Poucos animais são tão folclóricos quanto o morcego. Envolve em lendas e mistérios dos mais variados, trata-se de um mamífero fascinante, com algumas características bem peculiares. Por exemplo: você sabe quanto tempo vive esse animal?
Se ficou curioso, acompanhe a leitura, que vamos saber, afinal, quanto tempo o morcego pode viver, e o que favorece essa questão nele.
A Expectativa De Vida Do Morcego
Existe uma regra bem simples entre os mamíferos: quanto maior o animal, mais tempo ele vive. Porém, assim como toda regra que se preze, também existem as suas honrosas exceções. É o caso, por exemplo, dos morcegos, onde algumas espécies podem chegar aos 30 anos de vida com muita facilidade.
Nesse quesito, o recordista é o morcego de Brandt, nativos de locais temperados da Europa e da Ásia, que pode chegar à marca dos 40 anos . E, essa expectativa de vida só é possível pela combinação de três fatores, segundo cientistas: longos períodos de hibernação, um comportamento discreto e um pouco de genética no meio.
A própria evolução dos morcegos em relação a outros animais é incrível. Conseguiram uma grande diversidade, e hoje representam aproximadamente 20% de todas as espécies de mamíferos combinados entre si. E, de todos os mamíferos, são os únicos que conseguiram a capacidade de voar, e um dos poucos dotados do que chamamos de sonar.
Não é à toa que cientistas vem fazendo pesquisas e mais pesquisas para mapear o genoma desses animais, e descobrirem o motivo de seres que pesam, geralmente, apenas algumas poucas gramas, viverem tanto tempo (pelo menos, nessa regra de correlação entre peso e longevidade).
Controle De Gestação: Um Hábito Que Ajuda Na Longevidade Dos Morcegos
Muitos devem pensar porque os morcegos são animais que vivem tanto. Bem, além da questão genética (que provavelmente deve ter alguma influência), existe, características visíveis que podem explicar um pouco o fato deles conseguirem esse feito.
Um desses fatores é o fato das fêmeas desses animais poderem controlar a própria fertilização. E, por quê? Simplesmente para garantir que as condições externas estejam realmente favoráveis para que elas tenham os seus filhotes. Mas, não só. Essas tática biológico engloba não somente o controle da fertilização, como também da implantação do óvulo e do desenvolvimento do feto.
Pra se ter uma ideia, naquelas espécies onde o acasalamento acontece no outono, as fêmeas simplesmente guardam o sêmen dos machos em seu sistema reprodutor. Assim, os seus óvulos só serão fertilizados na primavera. Já em outras ocasiões, esses óvulos acaba, sendo fertilizados logo após a cópula acontecer, porém, a implantação na parede uterina só acontece guardo o organismo da fêmea entende que as condições ambientais são favoráveis.
Interessante notar ainda que ainda há outro processo, onde a fertilização e a implantação acontecem de maneira natural, porém, o feto fica num estado de “dormência” pelo tempo que for conveniente.
E, pra quê tudo isso? Apenas e tão somente para que o nascimento dos filhotes coincida com uma melhor oferta de frutas e insetos no habitat onde moram, o que garantirá segurança e comida farta. Assim, fica fácil, concorda?
Economia De Energia De Cabeça Para Baixo: Outro Hábito Que Ajuda Na Longevidade
Certamente, quando você se lembra de um morcego, uma das primeiras imagens que vêm à mente é desse animal pendurado de ponta cabeça, não é verdade? Pois saiba que esse hábito meio estranho é útil em muitos aspectos.
A principal vantagem com isso é que o morcego economiza bastante energia. Isso é possível porque o sistema circulatório deles tem características que o nosso, por exemplo, não tem (é por isso, inclusive, que nos sentimos mal quando ficamos de cabeça para baixo). Nos morcegos, o sangue é bombeado para as extremidades e distribuído igualmente pelo corpo (mesmo nessa posição, aparentemente, incômoda).
Ficar pendurado assim é bastante confortável para os morcegos. Incrivelmente, mais do que tentarem ficar de pé. Pelo fato deles terem ossos e músculos muito leves, chega a ser bem fácil sustentar o corpo apenas pelos pés, o que também facilita muito eles voarem rápido e em altitudes consideráveis.
Outro Fator Que Facilita a Longevidade Dos Morcegos: A Alimentação
Uma das características que mais facilita o fato dos morcegos viverem tanto é que as várias espécies se alimentam das mais diversas coisas. Por exemplo, existem os frugívoros, que comem apenas frutas. Com isso, eles também auxiliam na disseminação das sementes das mais variadas árvores, garantindo, assim, a sua germinação. Em suma, auxiliam no reflorestamento de muitos lugares.
Temos também os morcegos insetívoros, que se alimenta, basicamente, de besouros, grilos, baratas, gafanhotos, e outros. Percebeu um padrão? Pois é. Trata-se de espécies de morcegos que ajudam muito no controle de pragas, especialmente daquelas que destroem lavouras inteiras. Dessa forma, a população de insetos fica devidamente controlada com esses mamíferos voadores por perto.
E, você sabia que existem até morcegos que se alimentam do pólen e do néctar das flores? Essas são espécies bastante encontradas aqui no Brasil, mais especificamente, na região do cerrado, na Amazônia a na Mata Atlântica. São muito benefícios para a natureza e para o homem já que fazer a polinização das flores, garantindo a geração dos frutos das regiões onde reside.
E, tem também aquelas espécies que se alimentam de anfíbios, peixes e folhas em geral, mas, tem um que é bastante peculiar, que é o famoso morcego vampiro. Só que não se engane: apenas três espécies desse animal consomem sangue, de fato, sendo que todas se encontram aqui, na América do Sul.
Esses tipos de morcegos degustam o sangue de gado e de outros mamíferos que encontrar. Interessante que a saliva do animal possui um anticoagulante que impede que o sangue de suas vítimas coagule. O problema é que ele é transmissor recorrente de doenças como raiva.
Pois é. Com tantas facilidades assim (uma gestação controlada, uma economia de energia devido ao seu sistema circulatório e alimentação variada), não é à toa que esse incrível animal, mesmo tão pequeno, sobreviva por um tempo considerável em relação a outros mamíferos pequenos,. E até maiores do que os próprios morcegos.