A rã-flecha-dourada ou Phyllobates terribilis (nome científico), como é possível ver nas fotos abaixo, tem como principal característica ser simplesmente o anfíbio mais venenoso da natureza.
Ela é capaz de produzir dezenas de toxinas, entre as quais, a homobatracotoxina, que supostamente pode matar centenas de indivíduos com apenas algumas gotas do seu conteúdo.
Essa espécie é nativa das florestas úmidas, charcos, pântanos, brejos, matas ciliares, entre outras vegetações semelhantes das Américas Central e do Sul, especialmente da Colômbia, que tem no entorno do Rio Saija, no município de Timbiquí, o seu habitat natural, e onde é conhecida quase como um patrimônio cultural do lugar.
As rãs-flechas-douradas têm como preferência alimentar as formigas, além de pequenos insetos típicos daquela região, que elas caçam durante o dia, como uma espécie oportunista, que prefere simplesmente aguardar que a presa esteja no seu raio de alcance.
Ao final da emboscada, elas as capturam com a sua língua extremamente pegajosa, e que funciona como uma excelente ferramenta na sua luta pela sobrevivência.
Rã Flecha Dourada: Fotos, Características e Nome Científico
A rã-flecha-dourada faz jus ao seu nome científico, Phyllobates terribilis, já que possui como uma de suas principais características (e que pode ser observada nessas fotos) ser uma verdadeira fonte de toxinas.
Apesar do seu tamanho nada ameaçador, ela gaba-se de quase não possuir predadores na natureza, e muito menos quem queira competir com ela em potencial de letalidade.
Do alto dos seus insignificantes 54mm, a rã-flecha-dourada consegue ser a espécie mais ameaçadora no ecossistema onde vive, principalmente para os que ousam querer ser seus predadores, pois acabam sendo surpreendidos pela própria constituição da sua pele, onde também há neurotoxina suficiente matar algumas centenas de indivíduos por meio da paralisação dos impulsos nervosos do cérebro.
O resultado poderá ser um quadro de insuficiência respiratória, cardíaca, contração muscular espasmódica, entre outros distúrbios que poderão levar, fatalmente, a um estado de falência múltipla dos órgãos, caso a vítima não receba o tratamento adequado nas primeiras horas após o contato com esse tipo de animal.
Mas o curioso é que, apesar de tamanha letalidade, as rãs-flechas-douradas não atacam, e nem mesmo utilizam-se da sua poderosa toxina para caçar as suas presas. O seu veneno apenas funciona como um sistema de defesa, o qual só entrará em ação caso seja ingerido por algum desavisado.
Existem inúmeras variedades da Phyllobates terribilis, e com as mais variadas cores, como o verde, laranja, castanho, amarelo, entre outras. Mas sempre com a mesma característica: a de ser o anfíbio – ou mesmo o animal – mas letal entre os que nascem, crescem, reproduzem-se e morrem na natureza.
Rã-Flecha-Dourada: Uma Espécie Pequena e Letal!
As fotos que podemos observar não deixam dúvidas sobre a beleza e exuberância da rã-flecha-dourada, a P. Terribilis, cujo nome científico é o resultado da observação das suas características físicas e biológicas.
Características, como por exemplo, os tons da sua pele, que, em variações cromáticas, servem para mostrar aos seus candidatos a predadores (mesmo à distância) o seu potencial de letalidade.
E é por isso mesmo que se diz que apenas duas ou três espécies possuem condições de serem predadores da flecha-dourada, entre elas, a Erythrolamprus epinephelus, famosa por ser uma das poucas na natureza imune ao devastador efeito da toxina presente na sua pele.
Mas o curioso é que esse veneno não é sintetizado pela própria flecha-dourada. O que investigações descobriram é que ele é o resultado da sua dieta. Isso mesmo! O veneno da rã-flecha-dourada é produzido a partir do acúmulo de substâncias produzidas pelas espécies que ela consome.
Como um besouro da família Melyridae, por exemplo, que possui as condições ideais para serem metabolizados pelo organismo dessas rãs.
Vem daí o curioso fato de que, quando criadas como espécies domésticas – sem as suas dietas tradicionais – , as Phyllobates terribilis costumam, aos poucos, perder esse seu potencial neurotóxico, tornando-se, assim, apenas mais uma entre as milhares de espécies de anfíbios na natureza.
Acredita-se que, como não poderia ser diferente, a rã-flecha dourada também seja uma das milhares de espécies em risco de extinção no planeta, mesmo apesar da beleza que podemos observar nas suas fotos, das suas características biológicas e do significado do seu nome científico.
Características que, entre outras coisas, a apontam como um dos mais importantes e eficientes controladores naturais de pragas que existem em qualquer tipo de ecossistema no planeta.
Rã-Flecha-Dourada: Além de Fotos, Características e Nome Científico, Agumas das Suas Principais Curiosidades
Tamanha beleza, exoticidade e potencial agressivo, não poderia, obviamente, deixar de envolver essa espécie em inúmeras controvérsias, lendas e curiosidades.
Uma delas diz que os nativos daquela região colombiana costumam utilizar o seu veneno para, digamos, incrementar o potencial agressivo das suas flechas.
Eles capturam cuidadosamente a ranzinha – utilizando folhas e outros vegetais que fazem as vezes de luvas – para que, em um ritual que se pode chamar de sui generis, simplesmente esfreguem-na na ponta das suas flechas, e com isso as tornem venenosas por até alguns anos, em um dos costumes mais originais daquele trecho das Américas.
É justamente por esse motivo que a Phyllobates terribilis adquiriu esse seu outro famoso apelido de “rã-dos-dardos-venenosos, em uma clara alusão a essa sua utilidade, que também pode ser observada em outros países, como no Equador, Bolívia, e até mesmo na imponente Amazônia, onde elas podem ser encontradas em uma das suas várias subespécies ou variedades.
Uma outra curiosidade sobre a rã-flecha-dourada, é que acredita-se que a sua devastadora neurotoxina, a “homobatracotoxina”, teria um potencial anestésico e relaxante dos músculos semelhante ao da morfina.
Por isso mesmo já existem, nesse exato momento, inúmeros testes sendo realizados com moléculas do seu veneno, a fim de comprovar a real possibilidade de utilizá-las para esse fim.
Quanto à reprodução das rãs-flechas-douradas, o que sabemos é que ela ocorre de forma também bastante original. Ela se dá em pequenas porções de água, e não em grandes trechos de brejos ou pântanos (como seria o natural).
Após fecundados, fica por conta dos machos cuidarem dos ovos até que eles eclodam. E eles fazem isso em busca de um local apropriado (uma poça d’água) onde possam acomodar os girinos, satisfatoriamente, até que cresçam, fortes e ameaçadores.
E com o destino de perpetuarem-se como uma espécie de patrimônio cultural colombiano. Presente no imaginário daquela população há séculos. Como um dos principais símbolos da biodiversidade da região.
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