Para quem vive em cidades praianas ou quem visita sempre que pode durante as férias, é normal que encontremos alguns animais diferentes e interessantes que só podem ser encontrados nesses locais. Existem aqueles que vemos com uma frequência maior, por estarem mais próximos dos humanos. E existem aqueles que são mais difíceis de serem vistos.
Na lista dos comuns, está o siri. Um animal muito conhecido pelo mundo, e que também é muito utilizado na alimentação das pessoas que moram nesses locais. Ele, é confundido direto com o caranguejo, seu parente crustáceo, porém existem diversas diferenças entre ambos. Tanto físicas, quanto morfológicas.
No post de hoje, iremos falar um pouco mais sobre os siris e comentar sobre todo o processo de sua reprodução, a gestação das fêmeas e também como nascem os siris.
Os Siris
Esses animais estão dentro de uma enorme classificação, que é a dos artrópodes junto com diversos outros animais como aranha, lacraia abelha e vários outros. Para muitos é até uma novidade que eles fazem parte de um grupo tão misto como os artrópodes. Mas dentro desse grupo, temos um segundo grupo que diminui as diferenças. Os siris também fazem parte dos Crustáceos, vindo da parte da família dos portunídeos. Eles também são classificados como Decapoda (possuem dez patas) e brachyura que significa ter a cauda reduzida. Junto dos decápodes, encontramos os caranguejos, e para alguns diferencia-los é uma situação complicada.
A principal diferença na sua aparência física externa entre os caranguejos e os siris, é que nos siris, seu último parte de patas (também chamados de apêndices locomotores) são no formato de nadadeiras. Isso afeta o modo de vida de ambos, pois enquanto os caranguejos ficam limitados a rochas e areias, os siris conseguem se locomover em ambientes aquáticos.
Outras diferenças podem ser vistas, porém com um olhar mais cuidadoso e atencioso. Por exemplo, o fato que os siris possuem a carapaça mais achatada, que é o melhor jeito de eles conseguirem explorar tocas e outros lugares menores. Falando em seu corpo, além de achatado, o seu tórax e cabeça se fundem em uma única peça.
Possuem 5 pares de pés, entretanto, somente 4 pares são realmente utilizados durante sua locomoção. O primeiro par, o não utilizado para locomoção, tem um formato diferente das outras. Seu formato é em pinça, e serve para o animal tanto se defender, quanto para caçar e prender os alimentos e leva-los até sua boca.
Com seu último par de patas especiais principalmente para nadar, ele é um ótimo nadador. E quando está em ambiente terrestre, anda e corre de lado. Um fato interessante é quanto ao seu crescimento. Por terem a carapaça bem dura, isso impossibilita que eles cresçam e se desenvolvam. Isso só ocorre durante a ecdise, que consta como troca de pele. Sua carapaça tem essa textura e dureza devido a quitina, um tipo de “açúcar” que faz parte de toda a estrutura.
É quando ele troca sua carapaça e então o seu crescimento é muito rápido e grande, logo, criando uma carapaça maior. Isso ocorre de uma a duas vezes ao ano, até chegar em uma fase mais velha, no qual não crescem mais tanto assim e não há mais troca de carcaça. Um outro fator que determina o crescimento desse animal é a quantidade de comida, quanto mais comida disponível, mais ele crescerá e precisará trocar de carcaça.
No Brasil estamos acostumados com o mesmo tipo de siri, mais branquinho. Porém, existem diversas espécies e eles podem ser achados dos mais variados tamanhos e colorações. O habitat natural do siri é muito variado e podem ser encontrados no mundo todo. Desde que haja ambientes marinhos ou estuário (a zona de transição entre mar e rio). São animais carnívoros, e se alimentam de peixes mortos, sendo chamados até de urubu-do-mar, pois preferem a carne já entrando em decomposição.
Gestação e Como Nasce o Siri
Os siris, assim como a maioria dos crustáceos, possui sexos separados. E precisam da reprodução sexuada para poderem ter uma gestação. Apesar de não necessariamente terem que viver na água e se acostumarem de ficar mais afastados, durante a reprodução a água é essencial para o nascimento dos siris. Após o acasalamento dos siris, que varia de acordo com a localização que o animal vive, a fêmea sai da praia e volta ao mar. Ela carrega os ovos, que podem chegar a mais de 2 milhões de ovos, no seu abdômen.
Na primeira fase, a fase pelágica, que ocorre no mar, os ovos eclodem e então os organismos começam a se desenvolver até o estágio chamado de zoea. Ele fica nesse estágio vivendo na água durante todo o período, que dura cerca de 18 dias. Então, chegamos na fase bentônica, que é quando o siri vai do estágio zoea para megalopa.
Para passar para o estágio megalopa, é preciso que eles migrem de águas marinhas para águas estuarias, devido a salinidade que é muito importante na vida dos siris. Nessa fase, a salinidade deve ser bem mais baixa, por isso migram. Todo o processo dura de 20 a 24 dias, e então o siri já está pronto para sair completamente da água e viver sua vida entre os dois ambientes terrestre e aquático.
Esperamos que o post tenha te ajudado a entender e aprender um pouco mais sobre os siris e sua reprodução. Não esqueça de deixar seu comentário nos contando o que achou e também deixar suas dúvidas. Ficaremos felizes em responde-las! Você pode ler mais sobre siris, animais marinhos e outros assuntos de biologia aqui no site!
Qur maravilha! Grata por compartilhar.