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O cavalo sela francesa, no original cheval de selle français, é uma raça relativamente nova. O nome sela francesa foi oficialmente adotado apenas em meados do século XX, mais precisamente no ano de 1958.
Foi nesse ano que todas as linhagens regionais de cavalos sela francesa foram agrupadas em um único livro de registro genealógico. Porém, para compreender a origem do cavalo sela francesa, é preciso voltar atrás por alguns séculos.
História do Cavalo Sela Francesa
Originário da Normandia – região localizada no noroeste da França, famosa por ter sido palco do Dia D (6 de junho de 1944) durante a Segunda Guerra Mundial, quando os Aliados desembarcaram nas praias da Normandia no que é considerada a maior invasão por mar da história – o cavalo sela francesa é resultado do cruzamento de outras raças equinas.
O século era o XVII. O ano, 1663 e o rei francês era Luiz XIV, o famoso Rei Sol. Um de seus ministros, chamado Jean-Baptiste Colbert, deu início ao Haras Real, onde foram realizados os primeiros cruzamentos para que se pudesse chegar ao que hoje conhecemos como cavalo sela francesa.
O objetivo inicial desse cruzamento era obter cavalos mais rápidos e mais adequados para as guerras. Para isso, garanhões puro-sangue ingleses foram cruzados com éguas originárias da França, de antigas linhagens de cavalos de trote ou de sela – principais tipos de cavalos existentes na então Normandia. Nascia assim o cavalo anglo-normando, principal precursor do cavalo sela francesa.
Logo foi observado pelos criadores que esses cavalos possuíam um ótimo desempenho em competições equestres e assim o foco passou a ser aprimorar a raça para produzir excelentes cavalos para esportes hípicos.
Nos primórdios do século XX mais cruzamentos foram efetuados. É quando cruza-se puros-sangues de diferentes regiões francesas – entre eles cavalos anglo-normandos – com éguas da cavalaria militar.
Já pela metade do mesmo século, cavalos franceses são cruzados com cavalos anglo-árabes. Em 1958 surge então a denominação sela francesa. O livro de registro genealógico da raça permite que cavalos meio-sangue recebam a denominação sela francesa.
Assim sendo, um potrilho que possua pai sela francesa e mãe puro-sangue anglo-árabe, trotador francês ou árabe (desde que filha de sela francesa) pode ser registrado como sela francesa.
Devido a isso, diz-se que a raça não possui um padrão bem definido, contudo embora não sejam homogêneos, os cavalos sela francesa são detentores de características comuns.
Principais Características do Cavalo Sela Francesa
O nome científico da raça sela francesa é equus ferus caballus. Ela é a mais importante raça de cavalos franceses de sangue quente.
Sangue quente não se refere à temperatura do sangue dos cavalos – que como nos humanos, em condições normais, é a mesma para todos – e sim ao temperamento do animal e ao tipo de trabalho que é desempenhado por ele.
Os cavalos de sangue quente são cavalos leves, rápidos e elegantes, dotados de um temperamento entusiasmado. Por isso são ideais para a prática de esportes.
O sela francesa é um cavalo que possui bastante classe e excelente estrutura, sua altura varia entre 1,60m e 1,70m, sendo assim, é um cavalo de porte médio a grande.
As pelagens mais comuns dos cavalos sela francesa são a baia, a alazã e a castanha.
Pelagem baia é cor de café com leite (com mais leite que café) e é também chamada de cor de trigo maduro por seu tom dourado e brilhante. É uma pelagem que possui diversas variações.
A pelagem alazã é de tom mais avermelhado e, em geral, cavalos alazães possuem cauda e crina da mesma cor do pelo. O tom mais escuro é puxado para o roxo e o mais claro é puxado para o vermelho-dourado.
Já a pelagem castanha é geralmente amarronzada, com caudas e crinas negras, porém também existem diversas variações como castanho claro, escuro, avermelhado, tostado.
Porém, como o cavalo sela francesa é resultante de diversos cruzamentos, qualquer pelagem pode ser contemplada pela raça.
Os sela francesa têm muita velocidade, agilidade, força e elegância. Possuem bons caráter e adestrabilidade, temperamento vivo e são muito inteligentes.
Em relação à parte física, o cavalo sela francesa é dotado de cabeça mediana com aspecto reto ou subconvexo, as orelhas são curtas, o pescoço é forte e o garrote (parte que fica entre os ossos do ombro e a base do pescoço) é destacado.
As espaldas são potentes e a linha dorso-lombar é média. Suas ancas são arredondadas e um pouco oblíquas. Seu andar é elevado e suas patas são fortes, o que permite ao cavalo ter bastante impulsão.
Aptidões do Cavalo Sela Francesa
O cavalo sela francesa, como o próprio nome diz, é um cavalo de sela, ou seja, é ideal para a prática de esportes hípicos – afinal o aperfeiçoamento da raça ao longo dos anos foi feito com esse foco.
Devido aos seus galopes velozes e saltos elegantes, é uma raça excelente para provas de salto, de adestramento e também para as de concurso completo de equitação. Atualmente a raça é reconhecida como uma as melhoras para a prática de hipismo.
O Sela Francesa Mais Conhecido no Brasil
Um dos cavaleiros mais famosos do Brasil e do mundo, Rodrigo Pessoa, montava um cavalo sela francesa quando foi campeão individual na prova de salto nas Olimpíadas de Atenas em 2004. Seu nome é muito conhecido dos brasileiros: Baloubet du Rouet.
Cavalo e cavaleiro também foram medalha de bronze na prova de salto por equipes nas Olimpíadas de Sydney em 2000 e tricampeões da Copa do Mundo de Hipismo, nos anos de 1998, 1999 e 2000. Baloubet du Rouet morreu em 2017, de morte natural.
Após a aposentadoria de Baloubet du Rouet, Rodrigo Pessoa passou a montar outro cavalo sela francesa, de nome Oasis. Infelizmente o animal morreu vítima de um vírus poucos meses antes dos Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro em 2007.
Outro cavalo sela franceses premiado é Galan de Sauvagère, montado pelo também francês Nicolas Touzaint. Ambos ajudaram a França a conquistar a medalha de ouro no concurso completo de equitação por equipe nas Olimpíadas de Atenas 2004.
