A raça de cavalos westphalian (ou westfalen) é originária da Alemanha, mais precisamente do popular estado da Renânia do Norte-Vestefália (Nordrhein-Westfalen), na Alemanha Ocidental.
A cidade de Warendorf, localizada nesse estado, é a sede do centro olímpico de hipismo da Alemanha, ou seja, essa região é considerada o principal polo de desportos equestres do país.
É nessa região que estão localizadas importantes cidades alemãs como Colônia, Düsseldorf e Bonn (e que atualmente abriga 18 milhões de habitantes) e é também a única região da Alemanha que ainda possui cavalos semisselvagens.
História do Cavalo Westphalian
Os cavalos começaram a ser domados na Alemanha ainda durante a Idade Média. No século XVIII o rei Frederico William I construiu haras para melhorar a genética dos cavalos criados na região de língua alemã.
Os cavalos foram submetidos a seleções genéticas através da injeção de sangue de garanhões de puro sangue, o que ocasionou a criação dos belos e resistentes cavalos da raça westphalian.
O exército necessitava de cavalos robustos, adaptados ao clima frio e que pudessem sobreviver com uma alimentação pouco exigente. Porém, devido às guerras territoriais, aos cruzamentos ineficientes que resultaram em animais não adequados nem para o exército nem para o trabalho no campo, a raça westphalian foi praticamente exterminada.
No século XIX, o Barão von Schörlemmer-Alst teve a iniciativa de fazer a raça renascer. É quando é criado o livro de registro genealógico do cavalo westphalian, no ano de 1888, e que hoje é o segundo maior registro da Alemanha.
A raça westphalian como a conhecemos hoje é resultado do cruzamento de diversas outras raças, entre elas o puro-sangue inglês (raça da qual herdou sua potência), o árabe (de quem herdou a resistência) e o hanoveriano (de quem trouxe o temperamento calmo).
No início do renascimento da raça westphalian, no final do século XIX, os animais foram cruzados com as raças oldenburg e anglo-normandos. Já no começo do século XX, a partir da década de 1920, inicia-se o cruzamento com cavalos hanoverianos, que se tornaram a base para a melhoria genética dos westphalian – tanto que por muito tempo os westphalian foram considerados apenas cavalos hanoverianos com mais peso e corpulência.
Foi a partir da década de 1960 que os cruzamentos com puros-sangues ingleses alteraram a estrutura dos westphalian, transformando-o num cavalo com maiores leveza e refinamento. Então foi introduzida a raça árabe, para que tivessem mais resistência.
Inicialmente a raça foi utilizada nos trabalhos agrícolas e de tração. Porém, por ser um cavalo de grande porte excelente para servir como montaria, com um temperamento calmo para ser utilizado para equitação e lazer, a atenção em relação aos westphalian foi atraída para outro lado e, atualmente, esses cavalos são extremamente populares como cavalos de sela.
Principais Características do Cavalo Westphalian
Os cavalos da raça westphalian possuem características consideradas aristocráticas. A cabeça é alargada e elegante, as orelhas são de tamanho médio e afastadas uma da outra, o olhar é atento e o focinho é reto. O pescoço é longo e bem desenvolvido, os membros são proporcionais, resistentes e muito fortes.
Em relação à pelagem, são admitidas todas as pelagens de uma única cor e ainda pelagens sólidas com manchas brancas na cabeça e nas partes inferiores das patas. Em relação à altura, a média dos westphalian varia entre 1,54m e 1,64m, podendo chegar a 1,70m.
É um cavalo de sangue quente, ou seja, é um animal que possui leveza, rapidez e elegância, ideal para a prática de esportes. É uma raça largamente utilizada em todas as modalidades de competições equestres – com destaque para as modalidades de adestramento e de salto, em que a raça figura como uma das melhores do mundo.
É extremamente inteligente e obediente, porém com temperamento vivo. O westphalian é um cavalo de fácil manejo e muita qualidade técnica e é capaz de suportar várias horas de atividades físicas.
A polícia montada da Alemanha considerou a raça westphalian como a melhor raça para montaria. Isso porque os cavalos não demonstram medo das pessoas, são dotados de temperamento calmo e ainda marcham com graciosidade, sendo ideais para desfiles da cavalaria.
O Cavalo Westphalian no Esporte
A criação de cavalos westphalian produziu uma série de animais muito atuantes como cavalos esportivos, incluindo Polydor, seu meio-irmão Pilot e Rubinstein. São famílias importantes para o salto e adestramento, respectivamente, cujos descendentes são destaque no hipismo.
A raça é, assim, uma das responsáveis por manter a Alemanha no topo do hipismo mundial. Cavalos westphalian fizeram parte de diversas conquistas para o país.
A primeira vez que um cavalo da raça westphalian foi campeão de uma Olimpíada foi nos jogos Olímpicos de Los Angeles (EUA) em 1984. O cavaleiro alemão Reiner Klimke foi bicampeão com o garanhão Ahlerich na modalidade de adestramento (individual e por equipe).
Nas Olimpíadas seguintes, no ano de 1988 em Seul (Coreia do Sul), Reiner e Ahlerich foram novamente campeões olímpicos no adestramento por equipes. Nessa mesma Olimpíada, a amazona alemã Nicole Uphoff-Becker, com seu garanhão Rembrandt, levou a medalha de ouro junto com Reiner e Ahlerich no adestramento por equipes, e também a medalha de ouro no adestramento individual.
A raça ainda ajudou a Alemanha a levar mais uma medalha dourada nesses Jogos Olímpicos. O cavaleiro Wolfgang Brinkmann e o cavalo westphalian Pedro integraram a equipe campeã na modalidade de saltos.
Já nos Jogos Olímpicos de Barcelona (Espanha) em 1992, Nicole Uphoff-Becker e Rembrandt repetiram o feito da Olimpíada anterior e conquistaram as medalhas de ouro do adestramento individual e do adestramento por equipes.
Na mesma Olimpíada, a Alemanha ainda levou o bronze no adestramento individual com outro cavalo westphalian, Goldstern, montado pelo cavaleiro Klaus Balkenhol. Ambos também faziam parte da equipe que levou o ouro.
Nos jogos de Atlanta (EUA) em 1996, novamente Goldstern, montado por Klaus Balkenhol e Durgo, garanhão montado por Martin Schaudt, conquistaram a medalha de ouro no adestramento por equipes.
Mais recentemente, nos jogos Olímpicos de Sydney (Austrália) em 2000, a amazona Nadine Capellmann e o garanhão Farbenfroh também ajudaram a equipe alemã de adestramento a ganhar a medalha de ouro.
O renomado cavaleiro alemão Ludger Beerbaum, especialista nas provas de salto e detentor de diversas medalhas olímpicas, incluindo quatro medalhas de ouro, costuma montar animais da raça westphalian.
Com a égua Gladdys S e os garanhões P.S. Priamos e All Inclusive, o cavaleiro obteve medalhas de ouro, prata ou bronze em Campeonatos Europeus, Mundiais e Copas do Mundo de Hipismo.