apis mellifera scutellata (anteriormente classificada como Apis mellifera adansonii), e as raças europeias. Contudo, nas abelhas africanizadas, o que predomina mesmo é a morfologia das africanas, possuindo, inclusive, um comportamento muito parecido com estas, apesar de menos agressivas.
Possui grande facilidade de enxamear, além de possuir uma alta produtividade, ter tolerância a vários tipos de doenças e se adaptar a climas mais frios. Mesmo em temperaturas muito baixas, as operárias continuam a trabalhar. Não à toa, muitos apicultores preferem a abelha africanizada a outras espécies devido a essas características.
São abelhas muito indicadas para a produção de mel e de própolis, já que são altamente propolizadoras, mesmo que as melhores produtoras de própolis continuem sendo as abelhas caucasianas.
Abelha Caucasiana (Apis mellifera caucasica)
Considerada mansa e bastante produtiva, a abelha caucasiana, a abelha caucasiana é originária do sul da Rússia. Enxameia com bastante facilidade e produz muito própolis, mas é muito sensível ao parasita Nosema Apis. Durante a primavera, desacelera a sua produção. Além do ferrão que usa como objeto de defesa, essa abelha ainda pode depositar em suas vítimas uma gosma bem pegajosa, feita de própolis, que acaba funcionando como uma espécie de papel de mosca.
Trata-se de uma grande produtora de mel, assim como a abelha italiana, que é a sua “irmã europeia”.
Abelha Italiana (Apis mellifera ligustica)
Esta aqui é uma variação da abelha europeia, sendo conhecida também como abelha amarela. Possui baixa agressividade, e uma alta produtividade, o que faz dela muito popular no mundo, sendo uma das preferidas entre os apicultores.
O problema é que essa espécie possui um senso de orientação bem fraco, e, frequentemente, entra em colmeias erradas, e acaba furtando o mel de outras abelhas.
Gostou das informações? E claro, não é preciso nem recomendar que se tenha cuidado com essas abelhas, não é mesmo? Apesar de algumas serem menos agressivas do que outras, apenas uma única picada delas é bastante dolorosa, algo que, obviamente, você não vai querer sentir.