Muitos podem até não saber, mas, existem muitas raças diferentes de pôneis por aí. Hoje, falaremos de uma chamada basuto (ou basotho), originária da África do Sul, e uma das espécies de pôneis mais interessantes do mundo.
Mesmo sendo chamamo de pônei o basuto é também considerado um pequeno cavalo, visto que ambos possuem características bem semelhantes, como passos longos, por exemplo. Fora isso, os basutos possuem cabeças bem pesadas, além de pescoços longos, e costas longas e bem retas. Os ombros são igualmente retos.
Podem medir até 1,44 m de altura, e suas cores variam entre castanho, marrom, loiro, cinza ou até mesmo preto com manchas brancas. Em geral, tratam-se de animais firmes, bem rápidos (até mesmo por conta dos passos longos), e bastante destemidos em termos de comportamento. Fora que esses pôneis também são conhecidos por sua incrível resistência. Eram tão resistentes que, inclusive, serviram por muito tempo como cavalos de guerra em diversos conflitos ao longo dos anos.
Um Pouco da História Dessa Raça
Com relação à sua história, temos que voltar um pouco no tempo, para sabermos que os primeiros cavalos chegaram à África do Sul no ano de 1653, a partir do momento em que quatro exemplares desses equinos foram introduzidos na região do Cabo através da Companhia Holandesa das Índias Orientais. Não se sabe exatamente a raça desses quatro cavalos, podendo ter sido árabes, persas ou mesmo qualquer outro. O que se sabe, contudo, é que eles foram aprimorados ao longo dos anos através de cruzamentos com cavalos árabes e persas.
Inclusive, o cavalo do Cabo e o basuto são originários de um mesmo espécime em comum, e entre um e outro cruzamento com outras raças, o basuto se tornou um espécime menor e mais robusto. Essa robustez, inclusive, tem a ver com o fato do terreno da região onde vivem ser bastante rochoso, e por isso, esses pôneis serviam constantemente de montaria. Ou seja, com essas condições, esses equinos se tornaram animais bem resistentes e seguros.
Na verdade, aqui temos uma raça que já sofreu muitas “idas e vindas” em sua história. Holandeses e portugueses, por exemplo, trouxeram esses animais para a África do Sul, ao passo que os zulus da região cruzaram esses animais com os seus próprios pôneis, o que acabou resultando em um pônei ainda de menor estatura.
Interessante notar ainda que a população de Lesoto (região onde mais podemos encontrar essa raça no mundo atualmente) usa esses animais no lugar de máquinas agrícolas mecanizadas, porém, evitam fazer deles animais de tração (algo que deixam para o gado, por exemplo).
Por sinal, é sobre a relação do povo de Lesoto com esse pônei que falaremos mais a seguir.
Pônei Basuto de Lesoto: Símbolo Nacional
Entre as localidades da África do Sul que mais abrigam essa raça de pônei, está Lesoto, um pequeno país localizado na chamada África Austral. Lá, essa raça de equino é tão bem cuidada que existem atualmente milhares e milhares de espécimes por lá, sendo que quase que a totalidade desses animais é encontrada no sopé da região ou em áreas montanhosas.
Trata-se de um pônei que é uma verdadeira fonte de orgulho para os habitantes do local, sendo que há uma quantidade verdadeiramente grande de cavaleiros em áreas rurais, que usam bastante desse equino em suas atividades cotidianas.
Por sinal, em algumas regiões do país, o único meio de transporte para se locomover a pé de um lugar para o outro é com a ajuda desses pôneis. E, uma das razões pelas quais o pônei basuto de Lesoto tem uma reputação tão boa entre as diversas raças de equinos é que a região desse país é um ambiente ideal para a criação deles, visto que é um lugar de clima seco, repleto de montanhas, com baixa incidência de doenças pandêmicas. Inclusive, essa raça de pônei é bastante resistente a vários tipos de doenças.
As pastagens nas montanhas de Lesoto acabam sendo essenciais para o bom desenvolvimento dessa raça, produzindo um ambiente ideal para alimentação e descanso desses animais. Fora que as terras agrícolas da região podem produzir forragens de alta qualidade.
Mesmo assim, com tantos pontos a favor, essa raça quase foi inteiramente extinta, justamente pelo fato de vários exemplares terem sido mandados embora de Lesoto.
Quase Extinção da Raça
A grande resistência desse pônei realmente é algo incrível, mas, esse também foi um fato essencial que contribuiu para a sua quase extinção. Isso porque esse equino se tornou tão popular com o passar dos anos, que milhares de exemplares foram exportados, sendo que muitos dos melhores exemplares desses animais acabaram sendo mortos na chamada Guerra dos Bôeres, conflito que acometeu boa parte da África do Sul em meados do final do século XIX.
Atualmente, muitos esforços têm sido feitos para preservar essa raça, e evitar sua total extinção, mesmo que seja complicado,. nos dias de hoje, termos um pônei basuto realmente de pruro-sangue. Ainda assim, esses esforços têm conseguido algum resultado, e hoje podemos ver exemplares dessa raça sendo usados em corridas, e outros esportes que envolvem cavalos.
Essa preocupação com a preservação da raça foi tão grande em 1999, foi criado o Projeto Pônei Basotho, a partir de um relatória das instituições pecuaristas de Lesoto (país onde mais essa raça está inserida nos dias de hoje), onde foram introduzidas outras raças para o cruzamento entre eles, como a árabe do Egito e o Pônei Connemara da Irlanda.
Antes dessas ações, porém, a raça, de fato, sofreu um declínio enorme, especialmente na década de 50, quando esse pônei foi exportado para países, como Quênia, República Unida da Tanzânia, Zâmbia e Malawi. Apenas em 1973 é que esforço múltiplos para a preservação desse pônei começaram a ser feitos, em especial, com a ajuda da Irlanda, o que veio a culminar com o Projeto Pônei Basotho anos depois.
Hoje em dia, essa raça, mesmo sem tantos exemplares como tinha anteriormente, não corre mais riscos de extinção, apesar desse pônei não ter mais a importância econômica nas regiões onde vive como tinha a décadas (até a séculos) atrás.