Cientistas descobriram nova espécie de tarântula na Guiana, com corpo e patas azuis, diferente das demais, geralmente marrom. O animal é da família Theraphosidae, trata-se de uma espécie endêmica. A Guiana é parte da Amazônia, fazendo limite com Roraima e Para, entretanto a espécie encontrada, não estava em nosso território, então não se tratava de nossa tarântula azul brasileira.
Tarântula Azul Brasileira é Venenosa? Origem
A tarântula azul brasileira, ou tarântula azul irisdescente foi encontrada bem antes, nos anos 70 em Minas Gerais e foi estudada durante 10 anos no Instituto Butantã. Após a descoberta de novos exemplares em 2008, o material taxonômico foi completado, sendo pois, oficialmente descrita em 2011, e no ano seguinte foi incluída no top 10 do Instituto Internacional de Exploração de Espécies, a lista é elaborada a cada ano no dia 23 de maio, aniversário de Carolus Linnaeus, o “Pai da Taxonomia Moderna” , com o objetivo de incentivar a pesquisa sobre a fauna e a flora recém descoberta.
O Instituto Internacional de Exploração de Espécies procura aumentar a conscientização sobre a crise da biodiversidade e avaliar a importância da taxonomia, da história natural e das coleções na exploração e conservação de animais, plantas e micróbios.
A aranha é muito procurada por amadores e contrabandeada para a Europa e América, além disso seu habitat tem encolhido, com isso a tarantula azul brasileira já é uma espécie ameaçada. Não compre animais capturados na natureza, apenas animais em criadouros certificados e legalizados.
Tarântula Azul Brasileira é Venenosa? Nome Científico e Fotos
Nome científico: Pterinopelma sazimai; da subfamilia Theraphosinae. Deve seu nome ao Dr. Ivan Sazima que encontrou a espécie em Minas Gerais nos anos 70, na Serra do Cipó. O gênero Pterinopelma esta distribuída principalmente nas Américas, pode ser possível que estes animais tenham aparecido na terra há mais de 150 milhões de anos, quando a África e a América do Sul ainda estavam unidas (Gondwana). Possuem ancestralidade comum com, as seguintes espécies:
Caranguejeira-rosa-salmão-brasileira (Lasiodora oarahybana)
Foi descoberta e descrita em Campina Grande, na Paraíba em 1917 e seu nome alude a sua coloração, longos pelos de cor salmão sobre uma base preta, e sua origem. Quando adulta pode atingir 25 cm., é a segunda maior tarântula do mundo, sendo menor apenas do que a tarântula Golias.
Tarântula-roxa-brasileira (Vitalius wacketi)
A aranha roxa é encontrada apenas em regiões do Brasil e do Equador. Chegou a ser confundida com a espécie Pamphobeteuis platyomma. A cor roxa esta presente apenas nos machos que chegam a medir os 9 cm., as fêmeas são um pouco maior e marcadas com uma coloração marrom. São agressivas e se defendem com seus pelos urticantes.
Tarântula-nhandu (Nhandu coloratovillosus)
Suas cores vermelha e branca são um colírio para os olhos, entretanto é uma espécie de aranhas de comportamento bipolar, cuja agressividade manifesta-se quando menos se espera. São animais de apetite voraz e gosta de esconder em tocas que cavam no solo.
Tarântula Azul Brasileira é Venenosa? Características
É uma espécie de aranha de comportamento tímido, que foge ao contato com humanos, e que para se defender utiliza seus pelos urticantes. Seu veneno é de baixa toxidade em humanos. Assim como suas parentes, possui o hábito de escavar tocas para se defender.
A aparição da aranha tarântula azul brasileira fêmea deu-se em área inóspita, escondidas em terrenos altos e debaixo de rochas na Serra do Cipó em dezembro de 1971, em meio a vegetação pobre, e sob temperaturas apresentando variações extremas.
Como em outras espécies de aranhas as fêmeas apresentam um porte mais robusto. Esta característica comum entre as aranhas é justificada pelo modo de vida do macho, que dispende muita energia em suas andanças a procura de fêmeas para acasalar, enquanto as fêmeas tem a vida mais sedentária, dentro das tocas, ocupadas com seus inúmeros ovos ou filhotes.
Os machos são copuladores, tem vida curta em comparação com as fêmeas, tem pouca reservas de energias e são caçadores mal sucedidos, por isso vivem no limite da estafa. Na natureza existem muito mais fêmeas do que machos na natureza.
Tarântula Azul Brasileira é Venenosa? Reprodução
Durante a cópula, o esperma é transferido para a espermateca das fêmeas, numa manobra arriscadíssima, chamada “indução de esperma”. O macho gira uma teia e se coloca embaixo da mesma e deposita uma gota de esperma bem embaixo da fêmea, dai ele molha a ponta de suas patas no esperma e pincela a abertura genital das fêmeas , fecundando-a.
Como vivem dentro de tocas, os machos percebem uma fêmea receptiva a partir das substâncias químicas (feromônios), que circunda a entrada de sua caverna. Os machos provocam uma comunicação sísmica através do solo ao vibrarem seu corpo com movimentos espasmódicos de suas patas, ou palmadas, teoriza-se a produção de sons inaudíveis emitidos por órgãos estridulatórios que possuem. Quando a fêmea receptiva sai, ela abre suas quelíceras (ferrão), numa atitude agressiva.
Nem sempre o macho sucumbe durante este momento íntimo. Esta atitude agressiva da fêmea é necessária para o acasalamento. O macho é dotado de apófises (ganchos) nas patas dianteiras para segurar as duas hastes das quelíceras da fêmea, desta forma o macho ergue a fêmea e coloca-se embaixo dela, estica seus palpos, transferindo o esperma para a genitália dela, daí lentamente solta as quelíceras da fêmea e mete o pé pra não virar almoço.
Algum tempo depois a fêmea produz seus ovos em seus espermas acumulados e a fecundação ocorre. A tarântula azul brasileira fêmea produz seda para proteger seus poucos ovos durante a incubação. Durante este tempo a fêmea fecha a entrada de sua toca, e não se alimenta. Ao nascerem seus jovens logo se afastam dos pais de forma independente.
Tarântula Azul Brasileira é Venenosa? Conservação
Caro leitor observe a dificuldade de se estabelecer cientificamente a taxonomia de uma animal a ponto de haver o reconhecimento científico da espécie. A tarântula azul brasileira foi coletada em 1971, foi estudada por 10 anos no Instituto Butantã, após sua morte em uma de suas ecdises, pesquisadores encontraram indivíduos da espécie somente em 2008, e por conta de barreiras burocráticas que impedem a coleta de animais para pesquisas, só puderam ser descritas em 2011, enquanto isso a espécie é encontrada facilmente em sites da internet de vendas no exterior, pirateadas que são apenas pela beleza e o aspecto inusitado que apresentam…
Uma pena…!!!