O cavalo Clydesdale é um tipo de cavalo de tração que veio da região escocesa homônima. Mesmo sendo um dos menores cavalos de tração no começo de sua existência, hoje é considerado uma das raças de maior porte. Esse cavalo costumar apresentar um tom mais claro, com muitas manchas brancas em seu corpo.
Esse animal foi criado para o auxilio do trabalho agrícola, sendo utilizado para isso até os dias atuais. Além disso, os famosos Budweiser Clydesdales (utilizados em comerciais de TV) estão entre os mais famosos dessa espécie. Outros Clydesdales que se destacam são os que trabalham para a Cavalaria Britânica.
Informações Históricas
Esse cavalo foi criado por meio de garanhões flamengos que vieram para as terras escocesas e se acasalaram com as éguas nativas. A primeira vez que houve registro do nome Clydesdale foi em 1826, quatro anos depois, esses animais começaram a ser utilizados regularmente, o que causou uma propagação deles pelo norte inglês e pela própria Escócia.
Apesar de seu registro isolado em 1826, a raça só passou a ser registrada de forma geral e oficial em 1877. No fim do século XIX e começo do século posterior, milhares desses equídeos saíram da Escócia e se espalharam pelo planeta, especialmente em países da Oceania como a Austrália e a Nova Zelândia. O Clydesdale fez tanto sucesso em terras australianas que ficou conhecido como o equídeo que “construiu” aquele país.
Durante a Primeira Guerra, esse cavalo começou a sofrer uma redução em sua população, pois houve um aumento do uso das ferramentas mecânicas e também o uso deles para os combates. A população de Clydesdales continuou com seu processo de redução até os anos 1970, quando a Rare Breeds Survival Trust (instituição de caridade que cuida dos animais de fazenda do Reino Unido) listou a raça como passível de extinção. Atualmente, o número de Clydesdales existentes aumentou de forma tímida, o que mostra que esses animais ainda permanecem em perigo.
Descrição Física
A estrutura física do Clydesdale se alterou bastante ao longo dos anos. Entre os anos 20 e 30, esse equídeo era menor que os cavalos Shire, Percheron e belga. Com a chegada dos anos 40, foram feitos processos de reprodução para que os próximos Clydesdales que nascessem tivessem um porte mais alto e imponente.
Atualmente, um cavalo dessa espécie mede entre 163 cm e 183 cm, com seu peso alternando entre 820 e 910 quilos. No entanto, alguns machos na fase adulta podem chegar a mais de uma tonelada. A face desse cavalo pode ter um perfil retilíneo ou parcialmente convexo, tanto seu focinho quanto sua testa são largos.
Além de ter músculos bem avantajados, esse animal possui muita força. Apresenta certa inclinação em seus ombros, tem uma cernelha alta e possui um pescoço arqueado. O Clydesdale é muito observado por conta da alta qualidade que existe em suas pernas e em seus cascos. Ambos os elementos aumentam a sensação de força e poder que esse cavalo transmite. Energético, esse equídeo é conhecido por ser um animal alegre e que gera muita expectativa em seus donos.
Problemas de Saúde
Alguns Clydesdales são vulneráveis e podem apresentar uma doença que se chama linfedema progressivo crônico. Essa enfermidade gera um inchaço que aumenta progressivamente, além deixar o animal com fibrose em alguns de seus membros, caso muito parecido com o linfedema dos seres humanos.
Outro problema que esses cavalos podem apresentar é um tipo de coceira na parte inferior de suas pernas, algo conhecido como “Coceira de Clyde”. Esse cavalo também é sensível à luz solar, especialmente nas partes rosadas (sem pigmentação) ao redor do seu rosto. Isso significa que ele pode apresentar queimaduras com certa facilidade.
Coloração
Esses cavalos apresentam uma coloração mais clara, mas também podem exibir as cores preta, cinza e castanha como seu padrão. Boa parte desses animais têm manchas brancas em vários locais de seu corpo, incluindo rosto, patas e pernas.
Eventualmente, podem apresentar essa mancha na parte inferior de seu abdômen. Existem cuidadores de Clydesdales que fazem questão que eles tenham manchas no rosto e nas pernas, mas não em outras partes de seu corpo.
Vários compradores de cavalos pagam muito dinheiro por um cavalo preto, principalmente se ele apresentar partes brancas nas quatro pernas e em sua face. Muitas vezes, essas pessoas priorizam a tonalidade do cavalo ao invés de sua condição física. A prova disso é que existem algumas pessoas que compram Clydesdales com pequenos problemas de saúde somente por conta de sua cor.
Trabalhos e Funções
O Clydesdale foi criado para ser um cavalo agrícola e também para ajudar na carga e descarga de carvão na cidade de Glasgow, na Escócia. Esse cavalo tem essas funções até os dias atuais, além de também ajudar em trabalhos como o transporte de madeira e outros tipos de carga e descarga.
Esses equídeos também podem ser usados para montaria recreativa e criados como animais de estimação, apesar de não ser algo tão comum. Ele é famoso por ser a principal escolha em eventos e desfiles com cavalos, devido aos pelos que existem em volta de suas patas. Também podem ser utilizados como cavalos de exposição. Os Clydesdales mais famosos que existem são os que fazem parte do grupo empresarial Budweiser.
Esses equídeos se transformaram em um símbolo para essa marca e se tornaram referência quando se fala em cavalos Clydesdales. O modo como a Budweiser cuida desses animais influenciou muitos os Estados Unidos, a ponto de muitos norte-americanos acharem que todo cavalo dessa raça possui alguma mancha branca, o que nem sempre é verdade.
Mistura de Raças
No fim do século XIX, o DNA de Clydesdale foi misturado com o do cavalo irlandês Irish Draught. A intenção era transformar e renovar uma raça de cavalos que estava em decadência. Entretanto, o experimento não obteve o sucesso esperado, pois os donos do cavalo irlandês afirmaram que o DNA do Clydesdale deixava o Irish Draught agressivo e falhando muito ao cavalgar. No início do século passado, era comum cruzar o Clydesdale com os pôneis de Dales, o que gerou um cavalo de porte médio cujo trabalho era puxar vagões e também transportar armas militares.