O Soim-preto, taboqueiro ou mico-preto, é o Callimico goeldii (seu nome científico). E como podemos ver nessas imagens, a sua densa e exuberante pelagem, toda ela negra, faz realmente jus a esses seus curiosos apelidos.
A espécie é a única do gênero Callimico; uma extravagância endêmica da bacia Amazônica, mais especificamente dos territórios do Brasil, Peru, Colômbia, Equador e Bolívia.
O suíço Emil August Goeldi foi o naturalista que emprestou o seu nome a essa espécie. Ele foi um discípulo de Haeckel, convidado a trabalhar no antigo Museu Nacional Brasileiro no Rio de Janeiro em 1880.
E ele não só realizou estudos como aproveitou para, entre outras coisas, levar na bagagem (como era comum à época) algumas amostras da fauna e da flora brasileira, além de descrever as características do singular Callimico Goeldii.
O curioso é que, originalmente, o soim-preto foi descrito pelo zoólogo britânico Oldfield Thomas (em 1904), a pedido de Goeldi, como um representante do gênero Midas – da comunidade dos saguis.
Foram necessários quase 8 anos para que enfim a espécie fosse descrita da forma correta, como uma representante do gênero Callimico, uma das extravagâncias da Bacia Amazônica e membro ilustre das florestas tropicais de quase a metade da América do Sul.
De acordo com registros históricos, uma característica bastante peculiar do soim-preto foi determinante para caracterizá-lo como uma espécie à parte: os seus três molares posicionados em cada mandíbula, diferentemente dos saguis, que apresentam apenas dois.
Isso foi o suficiente para que um novo gênero de primatas fosse descrito, com as características que podemos observar nessas imagens e com o sugestivo nome científico de Callimico goeldii; ou simplesmente soim-preto, taboqueiro, mico-preto, entre outras inúmeras denominações, a depender da região onde for encontrado.
Características, Nome Científico e Imagens do Soim-Preto (O Taboqueiro)
Uma pelagem toda ela negra, olhos vivos, nariz atarracado, um corte de cabelo dos mais originais, cauda comprida, garras bastante afiadas (exceto nos polegares), um peso entre 390 e 900g e um comprimento entre 21,5 e 24 cm, são algumas das principais características dessa espécie.
Mas elas não são as únicas! Eles possuem várias características que chamam bastante a atenção. Como os seus hábitos essencialmente diurnos, a preferência por uma rotina sobre imensas árvores e uma alimentação à base de frutos, sementes, insetos, pequenos anfíbios e brotos.
Além disso eles são quadrúpedes, hábeis em deslocarem-se em saltos impressionantes, geralmente encontrados em pequenos grupos de 6, 7 ou 8 indivíduos, em uma convivência harmônica que envolve, inclusive, a proteção dos adultos aos mais jovens.
Quando surge a fase reprodutiva, os casais costumam chamar-se por meio de sons bastante característicos, como o sinal de que é chegada a hora de lutar pela preservação da espécie – o que ocorre após uma cópula que não dura mais do que alguns segundos.
Dessa união irá resultar, para a fêmea, um período de gestação que deverá durar entre 5 e 6 meses. E elas darão à luz durante a primavera a um único filhote, com um peso que geralmente oscila entre 40 e 60 gramas, para serem amamentados durante 2 meses, criados pelo casal por mais algum tempo, até que estejam aptos a lutarem pela preservação desse excêntrico e original gênero Callimico.
Imagens, Nome Científico e Habitat do Soim-Preto (O Mico-Preto)
Uma curiosidade acerca do soim-preto diz respeito às suas origens. Os mais recentes estudos científicos dão conta de que ele seria a ligação que faltava entre os “Macacos do Novo Mundo” e os saguis.
Os primeiros foram durante muito tempo descritos na família Cebidae, enquanto os segundos eram considerados espécies pertencentes à família Callitrichidae.
Dentre as principais características que os unem, podemos citar um peso médio entre 400 e 600 gramas, a presença de três molares em cada mandíbula, a característica de darem à luz um único filhote, as garras que eles apresentam em todos as patas, entre outras características não menos marcantes.
Mas foram necessários diversos estudos de sequenciamento genético, filogenético (da evolução de espécies e populações), entre outras análises, para que, finalmente, o soim-preto fosse considerado um animal à parte; um outro gênero sem qualquer ligação com os micos e os saguis.
Agora temos, finalmente, o Callimico goeldii, ou sagui-de-goeldi, ou mesmo o soim-preto, o mico-preto, o taboqueiro, entre outras denominações que os unem pelo mesmo nome científico e características físicas, como podemos ver nessas imagens.
A distribuição dessa espécie é de certa forma limitada ao sul da Colômbia, à parte ocidental da Floresta Amazônica, à região leste do Equador, ao ambiente quase mítico e surreal do Rio Japurá, ao lado peruano da Floresta Amazônica, entre outras regiões não menos extravagantes.
O Comportamento do Callimico Goeldii – o “Soim-Preto”
O soim-preto, como dissemos, é o taboqueiro, o mico-preto, ou mesmo o Callimico goeldii (seu nome científico); uma espécie exótica (como podemos ver nessas imagens) e que atualmente só pode ser avistada em trechos mais fragmentados de florestas.
Os bambuzais parecem ser o ambiente favorito dessa espécie, onde eles convive em bandos com até 8 indivíduos, em uma agitação frenética em meio a esses bambuzais.
Mas eles também podem ser avistados em um sobe e desce constante de imensos Jacarandás, Andirobas, e em uma aventura insólita sobre a mais recente preciosidade da Amazônia, o monumental Angelim Vermelho.
Nesse ambiente eles vivem as suas rotinas de caça às suas iguarias mais apreciadas, entre as quais, diversas espécies de sementes, brotos, frutos; e até mesmo algumas variedades de roedores, pequenos mamíferos e insetos – nesses casos, quando há escassez das suas variedades mais consumidas.
O que se diz é que esse taboqueiro não dispensa, em hipótese alguma, uma boa refeição à base de amêndoas de ucuuba, murumuru, além de frutos das espécies de Lamiaceaes, Asteraceaes, entre outras variedades que lhes possam matar a fome em períodos de escassez de alimentos.
No entanto, caso encontrem, distraídas, algumas variedades de Pristimantis jamescameroni, uma indefesa Phyllomedusa bicolor, ou mesmo algumas espécies de pequenos roedores e insetos, eles não terão a menor cerimônia em fazer deles as suas refeições do dia.
Eles serão, sem dúvida, saboreados com bastante prazer; as presas favoritas para a garantia da sobrevivência de uma espécie típica desse original e formidável bioma da Bacia Amazônica.
Um bioma que abriga ainda outras inúmeras preciosidades da fauna e da flora da biosfera terrestre, que são impossíveis de serem descritas nas tão modestas e despretensiosas linhas desse artigo.
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