Para que possamos entender que tipo de animal é o dromedário, basta que você entenda que estamos falando de uma espécie de mamífero – o Camelus dromedarius – , uma das exuberância do Leste da Ásia e do Sudeste da África, parente próximo do Camelo bactrianus e símbolo de resistência às mais adversas condições climáticas.
É um animal cheio de peculiaridades! Basta saber que ele é capaz de resistir facilmente a uma jornada de até 15 dias sem uma gota de água sequer – e o mesmo período sem alimentar-se.
O Camelo Árabe (seu outro apelido) ainda possui uma série de “equipamentos” naturais, como ferramentas biológicas capazes de fazê-los resistir aos rigores do seu habitat de origem.
Eles possuem uma pelagem densa, porém esparramada, que dessa forma não permite a elevação da temperatura. Cílios curiosamente grandes funcionam como uma espécie de pára-brisas (ou pára-lamas?) com capacidade de impedir o acúmulo de areia – tão naturais no ambiente dos desertos.
E com relação à sua corcova (uma, e não duas, como nos camelos), diferentemente do que se imagina, ela não serve para o armazenamento de água. Na verdade, por mais difícil que seja acreditar, aquilo é um estoque de gordura – de energia – acumulada durante os períodos de abundância de alimentos.
Nos períodos de escassez, é ela que garante a sua sobrevivência! É ela que garante resistência para as subidas e descidas em meio ao ambiente rústico e hostil do Deserto da Arábia. É ela que lhes dá o vigor necessário para uma dura investida pelo Deserto de Gobi ou pelo quase mítico Deserto do Saara; em uma rotina que, para eles, não passam de eventos corriqueiros.
Dromedários: Um Tipo De Mamífero E Um Animal Dos Mais Singulares Da Natureza
Não, eles não são camelos. E não é apenas no número de corcovas que eles diferenciam-se. Em primeiro lugar, saiba que os camelos são típicos animais da região central da Ásia, mais especificamente de desertos da China, Casaquistão, Turcomenistão, Mongólia, entre outros países dessa região do continente.
Os camelos (ou Camelo bactrianus, seu nome científico) também diferenciam-se dos dromedários pelo tamanho. Eles são ligeiramente maiores, mais encorpados, possuem uma pelagem mais discreta, além das duas corcovas (as suas características inconfundíveis).
Porém numa coisa ambos concordam: eles são parentes de uma espécie que teria supostamente vivido na América do Norte há pelo menos 50 milhões de anos! Eram espécies selvagens, seres quase indomáveis, que nas savanas, campos, desertos, planaltos e planícies do Novo Mundo competiam em beleza e exuberância selvagem com o ambiente ao seu redor.
Os dromedários pertencem àquela conhecida categoria dos ruminantes, que possuem um sistema digestivo todo especial; e que parece que no camelo é mais especial ainda, já que lhes permite atravessar uma longa jornada sem a necessidade de alimentos e ainda como excelentes animais de carga.
Esses animais são capazes de percorrer dezenas de quilômetros de distância por até 16, 17 ou 18 horas seguidas!, em uma passada lenta e cadenciada, ou, ao contrário, em investidas de até 17km/h, de forma surpreendente, sem demonstrarem sinal de cansaço, em um dos fenômenos mais dignos de nota de toda a natureza selvagem.
Os Dromedários E Os Riscos De Sua Extinção
Muitos não sabem, mas os dromedários, assim como os camelos, são hoje típicos animais domésticos. Eles são daquelas espécies de mamíferos apenas encontrados como propriedades particulares.
Para que você possa encontrar alguns deles livres, soltos e em plena comunhão com a natureza, precisará fazer uma longa viagem até o distante, exótico e extravagante continente australiano.
Os dados são disponibilizados pela União Internacional Para a Conservação da Natureza (IUCN). E de acordo com a organização, a Austrália é hoje o verdadeiro “santuário” dessas espécies. E tanto é assim que, no esforço de manter esses animais para as gerações futuras, o que se consegui foi, na verdade, um enorme problema com a sua proliferação acelerada em ambiente selvagem.
O que a história nos conta (e que até causa espanto e surpresa) é que os dromedários há cerca de 4.000 anos vêm sendo domesticados pelo homem – na verdade podemos dizer que eles hoje são animais domésticos, tal como são os cães e algumas espécies de pássaros e répteis, mesmo apesar da exuberância da sua estrutura.
Não demoraria muito para que os australianos também percebessem nesses animais as qualidades insuperáveis da força, resistência, além de uma excelente produção de leite com uma qualidade que os de vaca não conseguem nem de longe superar.
O pontapé inicial para a importação dos dromedários para o ambiente desértico, quente e desolado da Austrália foi no distante séc. XIX. Isso os salvou da completa extinção, no entanto, resultou numa superpopulação de alguns milhões de indivíduos, que inclusive foi o que moveu a criação do Projeto de Gerenciamento de Camelos Selvagens da Austrália.
O resultado? Em 2010, os dromedários foram oficialmente declarados como “Peste de Relevância Nacional” para o país, e alvo de uma polêmica e controversa campanha de extermínio, cujo objetivo era o de garantir a convivência sadia entre estes e as diversas outras espécies de animais, e de todos esses com o homem australiano.
Uma Espécie Bastante Original
Os dromedários, como vimos, são espécies exóticas por natureza. É um tipo de animal, mamífero, ruminante, rústico e que prefere mesmo é o ambiente seco e desolado de algumas das regiões mais áridas do sudeste da África e da Ásia Oriental. Eles são alvos da curiosidade de milhares de turistas que se dizem extasiados diante de tamanha exuberância e vigor.
E muitos desses animais estão aqui mesmo no Brasil! Sim, eles também estão entre nós! Algumas empresas de turismo, especialmente da região nordeste, até possuem alguns desses animais importados, e utilizados como veículos para alguns exóticos passeios pelas dunas de estados como Rio Grande do Norte, Maranhão, Paraíba, entre outras regiões não menos paradisíacas.
O problema é que as organizações não governamentais que zelam pela preservação dos animais silvestres e exóticos do país não gostaram nada disso! A queixa é a de que os animais são forçados a caminhar até 7 ou 8 horas por dia carregando os turistas através de dunas e planícies distantes vários quilômetros umas das outras.
E, ao que tudo indica, está com os dias contados essa, para muitos, inesquecível experiência de montar num desses animais e realizar longas investidas como se até fora um típico beduíno pelo ambiente rústico e desolado do Deserto da Arábia. Agora a diversão deverá ser outra, e de preferência sem a utilização desses animais, em uma das mais curiosas controvérsias com animais exóticos surgidas no país nos últimos tempos.
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