Os pinguins são animais que podem viver em condições extremas de clima frio. Ou melhor: extremamente gelado. E, como se não bastasse, são animais perfeitamente adaptados a nadarem em águas cuja temperatura é absurdamente fria.
Mas, como eles conseguem isso? E, quanto tempo eles conseguem ficar debaixo d’água? A seguir, esta e outras respostas a respeito da capacidade desse animal de conseguir mergulhar com relativa facilidade em um ambiente bem hostil.
Por Que Os Pinguins Podem Ficar Submersos Muito Tempo?
Cientificamente falando, é comprovado que, quanto maiores e mais pesados os mamíferos forem, mais tempo poderão ficar debaixo d’água. É assim que as regras de Fisiologia dizem claramente. Vide as baleias, golfinhos, etc. Porém, com os pinguins, é diferente, pois estamos falando de uma ave relativamente pequena.
Peguemos como exemplo o pinguim imperador. Ele pode pesar até, no máximo 12 kg, e mesmo sendo diminuto em comparação aos grandes mamíferos aquáticos, consegue ficar mais de 20 minutos debaixo d’água, indo a uma impressionante profundidade de mais de 500 metros, e em casos especiais, até um pouco mais do que isso.
Pra se ter uma ideia, um mergulhador devidamente treinado, e pesando cerca de 75, só consegue segurar o fôlego por uns 4 minutos, não ultrapassando os meros 100 metros de profundidade. Convenhamos: muito pouco se comparado ao pinguim, não é mesmo?
Pesquisadores recentemente descobriram uma parte da explicação para o pinguim conseguir essa façanha de mergulhar em águas muito profundas e geladas por vários minutos. O que acontece é que essas aves simplesmente conseguem “desligar” certas partes de seu corpo, a exemplo da pele e do estômago.
A partir do momento em que isso acontece, a temperatura da região desses órgãos começa a cair, com o consumo de oxigênio diminuindo pela metade. E é justamente esse ar que o pinguim poupar que o ajuda a prolonga ainda mais o seu mergulho.
E, Como Os Pinguins Conseguem Respirar Debaixo D’água?
Um dos motivos que levam os pinguins a mergulharem em águas geladas é a simples busca por alimento, já que é bem mais fácil pescar dessa forma. Com já dito antes também, essas aves conseguem desligar certas partes do seu corpo, e, com isso, diminuir a necessidade oxigênio. Porém, ainda assim, eles ainda precisam desse preciso gás, mesmo que de maneira reduzida.
A maioria dos pinguins consegue passar cerca de 6 minutos na água, visto que boa parte de suas presas ficam na superfície. E, como os pulmões dessas aves são bem pequenos, eles não conseguem conter tanto oxigênio assim.
Sem contar ainda que a compressão subaquática afeta não somente os pulmões, como também os seus sacos aéreos. E, essas vias acabam fornecendo apenas 1/3 do oxigênio necessário para o pinguim. Ou seja, são mecanismos, até certo ponto, insuficientes para suprir a necessidade de oxigênio dessas aves durante os mergulhos.
É aí que entram as adaptações que essa passou em sua evolução. Uma dessas adaptações aconteceu no sangue e nos tecidos musculares desses animais, que acabam auxiliando na necessidade de oxigênio dos pinguins, enquanto eles estão em pleno mergulho.
Essas aves, ainda por cima, foram sendo equipados pela natureza com sensores especiais que monitoram os níveis de ar no corpo do animal. Em seus glóbulos vermelhos, a hemoglobina é bastante sensível, permitindo que use cada molécula de oxigênio em prol de um mergulho bem sucedido. É então que o sangue é enviado para órgãos fundamentais, como, por exemplo, o coração e o cérebro.
Fora isso, os tecidos musculares desses animais também ajudam bastante no processo respiratório em pleno mergulho, também podendo armazenar uma quantidade adicional de oxigênio, usando quantidades consideráveis de proteína mioglobina no sangue. Fora que uma enzima especial permite que os tecidos dos pinguins funcionem sem a presença de oxigênio.
Quando finalmente o pinguim retorna à superfície e a uma respiração normal, eles expulsam o acúmulo de ácido lático que ficou no corpo durante do mergulho. A economia de oxigênio é ainda mais potencializada pela capacidade que eles têm de reduzir a sua própria frequência cardíaca para, por exemplo, 5 batidas por minuto.
A tática é bem simples, portanto. Quanto menos energia esses animais usam, mais essas aves podem ficar mergulhando em águas tão frias.
Além De Mergulhar Bem, Os Pinguins Também Nadam Bem?
Sim, além de mergulharem muito bem, e por um tempo considerável, os pinguins são nadadores muito bons, especialmente em níveis mais profundos de água. Contudo, às vezes, eles nadam na superfície, o que eles fazem muito bem também.
Inclusive, algumas espécies de pinguins usam uma técnica especial de respiração e natação que recebeu o nome de porpoising, fazendo referência aos botos e golfinhos. A técnica é muito simples: primeiro eles buscam o ar, depois inspiram, e, por fim, exalam o ar bem rápido. Em seguida, começam a respirar sem interromper o seu movimento reto e pra frente.
Depois, é só entrar e sair da água usando essa técnica, que, inclusive, impulsiona ainda mais a velocidade do animal dentro d’água, facilitando a captura de suas presas. Alguns pinguins, com isso, conseguem atingir uma velocidade de quase 10 km/h em seus mergulhos.
Contudo, é bom salientar que nem todas as espécies de pinguim usam dessa técnica, a exemplo, do pinguim imperador.
O Recorde Dos Recordes
Em 2013 foi registrado o maior mergulho de um pinguim que se tem notícia. O fato aconteceu na Antártida, e o pinguim capturado nessa ação foi o da espécie imperador, que, como já dissemos, já é por si só um recordista no mergulho.
Via satélite, alguns estudiosos captaram cerca de 96 mil mergulhos naquele ano, entre eles o de um pinguim que passou exatamente 32,2 minutos debaixo d’água. Só ressaltando que o recorde anterior dava conta de um registro onde um desses animais passou exatamente 27,6 minutos em baixo d’água.
No geral, independente de tal espécie ser campeã de mergulho ou não, certo mesmo é que essa ave consegue feitos fascinantes para um ser tão pequeno. Consegue mergulhar a altas profundidades, em águas extremamente frias, e por um período muito longo de tempo, mesmo sendo uma ave, ou seja, não estando em seu habitat de origem.
Um verdadeiro atleta que merece respeito.