O sapo-boi-indiano possui as características típicas de um animal exótico. Não por acaso, ele é originário do sul da Ásia – talvez a região mais exótica do planeta -, um trecho do continente onde estão países como: Madagascar, Myanmar, Afeganistão, Bangladesh, Nepal, Sri-Lanka, Índia, Maldivas, Paquistão, entre outros países.
Nesses países, o Hoplobatrachus tigerinus surge como uma espécie quase mítica (especialmente para os turistas) e cercada por lendas que tratam da sua constituição física, propriedades medicinais, hábitos alimentares, entre outras características que não costumam ser observadas em outras espécies da família Ranidae e do gênero Rana.
O sapo-boi-indiano, como o seu próprio nome indica, é uma espécie de corpo extremamente avantajado, hábitos noturnos, pele enrugada e resistente, além de ser endêmica dessa região da Ásia .
Essa região é conhecida pela exoticidade das espécies que abriga, como os originais pavões-indianos, o tigre-de-bengala, as espécies de javalis, veados, leões, o singular macaco-assamensi, entre outras espécies que, assim como o sapo-boi-indiano, só podem ser encontradas nesse trecho do continente asiático.
De acordo com a IUCN (União Internacional Para a Conservação da Natureza), o Hoplobatrachus tigerinus faz parte do grupo de espécies pertencentes à categoria “pouco preocupante”, o que significa dizer que ele não está entre os animais em risco de extinção no planeta, apesar de exigir atenção quanto à perda de alguns trechos de mata considerados os seus habitats naturais.
Principais Características do Sapo-Boi-Indiano
Quanto às principais características físicas do sapo-boi-indiano, é possível destacar a sua coloração entre o marrom e o castanho – com algumas espécies apresentando um tom entre o verde-escuro e o verde-oliva.
Eles também possuem marcas escuras em seu dorso, traços em tom amarelado na região das vértebras, pernas e patas com frisos escuros, um traço também de cor amarelada sobre as coxas, um trecho mais esbranquiçado na região do ventre, entre outras.
O Holobatrachus tigerinus possui um corpo robusto, em forma de cilindro, com uma cauda também avantajada e proporcional ao corpo. Suas barbatanas são discretas e rentes ao corpo, a parte posterior é em forma de ponta, o lábio superior dilatado e vigoroso e os seus olhos são esbugalhados (como é característico dos batráquios).
Os girinos costumam alimentar-se de pequenas espécies típicas da região geográfica em que eles vivem – geralmente outros pequenos anfíbios mortos em meio ao ambiente aquático.
Nessa fase, eles demonstram bem o seu instinto predador, ao caçar, vorazmente, a presa que tenta, inutilmente, lhes escapar.
Esses girinos costumam medir entre 39 e 44 mm e uma cauda entre 22 e 25mm. Eles ainda possuem células melanóforas na base dos olhos e nas laterais do seu dorso, ligando-se às suas barbatanas, geralmente com manchas escuras e rugosas.
Já na fase adulta, podem atingir os vertiginosos 17cm de comprimento e até 1,3 kg de peso – o que o torna uma das maiores espécies de batráquios da natureza.
Uma das principais características dos sapos-bois-indianos, quando o assunto são os seus hábitos alimentares, é a sua voracidade incomparável.
Quilos, quilos e mais quilos de moscas, besouros, gafanhotos, grilos, louva-a-deus, entre outras espécies semelhantes, não são suficientes para aplacar a fome desse animal que, munido de uma língua extremamente rápida e pegajosa, transforma-se em um verdadeiro tormento na vida das espécies de insetos que têm o desprazer de cruzar o seu caminho.
Curiosidades Sobre o Sapo-Boi-Indiano
Sem dúvida, a principal característica do sapo-boi-indiano é a sua curiosa capacidade de mudar completamente de cor durante o período de acasalamento. De uma tonalidade entre o marrom e o acastanhado, eles tornam-se completamente amarelos, e ainda com singulares sacos vocais em cada lado da face na cor azul.
De acordo com estudiosos, esse seria uma recurso utilizado para chamar a atenção das fêmeas – como se fora uma vantagem sobre os outros machos –, semelhantemente ao que ocorre com os pavões, por exemplo.
Esse efeito é o resultado do deslocamento de pigmentos obtidos graças a um conjunto de células denominadas de “cromatóforos”.
Essas células especializadas são capazes de acumular pigmentos que, em determinadas situações (como períodos reprodutivos, situações de ameaça, entre outras), são deslocados e refletidos pela luz solar.
Uma outra característica do sapo-boi-indiano é o fato de que, diferentemente do que se imagina, ele não é um sapo, e sim uma rã – uma rã gigantesca –, um perfeito exemplar da família Ranidae e do gênero Rana, que acabou adquirindo essa semelhança com os sapos devido às suas características genéticas, que alteraram, sensivelmente, a sua estrutura física.
E para completar as curiosidades sobre essa singular espécie, o que se diz é que, em regiões da Tailândia, Myanmar, Nepal, Sri-Lanka, entre outras regiões do sul da Ásia, eles representam uma excelente iguaria, consumida quase que diariamente pela população local, de preferência assada e com condimentos típicos desses países.
Quanto aos seus principais hábitos, o que se sabe é que o Holobatrachus tigerinus é uma espécie tipicamente noturna, solitária, dificilmente encontrada em ambientes terrestres e afeita ao ambiente aquático, onde possa encontrar tocas, buracos e arbustos em áreas inundadas.
Suas refeições preferidas são variedades de insetos, além de pequenas rãs, minhocas, pequenos invertebrados, filhotes de pássaros, lombrigas, entre outros animais com estrutura menos complexa.
Uma Espécie Bastante Singular
O sapo-boi-indiano também possui a curiosa característica de hibernar nos períodos mais secos e também no inverno. Para tal, ele enterra-se em ambientes úmidos, próximos de pântanos, brejos e áreas inundadas por até 90 dias.
Após esse período de “descanso” – quando foge de condições climáticas incompatíveis com a sua constituição biológica -, o Holobatrachus tigerinus sai para a vida, como um caçador voraz (obviamente ainda mais faminto do que antes), disposto a realizar um verdadeiro extermínio das mais diversas espécies de insetos típicos das regiões onde vive.
A noite é o momento em que eles verdadeiramente sentem-se em casa! É quando saem à caça, e logo se ouve, de longe, uma curiosa sinfonia de “”wong wang” “wong wang” ou “greb greb” “greb greb”, que até parece uma verdadeira discussão entre iguais sobre alguma questão realmente importante.
Eles fazem uma verdadeira farra! Em pleno ambiente sombrio de um pântano, eles pulam uns sobre os outros, saltam sobre o parceiro do lado e o agarram incisivamente – o que geralmente resulta em brigas e encontrões –, enquanto ali por perto, as fêmeas limitam-se a assistir ao espetáculo, também aos gritos e agitos, com todo o interesse possível.
Tudo isso tendo, ao fundo, o inconfundível “greb greb”, insistentemente, e inconfundivelmente, como um coro afinado – o que faz daquele ecossistema um verdadeiro mundo à parte.
Um mundo onde a delicada Burmagomphus sivalikensis evita a todo o custo ser uma presa fácil; enquanto, num movimento rápido, a singular Jamides celeno não tem a mesma sorte, e está simplesmente condenada a ser a próxima refeição desses enormes, insaciáveis e bastante singulares sapos-bois-indianos.
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