A raia jamanta é considerada um dos maiores peixes que habitam as profundezas marítimas. Devido ao seu corpo semelhante a um losango, e suas nadadeiras cefálicas, semelhantes a “chifres”, ela ficou muitos anos conhecida como diabo-do-mar, demônio-do-mar ou morcego-do-mar.
Mas o fato é que são animais extremamente dóceis! Não possuem o ferrão, e por isso não fazem mal algum, são inofensivas ao homem.
Ela está presente na família Rajidae, isto é, da ordem dos rajiformes. Mas também existem outras famílias e gêneros que englobam a diversidade das raias, que habitam tanto água salgada, como água doce.
Estima-se que existam em torno de 456 espécies de raias, divididas em 14 famílias, em um total de 60 gêneros. Ou seja, existem muitas raias, e sim, algumas podem possuir ferrão!
Conheça agora um pouco mais a cerca das raias e de sua família; e logo em seguida, veja tudo sobre a raia jamanta!
Características Gerais das Raias
As raias ou arraias são animais muito curiosos. Possuem um corpo arredondado, achatado, suas nadadeiras peitorais são poderosíssimas e muito bem desenvolvidas, o rabo é fino e comprido; e é justamente nele que está o ferrão.
Este ferrão é poderoso e muitas espécies de raias possuem – estima-se que existam cerca de 40 que constituem de um ferrão venenoso.
Ele tem o formato de uma lança, de uma flecha, é pontudo e a raia pode envenenar qualquer um que a ameace – geralmente acontece com tubarões e outros peixes de grande porte, porém, uma pessoa pode pisar acidentalmente e ser ferida.
O ferrão constitui-se de pequenas serras em seu exterior, e desta maneira ele penetra na pele/carne, libera o veneno e quando sai, corta e rasga o tecido da pele.
O veneno é peçonhento e pode causar ânsias, vômitos, dores locais e taquicardia. Mas claro, elas só liberam o veneno se forem incomodadas, se sentirem ameaçadas ou por acidente.
Fique atento (a) ao entrar no mar ou em rios, pois elas estão presentes em grande parte das costas litorâneas e dos diversos rios brasileiros; aliás, elas estão praticamente no mundo todo, em todos os Oceanos.
Elas possuem diversos tamanhos e características, porém aqui vamos tratar de uma em especifica, que merece toda a atenção, pois é um belíssimo animal e corre sérios riscos de extinção! Conheça a Raia Jamanta!
Raia Jamanta – Principais características
As raias jamantas chamam a atenção de todos devido ao seu tamanho e suas características bem específicas, o que a torna única e diferente das outras raias de sua espécie.
Podemos citar, por exemplo, suas nadadeiras e sua boca terminal. As nadadeiras cefálicas tornam a raia jamanta em um animal inusitado, elas parecem “chifres”, além da boca terminal, projetada para frente, com a parte superior sem dente algum.
Elas possuem diferentes colorações, porém a mais fácil de ser avistada é a que possui o dorso preto, com manchas em formato de T em coloração branca; mas também podem ser encontradas as totalmente pretas, com manchas brancas apenas no ventre, tais manchas são como impressões digitais e servem para identificação dos seres.
Ela movimenta-se lentamente. Com todo seu tamanho e sua beleza, ela não é uma exímia predadora, pois não consegue caçar, mas alimenta-se pequenos seres.
São seres dóceis e não atacam, a não ser que sejam incomodadas. O que assusta mergulhadores as vezes, é o fato delas nadarem em direção a eles, apesar de serem lentas, são muito grandes e acabam por assustar quem as avista pela primeira, pois passam demasiadamente perto.
Mas o fato é que o animal não faz mal nenhum! Diferente de muitas raias, a raia-jamanta não possui ferrão, e desta maneira, a única coisa que o torna perigosa, é o seu tamanho. A raia jamanta é a maior espécie de raias que existe, ela pode alcançar os incríveis 7 metros de envergadura (largura), e pesar cerca de 2.000 kg.
Raia Jamanta – Tipo de Esqueleto
Seus esqueletos revelam o quão primitivo este animal é. A raia é um peixe cartilaginoso, assim como os tubarões e quimeras. São alguns dos animais mais antigos e perigosos do mar. Além do esqueleto cartilaginoso, seus dentes renovam-se e possuem a pele de escamas placoides.
Apesar de grande parte serem ótimos predadores, existe espécies e espécies, como dissemos acima, no caso da raia-jamanta ela é inofensiva e não apresenta nenhum perigo, porém outros de sua espécie sim.
As raias apresentam escamas placoides, estas que lembram dentes, podendo variar também de espécie para espécie, algumas com mais, outras com menos, além de mais espinhentas, ou menos.
No caso da raia jamanta ela é constituída de grandes escamas placoides no corpo todo.
Habitat e Alimentação
A raia jamanta adora águas subtropicais e tropicais, nestes lugares são onde ela conseguiu se adaptar muito bem e facilmente, já que possui alimento e espaço em abundancia.
Elas habitam águas tropicas de praticamente todos os oceanos, aqui no Brasil, elas são encontradas principalmente em Santos.
Mas estão por todas as partes, existe uma grande concentração de raia jamanta em Moçambique. Elas atraem grande quantidade de mergulhadores para visita-las em alto mar.
Elas alimentam-se através do seu par de nadadeiras cefálicas, que encaminham o alimento até a a boca, facilitando a alimentação da raia, que constitui-se basicamente de crustáceos e plânctons, onde ela encontra nos corais.
Reprodução e Extinção
Ela possui a reprodução tardia e sexuada, onde gera um filhote de cada vez, e o período de gestação dura cerca de 1 ano. Seus filhotes já nascem com quase 1 metro e aproximadamente 10 kg.
Realmente, a raia jamanta é um ser fantástico! Porém, infelizmente, aqui no Brasil ela é classificada como uma espécie ameaçada. Sendo assim, o único lugar para encontra-las, é no Laje de Santos, no litoral de São Paulo.
Mas mesmo assim, muitas vezes elas enroscam nas redes de pescadores e são trazidas a superfície quando já estão sem forças para seguir adiante quando retornam ao mar.
Isso se deve muito pela poluição de rios, mares e também a pesca.
Sendo assim, devemos preservar nossos rios, nossos mares, fauna e flora, para que todos animais possam viver tranquilamente, sem se sentirem ameaçadas ou recuados perante as ações humanas.
A raia jamanta é apenas um exemplo, mas existem muitos e muitos peixes que correm situações mais graves e correm sérios risco de serem extintos para sempre.