Você sabia que existem sapos vermelhos? Pois é, eles são endêmicos e estão presentes na Ilha de Madagascar até hoje.
Sabemos que existem sapos, rãs e pererecas de diferentes cores e tamanhos. Os coloridos, geralmente são os pequeninos, que possuem veneno poderosíssimo e utilizam sua cor para chamar a atenção e demonstrar perigo para os predadores. Eles são bastante coloridos, possuem cores exóticas, como vermelho, amarelo, verde, azul, laranja, além de manchas espalhadas pelo corpo.
Mas o sapo que falaremos aqui é o sapo vermelho grande, um animal curioso, o qual poucas pessoas conhecem ou já viram. Ele também recebe o nome popular de Sapo-Tomate.
Infelizmente estes pequenos e exóticos seres vêm sofrendo decorrentes ameaças e estão na Lista Vermelha da IUCN desde 2002.
Continue acompanha este artigo para entender melhor sobre está espécies tão rara de sapos, suas principais características e os seus hábitos.
Sapo Vermelho Grande – O Sapo Tomate
Este fabuloso habitante da Ilha de Madagascar é conhecido cientificamente como Dyscophus Antongilli; endêmico da Ilha, ele habita regiões da cidades de Moroantsetra, Antara e Toamasina.
O Sapo Tomate procura canais de água parada ou pântano para se abrigar e viver. Adora locais abertos para receber a iluminação solar.
O corpo dele é majoritariamente vermelho, mas pode variar com pigmentações amarelas e laranjas. O macho possui tons mais puxados para o laranja, enquanto a fêmea é totalmente avermelhada. Eles também podem possuir manchas pretas na garganta.
E não é somente essa a diferença entre os dois, o macho mede de 5-7 cm de comprimento, enquanto a fêmea pode chegar até os 10 cm. Elas são bem maiores e mais pesadas que os machos da espécies.
Eles possuem glândulas de veneno na lateral do corpo e da cabeça, mas podem liberar para defesa. Desta maneira, o veneno é expelido quando são apertados, esmagados ou se sentem em perigo.
E a coloração de seu corpo, o vermelho vivo, é para chamar a atenção de possíveis predadores; como quem dissesse: “não me toque, sou venenoso”. Eles liberam uma substancia branca, como uma cola tóxica, para defender-se de diversos predadores, e tal substância em contato com a pele humana, pode causar uma série de reações alérgicas.
Habitat e Reprodução
E onde vivem estes curiosos seres? Qual o habitat deles? Sim, sabemos que é na Ilha de Madagascar, mas o que é encontrado lá, na região natural deles?
Eles vivem em florestas tropicais, ou subtropicais, sempre de baixa altitude, geralmente até 200 metros acima do mar; adoram rios, pântanos com iluminação solar, plantações, jardins e zonas rurais; preferem sempre estar em lugares abertos.
Lugares onde consiga se alimentar – basicamente de insetos de pequeno e médio porte –, e reproduzir a espécie.
Desta maneira, para a reprodução da espécie – geralmente entram no período reprodutivo no mês de Março, após intensas chuvas. O macho, através de sons chama a atenção da fêmea, e depois buscam locais tranquilos, de água parada, charcos e pântanos onde possam copular e gerar os ovos.
A fêmea gera muitos ovos na superfície da água, quando estes ovos eclodem saem os pequeninos girinos de coloração preto e branco. Estes que curiosamente já nascem sabendo nadar e vivem os primeiros meses de sua vida na água, depois seus membros vão se desenvolvendo, a coloração vai mudando e ele vai criando hábitos terrestres, como correr, pular e alimentar-se.
E depois de certo período, tanto o macho quanto a fêmea, que um dia foram pequenos girinos, estão aptos para copular e reproduzir a espécie novamente.
E assim é um ciclo de vida deste curioso animal de Madagascar. Porém, infelizmente este ciclo vem sendo interrompido por ações humanas. Confira!
Extinção e Ameaças
Devido a construção de cidades e a crescente expansão urbana na Ilha, muitas vegetações e matas foram devastadas, e consequentemente, muitas espécies sofrem com isso, não apenas o sapo vermelho.
Eles estão presentes na Lista Vermelha da IUCN, onde também estão cerca de 25.000 espécies de animais.
Até quando o ser humano vai poluir, desmatar e destruir o habitat de tantos seres vivos?
Apesar das inúmeras ações de preservação do meio ambiente, poucas são de fato efetivas; já que os problemas não são totalmente solucionados.
Sendo assim, o Sapo Tomate é caracterizado como “quase ameaçado”; como muitos outros de seu gênero.
Além das perdas de suas matas naturais, o sapo tomate ainda sofre com a captura ilegal, tanto para criação em cativeiro e revenda, quanto para o comercio ilegal de animais.
Por serem animais exóticos, muitas pessoas buscam nele o intuito de “embelezar” sua casa, ou algum outro ambiente.
Então o que fazem: retiram o pequenino animal do seu ambiente natural e este é submetido a outros lugares aos quais não está apto para viver.
Uma Esperança
Desta maneira, após os decorrentes declínios da população de Sapo tomate, o governo local, junto com programas de preservação animal, tomaram ações e medidas preventivas na esperança de sessar estes declínios.
Atualmente, existem estações ecológicas e de preservação, onde aos animais podem viver tranquilamente. Eles podem ser encontrados na Reserva Especiale d’Abrateau e também no Parque Nacional de Masoala. Mas vivem ali em um território muito menor do que já foi antes.
E de fato, ao decorrer dos anos, estas medidas vêm funcionando. Em 2017, a IUCN fez uma atualização do status de risco do animal e pode concluir que a situação agora é “pouco preocupante”.
Desde 2002 o animal vem aparecendo na lista como “quase ameaçado”, depois das intervenções e criações de reservas e parques, elas passaram a ser consideradas “pouco preocupante”. Mostra de fato, que com essa espécie, as ações funcionaram.
Fato que incentiva e nos mostra que há sim um meio de preservarmos as espécies. No caso deste fantástico anfíbio vermelho funcionou e vem funcionando – o que não dizer que não corram mais riscos, mas apenas de já ter melhorado é uma grande conquista.
A população da espécie de Sapo Tomate atualmente encontram-se estável nestas localidades, e ainda voltaram a aparecer próximas aos centros urbanos e cidades próximos como Maroantsetra e Ambatovaky.
Existe salvação para as espécies em extinção, porém, é preciso agir, criar leis e incentivar a preservação do meio ambiente.