A reprodução, a criação de filhotes e o período de gestação dos ratos ocorrem de forma tão variada como são variadas as famílias que abrigam os indivíduos dessa comunidade. Elas são em número de cinco, a saber: família Muridae, Cricetidae, Heteromyidae, Diatomyidae e Bathyergidae.
De um modo geral, podemos dizer que o período reprodutivo dos ratos ocorre por volta de 1 mês e 20 dias de vida; mas existem relatos de famílias nas quais as fêmeas logo aos 30 dias já apresentam-se em idade fértil.
Uma curiosidade sobre essa fase reprodutiva dos ratos é que o cio das fêmeas ocorre durante vários momentos ao longo dos 12 meses do ano, e sempre com uma ovulação totalmente espontânea.
Nessa fase, as noites tornam-se o ambiente ideal para o acasalamento! É o momento em que o estro das fêmeas surge; mas só durante um período entre 10 e 13 horas.
Os demais dias (entre 4 e 6 ) configuram-se como o “ciclo estral” – o período total em que a fêmea ovula, mas com uma cópula limitada a apenas esse período de no máximo 13 horas.
O estro pode ser identificado por alterações na vagina da fêmea, que costuma apresentar um muco bastante característico; e permanece até 1 dia após a cópula, como forma de atrair os machos para o ato do acasalamento.
Criação De Filhotes, Período De Gestação E Fase Reprodutiva Dos Ratos
Apenas como uma curiosidade acerca do ciclo estral das fêmeas de ratos (especialmente os camundongos), chama bastante a atenção o fato de que, quanto maior o grupo de fêmeas reunidas mais difícil costuma ser o desenvolvimento normal do ciclo estral.
O que geralmente ocorre, nesse caso, é um “salto” quase que imediato para o cio propriamente dito, em no máximo 3 dias, sem o desenvolvimento de um ciclo reprodutivo da forma como se conhece.
A exposição das fêmeas às secreções expelidas pelos machos resulta num cio quase que imediato, em um incrível potencial estimulador, que em ciência costuma ser conhecido como o “Efeito Whitten”; um dos fenômenos mais singulares que se pode perceber nessa não menos singular comunidade de roedores.
Quanto ao período de gestação das fêmeas, o que se sabe é que ele costuma durar entre 18 de 21 dias, para resultar em uma ninhada de 8 a 12 filhotes, que nascem pelados, cegos e com alguns poucos centímetros de comprimento.
Entre 15 e 20 horas eles começam avidamente a buscar o leite materno, que é o que lhes garante a vida sem a necessidade de nenhum outro recurso nos primeiros dias.
Quanto às características da reprodução dos ratos, ou melhor, do ciclo estral, sabe-se que ele divide-se em:
Proestro – Dura entre 10 e 12 horas e pode ser reconhecido nas fêmeas pelo aumento de volume da vulva, que apresenta uma espécie de tumefação e um certo grau de ressecamento do tecido;
Estro – Período inicial que geralmente dura 12 horas e pode ser identificado por alterações na vulva e na mucosa vaginal da fêmea, que geralmente apresenta uma tumefação bastante característica;
Metaestro – Com duração de no máximo 15 horas, também pode ser identificado por uma tumefação da vulva, mas que já apresenta uma sensível redução do seu volume, além de uma certa degradação do tecido.
Além Da Reprodução E Do Período De Gestação, as Características Dos Filhotes De Ratos
Como vimos até aqui, as características reprodutivas dos ratos variam de acordo com a família. Mas apenas como uma forma de caracterizar melhor esse período, podemos dizer que eles nascem completamente sem pelos, com um corpo meio ferruginoso (em um tom de vermelho), com o canal auditivo obstruído e com algumas vibrissas que fazem as vezes de órgãos do tato.
Eles também nascem cegos, com cerca de 5 g de peso e completamente dependentes do leite da mãe até por volta de 15 ou 16 dias. Mas o curioso é que a natureza – também no que diz respeito à procriação dos ratos – é implacável!
Isso porque o normal é que os mais frágeis se vejam praticamente impedidos de se alimentarem; e por isso mesmo nos criadouros já se sabe que apenas os mais fortes deverão ser selecionados, em um dos fenômenos mais curiosos no seio dessa comunidade.
Já com 72 horas de vida eles começam a desenvolver, lentamente, a sua pelagem. E o que se vê é que ela terá a tonalidade característica de cada família.
Um pouco mais clara entre os Muridaes, um pouco mais escura entre os Heteromydae e os Dyatomidae, e em uma tonalidade bastante original entre os Bathyergidae.
Mas o certo é que após uma semana todos eles já deverão apresentar as suas respectivas pelagens características; as orelhas (até então grudadas) já começarão a se abrir; e nas fêmeas as tetas logo tornar-se-ão mais nítidas e exuberantes.
Até que, entre 9 e 11 dias, já comecem a abrir os olhos; e por volta dos 15 ou 16 já possam ser alimentados com algo mais que o leite da mãe.
Em um desenvolvimento incrivelmente rápido, já que o normal é que a maturidade sexual das fêmeas seja alcançada logo aos 30 ou 40 dias de vida.
Uma Comunidade Bastante Singular
Enfim, os filhotes agora já estão crescidos, com um peso entre 30 e 40 gramas e já podem ser alimentados de acordo com a sua origem – espécies de rua com os detritos e os criados em cativeiro com a alimentação típica para esse condição.
Por volta de 1 mês de vida eles já são considerados animais jovens; mas a fase reprodutiva só deverá ocorrer mesmo entre 45 e 60 dias, quando os machos já estão aptos a perceber o cio das fêmeas – que costumam atingir essa fase bem antes deles, entre 25 e 30 dias.
A partir de então, até os próximos 8, 9 ou 10 meses, esses animais poderão dar novas crias, sempre de acordo com os mesmos processos, para resultar em machos adultos com cerca de meio quilo e fêmeas pesando em torno de 300 ou 400 gramas.
Ou então de acordo com as características de cada família – mas sempre obedecendo a um padrão que é típico dessa comunidade de roedores. Esses verdadeiros símbolos de repugnância e aversão. Mas que possuem as suas singularidades; como aliás é comum nesse cada vez mais surpreendente e controverso Reino Animal.
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e pra minha aula