A reprodução, período de gestação e características dos filhotes de coala talvez sejam tão ou mais singulares quanto a própria espécie em questão.
Ele é o Phascolarctos cinereus, um marsupial típico do continente australiano, e que sofre desde tempos imemoriais com o risco de extinção, graças à qualidade da sua pele, bastante apreciada no mundo todo.
Os coalas não foram extintos, mas hoje eles também estão entre aquelas espécies que sofrem com a degradação dos seus habitats naturais.
Especialmente com as queimadas, derrubada de árvores, criação de pastagens, entre outras agressões, que não só destroem a sua moradia como também as suas presas favoritas.
O resultado? Um verdadeiro exército de coalas mortos todos os anos por atropelamento, caça predatória, captura como animais de estimação (em condições degradantes), devorados por cães, entre outras agressões resultantes da fuga desses animais das florestas devastadas.
Para se ter uma ideia da situação atual dos coalas no planeta, diversas ONGs já dão a espécie como “potencialmente extinta”, já que os não mais do que 80 mil indivíduos existentes correm a passos largos em direção à completa extinção provocada pela degradação total dos ecossistemas que eles tanto apreciam.
Reprodução, período de gestação e a criação de filhotes de coalas
Quando atingem por volta dos 3 anos de idade os coalas (machos) já estão aptos a reproduzir. Já as fêmeas atingem essa fase antes, por volta dos 2 anos; e após um período de gestação de cerca de 34 dias elas costumam dar à luz a um único filhote.
Os dados acerca dos processos reprodutivos dos colas são relativamente escassos. Mas o que se sabe é que essa fase reprodutiva dura cerca de 120 dias, entre os meses de novembro e fevereiro. E os rituais da reprodução, criação de filhotes e período de gestação não são menos extravagantes.
O macho, já sentindo o chamado da natureza, parte em sua busca desabalada pelas fêmeas que encontram-se no cio. E o ritual segue com a demarcação do território com secreções odoríferas, emissão de sons característicos, entre outros sinais que os ajudem a encontrar-se.
E aí então é uma festa! Uma festa que na verdade não dura mais do que alguns segundos! Já que, logo após o ato, a fêmea, curiosamente, expulsa o macho da sua presença de forma tão agressiva que costuma surpreender até mesmo os que já estão acostumados em presenciar os rituais de acasalamento dessa espécie na natureza.
Os Filhotes De Coalas
Os filhotes de coalas nascem com um peso entre 0,4 e 0,6 gramas, com não mais do que 19 ou 20 cm, completamente indefesos e dependentes das suas mães; e ainda com uma pele meio rosada, sem pelos, cegos e com os ouvidos completamente fechados.
Eles são frágeis. Quase não se pode perceber as patas posteriores, as narinas e a boca. O que lhes permite a sobrevivência são as suas patas anteriores, mais fortes e vigorosas, com as quais eles fazem as primeiras escaladas em direção às glândulas mamárias das suas mães.
Tão curioso quanto a reprodução e o período de gestação dos coalas é a criação dos seus filhotes. Isso porque, após o nascimento, eles permanecerão na bolsa ventral das suas mães por ainda um bom tempo – até por volta dos 8 meses de vida.
Mas eles ainda precisarão voltar até ela vez ou outra para buscar o leite que irá sustentar-lhes a vida, em um dos fenômenos mais extravagantes desse não menos extravagante e incomum continente australiano.
A essa altura, o macho, responsável pelo “sacrifício” de contribuir com os seus espermatozoides para a preservação desse singular gênero Phascolarctos, já estará completamente separado da mãe e do filhote – ela é quem ficará com a incumbência de mantê-los até a fase adulta.
Uma fase que só chegará mesmo por volta dos 12 meses de idade, quando ocorre o desmame, e o antigo filhote agora já deverá preparar-se para lutar por sua própria conta pela sobrevivência e pela preservação de uma das espécies mais originais do continente australiano.
Além Da Reprodução, Período De Gestação E Criação De Filhotes, Outras Características Observadas Nos Coalas
Quando completa 1 ano de vida o coala já estará completamente desmamado. Mas ele ainda permanecerá próximo à mãe por mais 1 ano, até que, por volta de 2 anos de idade, comece a buscar a ampliação dos seus horizontes.
Esses animais agora deverão demarcar os seus próprios territórios, já sentindo os primeiros comandos da maturidade sexual que lhes encaminha para as suas respectivas fases reprodutivas.
E eles se reproduzirão! Durante praticamente toda vida! Uma vida que nos machos costuma não ultrapassar os 13, 14 ou 15 anos, enquanto as fêmeas podem atingir a surpreendente idade de 17, 18 ou até inacreditáveis 25 anos!
Quanto às características físicas dos coalas – à parte as suas características reprodutivas, criação de filhotes e períodos de gestação – , o que podemos dizer é que eles são animais originalíssimos.
Um crânio pequeno, focinho atarracado, nariz curiosamente achatado e robusto, olhos distantes uns dos outros, narinas curiosamente grandes e cinco dedos em cada membro do corpo constituem-se como as suas principais características.
Mas isso não é tudo! Eles também apresentam uma pelagem sedosa e robusta, que funciona bem como um protetor contra as intempéries; tanto assim que os coalas podem passar os seus dias tranquilamente sob o sol ou a chuva sem serem molestados.
E se não bastasse tamanha singularidade, essa pelagem ainda diminui providencialmente de volume durante o verão, e aumenta durante o inverno, a fim de que essa sua “manta” tão invejada e disputada por caçadores não funcione como um empecilho à sua sobrevivência.
E quanto à distribuição desses animais, o que se sabe é que eles são habitantes exclusivos do continente australiano, onde distribuem-se em meio às plantações de eucaliptos – quase como um prolongamento desse tipo de ecossistema.
Na verdade os colas já foram abundantes nesse ambiente no período anterior à colonização da Austrália, mas hoje eles se veem em apuros!
Eles são vítimas da caça predatória, da invasão dos seus habitats naturais pela agricultura, do desmatamento, diminuição das suas principais presas, entre outras ações na maioria das vezes provocadas pelo homem.
Tudo isso faz desse gênero uma comunidade “funcionalmente extinta”; o que significa dizer que já não há mais indivíduos adultos suficientes para garantir a existência da espécie para as gerações futuras.
Os coalas só contam hoje mesmo é com o que há de melhor em engenharia genética, pois essa é a grande ferramenta capaz de salvar-lhes a vida!
Por isso esse desafio já mobiliza cientistas em todo o mundo. Todos dispostos e empenhados em garantir a sua preservação. A preservação de uma das espécies mais originais do planeta. E considerada um símbolo desse exótico e incomum continente australiano.
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