Fauna e flora são termos que utilizamos para descrever tanto a vegetação quanto o conjunto de animais existentes em determinado local. Quando pensamos no território brasileiro a fauna sempre apresentou uma gigantesca variedade de espécies que estão distribuídas por todo a extensão territorial.
Dentro dessa abundância de animais temos o tatu, um mamífero que vem da mesma família do tamanduá. Os tatus possuem em seu corpo um conjunto de placas ósseas que o protegem de predadores.
Estima-se que existam 21 espécies conhecidas de tatu que se distribuem na América do Sul e América Central. No Brasil os especialistas afirmam que temos 11 espécies abaixo listamos as mais conhecidas:
- O tatu-bola (Tolypeutes tricinctus).
- O tatu peludo ou peba (Euphractus sexcinctus).
- O tatu-galinha (Dasypus novemcinctus).
- O mulita. (Dasypus septemcinctus).
- O tatu-canastra.(Priodontes maximus).
De todas estas espécies mais comuns no nosso território o tatu-canastra priodontes maximus, também conhecido como tatuaçu ou ainda tatu-carreta é o que mais chama atenção pois possui características bem peculiares e principalmente pelo seu tamanho em comparação às outras espécias.
Características
O tatu-canastra priodontes maximus ou tatuaçu, já é descrito pela origem de seu nome onde sua designação (maximus) e sua terminação (açu) apresentam sua natureza grandiosa. Abaixo temos alguns dados científicos a seu respeito:
- Reino: Animalia
- Filo: Chordata
- Classe: Mammalia
- Gênero: Priodontes
- Espécie: Priodontes Maximus
O tatu-canastra é um dos maiores e mais raros tipos de tatu, ele pode passar de 1 metro de comprimento tendo sua cauda com até 50 cm e podendo atingir por volta de 50 Kg. Mamífero com poucos pelos e de patas anteriores equipadas por garras poderosas onde a unha central pode alcançar os 20 centímetros de comprimento.
Apesar deste animal não possuir muitos pelos, os poucos que se encontram em seu corpo são fios duros e resistentes localizados entre os espaços de seu revestimento. Uma de suas principais características é sua carapaça, formada por um conjunto de cintas móveis que protegem todo o entorno de sua estrutura corporal.
Este é um animal que possui os sentidos da visão e audição pouco desenvolvidos, em contrapartida seu olfato é muito aguçado sendo isso muito importante quando pensamos em sua alimentação.
O maximus priodontes não é um animal considerado agressivo, ao se deparar com um humano seu primeiro reflexo será fugir e sua única forma de proteção é cavar. Ao falarmos de uma estimativa populacional para a espécie o que se pode afirmar é que esta espécie está vulnerável segundo as listas nacionais e mundiais de animais em extinção em extinção.
Tatu-Canastra Habitat e Dieta
O tatu-canastra tem uma extensa área de distribuição no Brasil e também na América Central, tendo essa menor quantidade. Em território nacional, o animal está presente em grande parte com registros na Amazônia, Pantanal, Mata Atlântica e Cerrado. Existe uma estimativa de que se consegue encontrar até 7 animais a cada 100 Km2, e que a área de alcance em que o animal vive pode ser de 25 Km2 para os machos e 10 Km2 para as fêmeas.
O maximus é um animal de hábitos diurnos, noturnos e semifossoriais (passam grande parte do tempo embaixo do solo), estando em seu habitat natural este animal pode viver até 15 anos. Estudos apresentam que ele é muito importante e atua como um engenheiro pois cria um habitat para dezenas de outras espécies, ele utiliza suas garras para cavar e despedaçar e suas patas traseiras atuam como uma espécie de pá, lançando os fragmentos e a terra longe de seu ponto.
Sabemos que este é um mamífero que não possui dentes e quando falamos da dieta de um tatu-canastra podemos classifica-lo como insetívoro visto que eles se alimentam predominantemente de cupins e formigas mas também de escorpiões, aranhas e ovos. Ecologicamente falando, o fato do tatu se alimentar de insetos implica em um controle das populações destes animais mas ao reduzir a quantidade de tatus a tendência é que exista um desequilíbrio das espécies de instetos.
Um dos Indicadores claros da presença do tatu-canastra são os cupinzeiros, blocos muito resistentes onde vivem os insetos mas que são facilmente destruídos pelo animal. Já pensando por outro lado o tatuaçu é uma potencial presa da onça pintada.
Tatu-Canastra Reprodução e Filhotes
O tatu-canastra é um animal de hábitos solitários, exceto em períodos de reprodução e no período maternal. Estudos recentes demonstram que a espécie tende a atingir à maturidade sexual com a idade de 8 anos, onde por um tempo ele deixa de ser solitário para fins reprodutivos.
Já quando falamos sobre os filhotes temos informações interessantes apresentadas pelo projeto Tatu-Canastra que descobriu que a gestação tem uma duração de cinco meses em vez de quatro, como se acreditava até então e também que cada tatu tem uma cria por vez, antes disso a ideia era de dois filhotes por gestação.
A estimativa dos pesquisadores é que venha a nascer um filhote a cada 3 anos, o que explica as baixas taxas de crescimento da população. Observar um nascimento deste animal é algo muito difícil, em junho de 2012 os pesquisadores conseguiram uma foto do filhote junto à mãe alguns meses após um tatu macho ter contato com a fêmea.
Até os 2 anos de idade o animal ainda é considerado filhote, diferente do que se pensava anteriormente quando os pesquisadores acreditavam que o período fosse de 6 meses.
Ameaças e Status de Conservação
Como em diversas outras espécies raras, o tatuaçu é uma espécie ameaçada pela caça para alimento (visto que é um animal de alto valor cinegético) e captura ilegal para venda de forma clandestina, onde muitos animais morrem pois não resistem ao transporte. Isso se torna uma evidência da dificuldade deste animal se desenvolver em cativeiro e de sua ausência em zoológicos, ainda entram nessa estatística a perda de habitat e as queimadas.
Diante de tantas ameaças em contraste à uma taxa de nascimento muito baixa, a União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN) classifica a espécie como vulnerável.
Mediante tantas ameaças, existem algumas ações que poderiam promover a conservação da espécie, como por exemplo: proteção da habitats, ampliação de pesquisas científicas e a fiscalização da caça aos animais.