Os mamíferos possuem forte relação entre si, como se pode ver em muitas comparações de comportamento entre os seres humanos e uma série de animais. Assim, é natural que as pessoas tenham uma relação melhor com os mamíferos do que com outros tipos de seres vivos, algo muito bem exemplificado nas figuras do gato e do cachorro. Todavia, há também uma série de diferenças entre as pessoas e muitos outros animais da classe Mammalia, sendo o tamanduá um bom exemplo disso.
Por mais que o tamanduá não seja visto de forma negativa pela sociedade, a verdade é que o modo de vida desse animal está muito longe daquele praticado pelas pessoas. De hábitos noturnos, com alimentação baseada em insetos, tendo pelagem alta e fofa, além de uma língua viscosa quase imune às picadas de formigas, o tamanduá se coloca bastante distante do ser humano em uma série de questões. Em todo caso, isso não impede as pessoas de tentarem descobrir sempre mais a respeito dele, seja qual for a espécie.
Sim, pois os tamanduás se apresentam em espécies diferentes, havendo o tamanduá-mirim, o tamanduá-mexicana, o tamanduaí e, por fim, o mais famoso de todos eles: o tamanduá-bandeira. Presente em quase todo o território brasileiro, o tamanduá-bandeira possui forte relação com a cultura de muitas partes do país. Se você deseja conhecer um pouco mais sobre um dos animais mais populares do Brasil, veja todas as informações sobre ele logo abaixo.
Conheça o Tamanduá-Bandeira e Seu Nome Científico
O tamanduá-bandeira atende pelo nome científico de Myrmercophaga tridactyla. Esse animal também é conhecido popularmente como jurumim, urso-do-brasil, urso-formigueiro gigante, iurumi e tamdnuá-cavalo. Porém, se você apontar o nome de tamanduá-bandeira, é provável que seja entendido em grande parte do Brasil. Todavia, se engana quem imagina que o tamanduá-bandeira apenas vive no Brasil.
Na verdade, esse animal é muito popular também em diversos outros países da América do Sul, além de estar presente na América Central. Desde que o ambiente seja quente e ofereça formigas, o tamanduá-bandeira não se importa tanto com outras questões. Dessa forma, é possível encontrar exemplares do tamanduá-bandeira em áreas secas ou úmidas, como se pode ver ao analisar que essa espécie está presente no Pantanal, na Floresta Amazônica e, ao mesmo tempo, também no Cerrado brasileiro.
Algo que facilita essa capacidade de adaptação é o fato de o tamanduá-bandeira não necessitar de grandes doses de água por dia, já que seu metabolismo é lento e consome a água de forma muito gradual. Portanto, não há o risco de morrer por falta de água, embora a oferta de alimentos deva ser grande. Para se ter uma noção de como o tamanduá-bandeira come bastante, em geral um só exemplar da espécie vive em um raio de 10 ou 11 quilômetros, o que facilita muito o processo de busca por alimentos.
Pois, ainda que as formigas sejam comuns na maior parte do planeta, a oferta não é ilimitada e, dessa maneira, pode acontecer de faltar comida para todos caso muitos exemplares de tamanduá-bandeira vivam próximos. Com esse cenário em que precisa ser solitário, o tamanduá-bandeira pode caminhar por até 10 quilômetros todos os dias, sempre em busca de insetos ou larvas para compor a sua alimentação. Vale ressaltar que o animal caminha sobre as quatro patas, de forma diferente em relação ao tamanduá-mirim, por exemplo.
Isso faz com que o tamanduá-bandeira seja um pouco mais veloz e tenha mais habilidade para a movimentação, mas o animal está longe de apresentar grande coordenação motora. Maior das quatro espécies de tamanduás que ainda existem no mundo, o tamanduá-bandeira costuma dominar com certa facilidade os locais que habita, até mesmo por conta do seu tamanho elevado. Porém, nem mesmo esse tamanho todo impede que a espécie seja uma vítima frequente dos predadores, em geral onças, jaguatiricas e suçuaranas.
Os felinos, mais rápidos e fortes em termos de mordida, chegam a ter o tamanduá-bandeira como representante de cerca de 12% da sua alimentação. Para se defender, o tamanduá-bandeira faz uso das garras afiadas e contra-ataca da maneira que pode, mas raramente consegue fugir após um ataque bem executado por algum dos felinos.
Isso ajuda a fazer com que o tipo de tamanduá em questão, ainda que maior e mais pesado, sofra mais para manter o seu número de exemplares estável. Na verdade, cada vez mais o tamanduá-bandeira vê despencar o seu estado de conservação, já estando classificado como espécie em vulnerabilidade.
Características Físicas do Tamanduá-Bandeira
O tamanduá-bandeira é um animal que mede cerca de 2 metros de comprimento quando adulto e nas versões realmente grandes, mas o tamanho pode ser um pouco menor. Já o peso do animal pode chegar aos cerca de 40 quilos, mostrando muito bem como o tamanduá-bandeira é um mamífero de grande porte. Para se ter uma ideia, há seres humanos adultos que pesam cerca de 50 quilos, apenas um pouco mais em comparação ao tamanduá-bandeira.
O animal é reconhecido de forma fácil através do focinho alongado, que é a grande marca desse tipo de tamanduá. Embora os outros tamanduás também tenham o focinho alongado, a marca é diferenciada quando se trata do tamanduá-bandeira. Já a sua pelagem é muito fofa, o que pode ser bom e ruim ao mesmo tempo. Pois, ao passo em que torna o animal mais protegido contra as variações de temperatura, para cima e para baixo, o pelo alto também pode servir de porta de entrada para parasitas.
Não é anormal, por exemplo, que o tamanduá-bandeira sofra com os carrapatos, algo agravado pelo fato de o animal viver em áreas onde a presença de parasitas é grande. Suas garras são muito afiadas, marcando um ponto de destaque desse tipo de mamífero, já que todas as espécies de tamanduá possuem tal característica. As garras servem para contra-atacar as ofensivas de predadores, mas também para fazer com que o tamanduá-bandeira seja capaz de destruir ninhos de insetos com facilidade, algo importante quando se trata de formigas ou cupins, por exemplo.
Já para comê-los, o seu aparelho bucal é todo planejado e anatomicamente desenvolvido para facilitar a ingestão dos insetos. Isso porque o focinho alongado o ajuda a puxar o alimento, que é sugado pelo animal, mas também pode ser colado junto à sua língua. Esse efeito acontece pelo fato de o tamanduá-bandeira produzir muita saliva ao longo do dia, algo que, no momento de comer os insetos, ajuda de forma muito clara. Uma vez capturados e presos à língua, os insetos são comidos.
Já no estômago, o trabalho é para quebrar o alimento ingerido em pequenas partes, o que acontece após uma série de contrações realizadas pelo mamífero. Quando está realizando a digestão, a temperatura interna do tamanduá-bandeira pode aumentar um pouco acima do normal, que é por volta de 33 graus Celsius. O tamanduá-bandeira ainda possui 60 cromossomos, tendo algumas diferenças em relação aos tamanduá-mirim nesse sentido, o que gera distinções também para a reprodução.
Em todo caso, por motivos que ainda não podem ser comprovados cientificamente, em cativeiro o número de mortes de filhotes do tamanduá-bandeira é muito superior aos padrões naturais. Mas isso não se relaciona ao número de cromossomos, pois imagina-se que o principal problema tem a ver com o sistema emocional do animal, que se vê preso a locais apertados quando em cativeiro e não pode sequer realizar as suas longas caminhadas diárias. Em alguns casos, para se ter noção, o número de mortes dos filhotes nas primeiras 24 horas pode ser até 50% maior em relação ao mesmo número na natureza.
Habitat e Comportamento do Tamanduá-Bandeira
O tamanduá-bandeira é um animal que pode sobreviver em diferentes regiões do mundo, já que sua capacidade de adaptação aos ambientes é muito grande. Dessa maneira, a espécie não apresenta grande dependência em relação ao nível de umidade, por exemplo. Logo, o Brasil é um grande exemplo de como esse tipo de tamanduá pode sobreviver em boas condições nos mais variados tipos climáticos.
Presente no Pantanal ao mesmo tempo em que pode sobreviver a locais secos como o Cerrado ou úmidos como a Floresta Amazônica, o tamanduá-bandeira ainda se apresenta na região Sudeste e também em outros países. Em todo caso, se há um ambiente perfeito para o tamanduá-bandeira, esse local é a floresta. Pois, como o animal apresenta dificuldade para regular a própria temperatura, por mais que o faça, ter árvores ao redor é de grande ajuda para impedir o desgaste excessivo, por exemplo.
Por isso é tão comum ver exemplares do tamanduá-bandeira em áreas de floresta, ainda que as características das florestas variem muito. Já sobre o seu comportamento, o tamanduá-bandeira é conhecido por ser um animal bastante tranquilo e reservado, que não apresenta grande interesse no contato social, mas também pouco agride os vizinhos da região. Solitário, até mesmo pela questão de não desejar dividir a sua comida com outros da mesma espécie, o tamanduá-bandeira se mostra mais ativo a partir do fim da tarde, quando o sol começa a cair.
Como o animal possui problemas para enxergar em qualquer horário, não faz tanta diferença para o tamanduá-bandeira se está no período diurno ou noturno do dia. Além disso, o excesso de calor pode prejudicar um pouco o funcionamento adequado do organismo de um tamanduá-bandeira, o que leva esse animal a buscar sempre os locais mais frescos para evitar problemas. Logo, sair à noite é um grande trunfo para o mamífero, pois o risco de sofrer com as altas temperaturas é menor.
Em todo caso, não pense que o tamanduá-bandeira odeia o calor e gosta mesmo é de climas frios. Na realidade, o calor é parte essencial da vida do animal, até mesmo por haver uma relação clara entre número de insetos à disposição e temperaturas elevadas. Todavia, o tempo que o mamífero passa nesse ambiente mais aquecido deve ser controlado, pois dessa maneira será possível evitar uma série de problemas.
Ademais, uma habilidade muito relevante e interessante do tamanduá-bandeira é o nado, já que esse animal possui uma grande capacidade de nadar por longas distância, algo positivo para o seu modo de vida e que permite até mesmo fugir de alguns predadores. Por mais que não seja um ser tipicamente aquático, o tamanduá-bandeira pode, sim, nadar muito bem. Ademais, a espécie também é conhecida pelo fato de ser capaz de escalar árvores com incrível facilidade, principalmente quando se trata de caçar alimentos.
Ainda é possível que o tamanduá-bandeira cave pequenos buracos no solo para realizar o seu descanso, pois dessa maneira há uma proteção maior contra os perigos da natureza. Todavia, o tamanduá-bandeira é incapaz de cavar buracos profundos. A espécie dorme curvada e faz uso da cauda como um manto, de forma a proteger das mudanças de temperatura que podem acontece ao longo do dia. Além disso, ter a cauda sobre o corpo representa uma boa camuflagem para o tamanduá-bandeira, o que evita ataques de predadores.
Reprodução e Filhotes do Tamanduá-Bandeira
A reprodução é uma fase importante da vida de todos os animais, mas acontece de forma especial no caso dos mamíferos. Isso porque as fêmeas dos mamíferos carregam o filhote por meses e meses em seu ventre, criando uma relação muito forte entre a mãe e o filhote. O mesmo não acontece de maneira tão clara com répteis ou aves, por exemplo, onde a relação da fêmea com o seu filhote é muito mais fria.
Assim, o tamanduá-bandeira dá sequência a essa relação mais quente entre macho e fêmea. Uma das características principais da espécie é a falta de época para a reprodução, o que faz com que o tamanduá-bandeira possa ter filhotes em qualquer época do ano. Quando em preso em cativeiro, porém, até é possível que o animal tenha uma época mais delimitada para a reprodução.
Porém, no cativeiro a taxa de mortalidade da prole é muito alta, sobretudo nas primeiras 24 horas de vida do filhote, quando ainda há muita fragilidade e dependência em relação à mãe. O tempo de gestação costuma durar cerca de 180 dias, o que faz com que seja muito maior do que o período de gestação do tamanduaí e do tamanduá-mirim, por exemplo. O mais comum é que seja gerado um único filhote por vez, mas em alguns raros momentos até pode acontecer de o tamanduá-bandeira gerar dois filhotes em uma única reprodução.
Algo interessante é que a fêmea do tamanduá-bandeira dá à luz ao filhote de pé, algo muito incomum quando se trata de mamíferos. O ato se torna ainda mais esquisito quando se descobre que o filhote recém-nascido pesa cerca de 1,5 quilo, o que equivale a mais de três vezes o peso médio de um tamanduaí. Em todo caso, é muito raro ver uma fêmea de tamanduá-bandeira deitar para dar à luz, pois o animal gosta de utilizar o poder da gravidade para facilitar o parto. Sobre a fase de cortejamento, há todo um ritual para que o macho seja capaz de atrair a fêmea para a realização do ato sexual.
Em geral, o macho se aproxima aos poucos, em um movimento que pode durar alguns dias ou algumas horas. Uma vez perto, ele a cheira para demonstrar interesse e para deixar claro que não pretender competir pelo espaço. Pode ser ainda que macho e fêmea comam do mesmo formigueiro, o que aumenta os laços entre eles, sobretudo quando se considera que o tamanduá-bandeira é um animal muito agressivo quando se trata de compartilhar a sua comida.
Depois de tudo isso, finalmente chega o momento de realizar o ato sexual, que geralmente tem a fêmea de lado e o macho sobre ela. É possível que macho e fêmea realizem a ação várias vezes ao longo do período sexual, sobretudo quando há uma ligação forte entre ambos. O macho se mantém ao lado da fêmea até o momento em que nasce o filhote ou até o momento em que essa fêmea deixa de dar leite ao filhote, o que caracteriza uma fase de transição para o jovem tamanduá.
Antes disso, logo depois de nascer, o pequeno tamanduá-bandeira costuma ser carregado pela mãe nas costas, em um ato que serve para proteger o filhote de possíveis predadores. Isso porque, uma vez nas costas da mãe, é possível que o filhote de tamanduá-bandeira seja camuflado, o que diminui as chances de ataque. Vale lembrar que é muito mais fácil atacar um filhote do que um adulto, seja em qualquer espécie animal. Outro ponto é que o movimento de ter o jovem tamanduá nas costas protege o pequeno não apenas dos animais terrestres, em geral onças e outros felinos, mas também das aves. Isso porque as aves podem ser muito agressivas quando se trata de filhotes de mamíferos, havendo diversos casos de pequenos animais carregados por aves de rapina.
O filhote é muito frágil nos primeiros momentos de vida, mas sobretudo nos primeiros 10 meses, quando ainda possui dificuldade para abrir os olhos e apenas consegue mamar. Depois de cerca de 3 meses, esse filhote já começa a ingerir alimentos sólidos e passa a apresentar detalhes mais próximos àqueles demonstrados pelos adultos. A maturidade sexual do tamanduá-bandeira é alcançada entre os 2 a e os 4 anos, mas é possível que o animal já tenha deixado a mãe antes desse momento.
Estado de Conservação do Tamanduá-Bandeira
O tamanduá-bandeira é um verdadeiro símbolo do Brasil e, como tal, o animal merece acompanhamento detalhado em relação ao seu estado de conservação. Dessa maneira, essa espécie de tamanduá já teve números muito mais favoráveis em território nacional, já que a queda nos exemplares é enorme. Na verdade, o tamanduá-bandeira saiu de espécie pouco preocupante para vulnerável em alguns anos, o que indica como a curva de crescimento do número de morte tem sido muito superior ao número de gestação de filhotes.
Assim, apesar de ainda habitar grande parte do Brasil, o grande fator a se ter em conta é que os exemplares do tamanduá-bandeira diminuem em ritmo muito acelerado, o que é um problema gravíssimo. Em países como Uruguai, Costa Rica e Belize, todos próximos ao Brasil, já não há mais a presença do tamanduá-bandeira na fauna nacional, o que pode prejudicar a vida de inúmeros outros animais.
Para começar, predadores como onças e jaguatiricas passam a ter uma oferta muito menor de alimentos, desequilibrando a teia alimentar. Ademais, o número de cupins e formigas pode se tornar muito maior, fazendo com que os alimentos disponíveis para esses insetos já não sejam mais suficientes. Portanto, todo um desequilíbrio ecológico pode ser iniciado a partir do momento em que o tamanduá-bandeira deixa de existir no local. Não há números precisos de quantos tamanduás da espécie existem no Brasil, até mesmo pela dificuldade de realizar tal registro por todo o país. Entretanto, é certo que há uma diminuição.
Porém, você sabe quais seriam os principais motivos para a morte de tantos animas da espécie?
O principal deles é a destruição intensa e constante do habitat do tamanduá-bandeira, seja por conta de queimadas, pelo aumento da agricultura rumo às áreas ainda não exploradas ou pelo avanço da urbanização sobre o habitat do animal. Dessa maneira, em muitos casos o tamanduá-bandeira é obrigado a se aproximar muito de cidades e pessoas, o que aumenta naturalmente as mortes, que podem ser de forma intencional ou a partir de acidentes como atropelamentos, por exemplo.
Outro problema é que a diminuição do habitat faz com que o tamanduá-bandeira seja obrigado a se colocar mais próximo dos predadores, criando um ambiente propício para a morte de uma série de animais desse tipo. Por fim, a concorrência por alimentos cresce conforme diminui o espaço de vida desse animal, levando muitos exemplares do tamanduá-bandeira a morrerem desnutridos. Existem áreas de conservação importantes no Brasil, que realmente ajudam a manter vivo o tamanduá-bandeira no país. Entre elas é possível citar o Parque Nacional das Emas, um dos mais conhecidos da região Centro-Oeste.
Porém, mesmo nesse local há problemas, já que o número de endocruzamentos é alto – endocruzamento é quando indivíduos geneticamente próximos, mas de espécies diferentes, cruzam. Isso se deve às mortes que acontecem na região, geralmente provocadas por incêndios, e que diminuem a população do tamanduá-bandeira. Logo, há cruzamentos entre espécies distintas, gerando filhotes com disfunções físicas e emocionais.
Alimentação do Tamanduá-Bandeira
Algumas espécies de tamanduá podem ingerir, além dos insetos, também alguns tipos vegetais. Porém, esse não é o caso do tamanduá-bandeira, já que esse tipo de animal apenas consome formigas e cupins. O tamanduá-bandeira ainda pode comer algumas larvas, mas o seu prato principal deve ter necessariamente a presença de cupins ou formigas.
Na verdade, a anatomia do corpo do animal se deve por completo ao fato de o tamanduá-bandeira comer esses insetos, já que toda a região da sua boca foi projetada ao longo do tempo para facilitar o acesso ao alimento. Dessa maneira, conforme foi evoluindo a partir da seleção natural, o tamanduá-bandeira passou a ter cada vez mais facilidade na tentativa de buscar pelos insetos em seus ninhos. Ademais, formigas e cupins são animais pouco explorados pela dieta de outros mamíferos, o que faz com que o tamanduá-bandeira não tenha muita competição por comida, fora os outros exemplares da espécie e algumas outras espécies de tamanduá.
No fim das contas, isso é algo bastante positivo, pois torna mais simples o modo de vida do tamanduá-bandeira, evitando que o animal perca energia ao ter de competir com os outros. Ademais, como o tamanduá-bandeira não possui dentes e tem uma mandíbula bastante rígida, sem muita mobilidade, para esse animal é muito difícil comer outros alimentos foras as formigas e cupins.
Portanto, se no passado a espécie ainda era capaz de ter uma dieta diversificada e apenas comia os insetos por preferência, atualmente o tamanduá-bandeira não poderia ter acesso a outros tipos de comida com tanta facilidade. Outro destaque claro da parte física do animal é a sua língua, que pode ter até 60 centímetros de comprimento quando desenrolada ao máximo. Esse tamanho faz com que seja possível para o tamanduá-bandeira acessar partes profundas dos ninhos, seja de cupins ou de formigas.
Assim, é muito complicado para uma formiga conseguir fugir de um tamanduá, sobretudo se for um tamanduá-bandeira. Além disso, a língua do animal possui a capacidade de “grudar” as coisas, já que a produção de saliva desse mamífero é muito acima da média dos outros. Logo, quando a língua entra em contato com os insetos, as presas rapidamente são capturadas, facilitando ainda mais o trabalho do tamanduá-bandeira.
Ainda sobre a língua do tamanduá, como a sua cabeça possui um formato muito bem definido, a língua se limita em movimentos, o que faz com que possa realizar mais vezes o mesmo movimento. Dessa maneira, o tamanduá-bandeira consegue mover essa parte do corpo para frente e para trás cerca de 160 vezes em um único minuto, uma proeza muito considerável. Todos esses fatores, em geral conquistados após séculos de seleção natural, servem muito bem para facilitar o acesso do tamanduá-bandeira aos alimentos, sendo um fator muito positivo para o animal.
Porém, o processo de levar as formigas até sua boca é apenas o início de um movimento muito mair, que engloba outras partes do corpo do tamanduá-bandeira. Desa forma, o mamífero possui em seu estômago uma facilidade de contração muito grande, o que faz com que seja possível triturar por completo o alimento após a rápida passagem pela boca.
Vale sempre lembrar que o tamanduá-bandeira não possui dentes, então pode ser especialmente difícil para esse animal triturar os insetos que consome. A sua digestão ainda é ajudada pelo fato de o tamanduá-bandeira comer terra e areia logo em seguida, algo importante para acelerar o processo. Por fim, até mesmo o ácido presente no corpo dos insetos que consome serve para acelerar o processo de digestão, já que o tamanduá-bandeira não é capaz de produzir substâncias ácidas em seu corpo.
Curiosidades Sobre o Tamanduá-Bandeira
O tamanduá-bandeira é um animal bastante interessante sob diversos pontos de vista, como é possível analisar a partir de alguns detalhes simples. Dessa forma, a espécie em questão possui certas curiosidades de muito destaque. Você sabia, por exemplo, que abraçar um tamanduá-bandeira pode ser uma afronta para o animal? Isso porque a espécie não encara bem o contato físico com as pessoas, mas vê de forma ainda mais negativa o fato de você querer ter acesso às suas costas.
Isso porque o tamanduá-bandeira ataca outros animais justamente dessa maneira, ao encravar as garras afiadas nas costas dos inimigos, o que torna o movimento um princípio de agressão para o mamífero. Portanto se você deseja se aproximar de um tamanduá-bandeira, a dica é que se mantenha sempre no campo de visão do animal. Ademais, o tamanduá-bandeira pode chegar aos cerca de 40 quilos, o que o transforma no tamanduá mais pesado de todo o planeta. Na verdade, o seu comprimento de até 2 metros também faz com que o tamanduá-bandeira seja o maior do mundo, quase 1 metro acima do tamanduá-mirim.
Quando nasce, o tamanduá-bandeira possui cerca de 1,2 quilo, o que faz com que o animal ofereça uma gestação complicada para a mãe. Isso porque a fêmea fica impossibilitada de executar uma série de movimentos quando em fase de gestação, necessitando até mesmo de proteção por parte do macho. Já no momento de dar à luz ao filhote, a fêmea o faz de pé, para ter ajuda da gravidade no momento de empurrar o filhote. Pois, diferentemente de outros mamíferos, o tamanduá-bandeira não é capaz de contrair muitas partes do seu corpo, o que prejudica o momento do parto.
Quando em cativeiro, a fêmea pode ser ajudada a realizar o parto, mas nem sempre o animal é tão receptivo aos veterinários. Além disso, podendo chegar até os 60 centímetros de altura, o tamanduá-bandeira pode ser facilmente confundido com um macaco na floresta, já que caminhar sobre as quatro patas, mas de forma curvada. Além disso, por vezes o tamanduá-bandeira levanta e fica sob as duas patas traseiras, em geral para dar a impressão de que é maior ou para buscar por alimentos que estejam em partes mais altas e menos acessíveis. Outro detalhe muito interessante sobre o seu corpo é a cauda, que pode ter 1 metro de comprimento.
Isso porque a cauda costuma servir de base estabilizadora para os animais, sobretudo para aqueles que vivem no topo das árvores. Todavia, o tamanduá-bandeira é muito pesado para escalar árvores, o fazendo apenas em algumas raras oportunidades. Assim, a cauda do mamífero acaba por ser subutilizada, tendo mais a função de esquentar a espécie nos momentos em que dorme, como se fosse um cobertor ou uma manta. Isso é muito diferente com o tamanduaí, por exemplo, que escala árvores com incrível facilidade e, para tal, faz uso da cauda para ganhar estabilidade e se manter de pé.
Estradas, as Grandes Ameaças ao Tamanduá-Bandeira
O tamanduá-bandeira possui um alto número de exemplares no Brasil, embora não se saiba ao certo quantos são. Todavia, pelo fato de a espécie estar presente em todo o território nacional, é possível concluir que o animal ainda está relativamente afastado da extinção.
Porém, o problema maior é que o número de tamanduás da espécie diminui de forma abrupta com o tempo, o que ligou o alerta vermelho em muitas entidades relacionadas à preservação dos animais. Um dos grandes problemas para a manutenção da vida do tamanduá-bandeira é a destruição do seu habitat, como se pode ver ao visitar áreas atualmente ocupadas, mas que no passado serviam de lar para o tamanduá. Sobretudo, se o tamanduá-bandeira não possui mais a floresta para ficar, para onde vai esse animal?
Na realidade, o mais comum é que o mamífero se mantenha mais ou menos perto de onde foi expulso, mas agora tendo de enfrentar uma variedade de carros, estradas e pessoas. As estradas, de forma particular, representam uma enorme ameaça para a vida do tamanduá-bandeira, já que esse animal não sabe se proteger da forma correta e ainda encontra motoristas pouco preocupados em prestar socorro. Ao todo, calcula-se que cerca de 35% da área do Brasil é completamente inadequada para o tamanduá-bandeira, pois possui estradas aos montes e coloca a vida do animal em constante perigo.
Pensando assim, basta que o tamanduá se mantenha nas partes adequadas, certo? Errado! Pois o tamanduá-bandeira é um animal presente em quase todo o Brasil, não apenas em uma parte do país. Logo, é muito otimista pensar que o tamanduá-bandeira se manterá apenas nas áreas mais apropriadas para o seu desenvolvimento, até mesmo porque alguns dos locais que atualmente são inadequados eram a casa do tamanduá até poucos anos. Por isso é tão importante tentar não destruir ainda mais o que sobrou do habitat do tamanduá-bandeira, já que esse animal não encontra muitas possibilidades de escapar para outros ambientes.
Os parques nacionais, por exemplo, já estão quase todos muito cheios, perto ou acima das capacidades máximas. O cenário acaba por ser caótico para o tamanduá-bandeira no futuro e as previsões não são nada boas, pois há um grande risco de esse mamífero deixar de existir em um espaço de tempo curto. Portanto, para que seja possível evitar isso, é fundamental que todos façam a sua parte, seja o motorista ao prestar socorro nos casos de atropelamento ou as autoridades nacionais ao oferecer áreas habitáveis só tamanduá-bandeira.
Áreas de Proteção ao Tamanduá-Bandeira
O tamanduá-bandeira é um animal que necessita de áreas de proteção para se manter vivo, como se pode constatar ao visitar as áreas do Brasil mais habitadas pela espécie. Com uma oferta de comida limitada para o número de exemplares, além de um habitat que diminui a cada novo ano, é muito importante que o tamanduá possa ter locais profissionais e preparados de forma correta para abrigar os seus pares. No Brasil, esse serviço fica por conta dos chamados parques nacionais, como é o caso do Parque Nacional da Serra da Canastra, em Minas Gerais.
Além disso, há ainda o Parque Nacional das Emas, em Goiás, que possui uma ampla área de proteção. Os ambientes costumam ter o cenário ideal para o desenvolvimento do tamanduá-bandeira, com oferta de alimentos justa e clima favorável. Todavia, é importante entender que esses ambientes deveriam ser muito mais comuns no Brasil, já que os números de mortes do tamanduá-bandeira apenas aumentam a cada novo registro no país. Os países vizinhos ao Brasil são ótimas formas de constatar o quanto esse animal pode sofrer, ao ponto de ser extinto de forma relativamente rápida.
No Uruguai, na Costa Rica, em Belize e na Guatemala, por exemplo, já não há mais registros oficiais da presença do tamanduá-bandeira. Todos os países citados possuem muitas das características que o Brasil também possui, o que mostra o quanto pode ser perigoso subjugar o movimento em prol da vida do tamanduá-bandeira. Na realidade, segundo especialistas, o tamanduá-bandeira é o mamífero mais ameaçado de toda a América Central, sendo o segundo mais ameaçado da América do Sul. Se no Brasil esse animal ainda é tido como vulnerável, em muitos países a classificação do tamanduá-bandeira já é relacionada ao perigo imediato de extinção.
Maturidade Sexual do Tamanduá-Bandeira
O tamanduá-bandeira é um animal que possui forte ligação com a mãe nos primeiros momentos de vida, sobretudo pelo fato de essa ligação se fortalecer ao longo da gestação. Assim, pode ser complicado para o animal se afastar da mãe, mas isso tem de acontecer em algum momento da vida.
Para o caso desse tamanduá, o mais natural é que aconteça entre os 2 e os 4 anos de idade, quando se dá a maturidade sexual do mamífero. Pois, uma vez atingida essa fase, o animal precisa buscar uma parceira sexual e parte em busca da construção da sua identidade como tamanduá-bandeira – vale citar que o tamanduá-bandeira é um animal muito solitário e viver em grupo vai contra os seus princípios naturais.
Pode ser complicado para o animal se virar sozinho em um primeiro momento, mas a situação tende a mudar conforme o tamanduá-bandeira é submetido a ovas situações e se vê obrigado a reagir de alguma maneira. Portanto, apenas o tempo fará com que o animal ganhe experiência e passe a ter um modo de vida mais confortável. Nos primeiros 3 anos de vida, por exemplo, o número de mortes é muito alto para a espécie, o que sintetiza a fragilidade. Em todo caso, após os 4 ou 5 anos o tamanduá-bandeira já se torna um mamífero muito mais forte e resistente.