A anêmona do mar é um animal aquático que faz parte da ordem Actiniaria. O termo “anêmona” está ligado aos vegetais que possuem o mesmo nome. A anêmona do mar possui ligação direta com as águas vivas e com os corais. Além de ter parentesco com vários animais marinhos, essas criaturas pertencem ao grupo dos cnidários.
Normalmente, uma anêmona tem um pólipo cuja base está ligada a uma superfície rígida. Essa criatura gosta de morar em locais cuja superfície é macia e confortável para ela. Além disso, algumas anêmonas gostam de flutuar perto da superfície marinha. Elas gostam tanto disso que vivem dessa forma durante uma boa parcela de sua vida.
As anêmonas marinhas têm um tronco em seu pólipo e, na parte de cima desse tronco, existe um disco oral que possui um anel. Além disso, esse mesmo tronco tem uma espécie de boca que fica na parte central do corpo da anêmona. Os tentáculos dessa criatura conseguem se retrair ou expandir e isso lhes torna uma excelente arma para capturar presas. Esses animais possuem algumas células que liberam substâncias venenosas (cnidoblastos). Eles utilizam esse recurso para capturar suas vítimas.
As anêmonas do mar têm uma relação simbiôntica com as zooxantelas (criaturas unicelulares que vivem associadas a vários animais marinhos). Ademais, essas criaturas têm o hábito de se aproximar das algas verdes e também de fazer associações com peixes de pequeno porte. Normalmente, ambas as criaturas se beneficiam nessas relações.
Reprodução
As anêmonas liberam esperma e óvulos através do buraco que elas usam como boca. Depois disso, acontece o processo de fertilização que dá origem aos ovos. Com passar do tempo, as larvas saem dos ovos e se deslocam até o fundo do mar para finalizar o seu desenvolvimento. Anêmonas não costumam se apegar às suas mães ou aos seus filhotes, por isso, se afastam de sua família materna ainda na fase larval.
O processo reprodutivo também pode ser assexual. Quando uma anêmona é partida ao meio, os pedaços se desenvolvem e se transformam em duas anêmonas. Ademais, pedaços arrancados também podem se desenvolver e se transformarem em novas anêmonas.
Reprodução da Anêmona Haitiana
O período do ano em que a reprodução acontece pode variar de uma anêmona para a outra. Por exemplo, no caso das anêmonas haitianas, o período reprodutivo é no final de maio. Contudo, elas são capazes de se reproduzir em todos os meses do ano, porém, numa frequência menor.
Apesar de algumas anêmonas serem hermafroditas, a anêmona haitiana é dioica e possui machos e fêmeas. Normalmente, essa criatura gera apenas um filhote por vez.
A anêmona haitiana se reproduz de um modo bem característico, pois ela expele os espermatozoides e os seus óvulos de forma simultânea. Dessa forma, a fertilização acontece de forma sincronizada. Esse processo reprodutivo só funciona se as anêmonas estiverem próximas umas das outras.
Depois que a fertilização se conclui, a fêmea coloca um ovo que contém apenas uma larva. Essa pequena criatura absorve nutrientes de seu próprio ovo e isso lhe ajuda sobreviver dentro da casca. Depois que rompe a casca, a larva se afasta de sua mãe e procura um novo local para viver. Ela passa toda a sua “infância” nesse local e só sai dali quando chega à fase adulta.
Digestão
As anêmonas engolem o alimento pelo mesmo orifício que elas utilizam como ânus. Ou seja, como esse orifício está diretamente ligado ao estômago da anêmona, ele serve tanto para receber a comida como para “expulsar” o que não presta. Isso acontece porque o intestino das anêmonas não é tão desenvolvido quanto o de outros animais.
Essa criatura tem uma boca que possui formato de fenda e também uma ou duas ranhuras. O estômago da anêmona tem um sulco gástrico e ele ajuda os pedaços de comida a se deslocarem pela sua cavidade gastrovascular. A faringe da anêmona possui um leve achatamento.
O estômago das anêmonas possui uma camada de proteção em todos os seus lados. Ademais, essa criatura tem filamentos que servem para cuidar da secreção produzida pelas enzimas digestivas.
Curiosidades
O caranguejo ermitão tem o hábito de esconder a própria barriga em conchas. Depois disso, eles “sequestram” as anêmonas e as põem dentro dessas mesmas conchas. Com isso, o caranguejo e a anêmona passam a viver uma espécie de associação, pois o caranguejo começa a fornecer comida e a facilitar a movimentação da anêmona.
Por sua vez, as anêmonas usam a sua toxina para proteger o caranguejo de algum possível predador. Dessa forma, a relação entre esses dois animais se torna muito interessante para ambos.
Outro ponto curioso sobre as anêmonas é que eles podem viver por mais de cinquenta anos. Obviamente, para que o tempo de vida de uma anêmona se prolongue, ela precisa estar nas melhores condições possíveis. Se estiver em local que prejudique sua saúde, a anêmona logo morrerá, pois é um animal muito frágil.
As anêmonas podem sobreviver por longos períodos em locais que possuem muito lodo. Além disso, elas podem viver de forma solitária ou se adaptar à vida em grupo, pois não se incomodam de viver próximas às águas vivas.
Imortalidade
Segundo o professor Dan Rokhsar, que dá aulas de genética na Universidade da Califórnia, em Berkeley, as anêmonas do mar são imortais. Ele afirma que essas criaturas sempre se renovam e que isso lhes deixa jovens para sempre. Além disso, ele citou o fato delas se proliferarem com facilidade, o que torna a sua população cada vez maior.
O pesquisador ainda afirma que, a não ser que as anêmonas sejam devoradas ou envenenadas, dificilmente elas morrerão. Um dos argumentos que ele utiliza para defender a sua ideia é a ausência de tumores nas anêmonas.
O professor Rokhsar afirma que não há registros científicos que comprovem a existência de câncer em alguma anêmona, o que é muito raro entre os seres vivos. Segundo Rokhsar, isso acontece por causa da rápida recomposição de células que as anêmonas fazem. Essa renovação instantânea impede que essa criatura adquira células cancerígenas.
Os cientistas não fazem ideia de como a anêmona consegue se renovar a ponto de nunca envelhecer. Além disso, eles querem muito saber o que a torna imune ao câncer. O professor Rokhsar afirmou que ele e sua equipe representam apenas alguns dos cientistas que não param de pesquisar sobre as anêmonas.