As raposas em si são animais muito fascinantes, sendo conhecidas cerca de 40 espécies no mundo todo.
Uma delas é a raposa das ilhas, espécie que vamos falar mais a seguir.
Características Gerais
Essa raposa é encontrada nas seis maiores ilhas do Canal, a cerca de 30 a 98 quilômetros da costa sul da Califórnia. O nome dessas ilhas são Santa Catalina, São Clemente, São Nicolau, São Miguel, Santa Cruz e Santa Rosa. É a menor raposa encontrada na América. No total, existem 6 subespécies dessas raposas vivendo em cada uma dessas ilhas.
Em termos de tamanho, a raposa das ilhas é menor que a raposa-cinzenta e um pouco menor que um gato. Em geral, o comprimento cabeça-tronco chega a 50 cm, com a cauda chegando a medir quase 29 cm. O macho tem um tamanho maior que a fêmea, e o peso dessa espécie de raposa gira entre 1,3 e 2,8 kg.
O pelo de sua cabeça é acinzentado e os flancos são vermelhos. Na região ventral, na garganta e na metade inferior da face, contudo, o pelo é totalmente branco. Já a cauda apresenta uma listra preta na superfície dorsal. Esse é um tipo de raposa, inclusive, que muda de pelo uma vez por ano, mais ou menos entre os meses de agosto e novembro. Ressaltando que, antes da primeira mudança de pelo, os filhotes são lanosos, com uma aparência mais escura que os adultos, além de ser mais espessa.
Reprodução
Essa espécie de raposa forma pares reprodutivos monogâmicos, e que, frequentemente, são vistos juntos, principalmente entre janeiro (início da época de reprodução) e o início de março. O período de gestação da raposa das ilhas dura de 50 a 63 dias, com a fêmea dando a luz de 1 a 5 filhotes no máximo.
As crias nascem, em geral, na primavera, e saem das tocas na época do verão. Ainda assim, continuam com os pais por alguns meses. A amamentação dura de 7 a 9 semanas, e já com 10 meses de vida ocorre a maturidade sexual desses animais. Tanto é que as fêmeas já começam a acasalar já no primeiro ano de idade.
A expectativa de vida da raposa das ilhas vai de 4 a 6 anos em ambiente selvagem, e até 8 em cativeiro. Este último dado é importante, já que viver mais em cativeiro foi um dos pontos que ajudou para que a espécie não ficasse mais ameaçada de extinção.
Comportamentos Típicos
O habitat típico dessas raposas é, em geral, uma complexa cobertura vegetal, tendo alta densidade de arbustos perenes. Esse animal vive em todos os biomas das ilhas onde são encontrados, incluindo aí florestas temperadas, pradarias temperadas e chaparrais. Como são pequenas, cada uma dessas ilhas, por sinal, não suporta mais do que mil indivíduos dessa espécie, o que mantém o equilíbrio natural desses lugares.
A raposa das ilhas tem como alimentação principal frutos, insetos, aves, ovos, caranguejos, lagartos e incluindo até pequenos mamíferos, como roedores pertencentes ao gênero Peromyscus. Algumas (mas isso é muito raro) também já foram avistadas mexendo em lixos de pessoas. No geral, elas são conhecidas por buscarem alimentos nas praias ao longo da costa.
Já em relação a comportamento social, essas raposas tendem a andar sozinhas, muito mais do que em grupos. O seu período preferido do dia é a noite, quando sai especialmente para caçar. Mesmo assim, ela tem picos de atividades ao amanhecer e ao anoitecer também. No entanto, suas atividades diárias mudam conforme a estação, onde ela é mais ativa de dia no verão do que no inverno, por exemplo.
Interessante notar que a raposa das ilhas não se mostra intimidada com seres humanos, mesmo que, inicialmente, aparente estar um pouco agressiva. Fora isso, ela é incrivelmente fácil de amestrar e bem dócil.
A comunicação dela se dá por meio de sinais auditivos, olfativos e visuais. Uma raposa dominante tende a mostrar certos sinais típicos, como vocalizações, olhar fixo e achatamento das orelhas; tudo com o intuito de causar submissão a outras raposas. Salientando ainda que ela marca seu território usando fezes e urina.
Além do homem, que vez ou outra ameaça este animal com a caça predatória, a raposa das ilhas tem como predadores corvos, águias douradas e águias americanas.
Programa Raposa das Ilhas
Em 1993, biólogos começaram a monitorar a população de raposas das ilhas em São Miguel, e constataram que em menos de um ano o número desses animais diminuiu drasticamente, com resultados muito semelhantes sendo mostrados em outras ilhas.
Somente no ano de 2004, no entanto, que cada uma das subespécies dessas raposas foi listada como estando em risco de extinção pelo governo federal dos EUA. Ao mesmo tempo, um programa de reprodução em cativeiro (e combinado com outras medidas) conseguiu salvar todas as subespécies que estavam ameaçadas, e a população desses animais, hoje em dia, está estável.
Para se ter uma ideia, em parques nacionais, essas raposas podem ser encontradas em São Miguel, Santa Rosa e Santa Cruz. Desses, um dos melhores lugares para avistar a raposa das ilhas é em Santa Cruz, cujo lar abriga cerca de mil indivíduos, e que frequentemente são vistos próximos à área de camping Scorpion Ranch.
Atualmente, esses são pontos turísticos muito apreciados nas proximidades da Califórnia, além de terem servido de salvação para essa espécie de raposa que quase ficou às vias de extinção, de fato, e de serem lugares protegidos pelas forças armadas do país. Uma luta que vale muito a pena, até mesmo para poder ver esses animais soltos na natureza como tem que ser.
Curiosidades
Originalmente, essa espécie de raposa era chamada de Vulpes littoralis (isso por volta do século XIX). Com o tempo, foram incorporados nomes mais populares para elas, como raposa-da-costa, raposa-de-cauda-curta, raposa cinza das ilhas e raposa cinza insular, entre mais alguns.
Em séculos passados, nativos americanos usavam as raposas das ilhas em suas práticas religiosas e cerimoniais, servindo, simbolicamente, como totens, ajudantes de sonhos e personagens lendários em histórias fascinantes. Esses nativos também faziam o enterro de suas raposas, o que mostra o grau de importância que esse animal tinha na cultura da região.
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