O significado ou importância dos texugos (o que eles representam) dentro de um ecossistema está no fato de que esses animais são, entre outras coisas, excelentes controladores dos mais diversos tipos de pragas (cobras, sapos, roedores, insetos, entre outros), mas também por serem excelentes e eficientes dispersores de sementes por meio das suas fezes.
Na verdade o nome texugo representa tão somente uma designação comum para diversas espécies da família Mustelidae. São nove espécies pertencentes à subfamília Melinea (7), Melivorinae (1) e Taxideinae (1) , como típicos habitantes de todos os continentes (com exceção da Ásia).
Planícies asiáticas, savanas africanas, bosques da América do Norte, florestas da Europa; não há canto ou rincão que não possa abrigar essa espécie, famosa por construir verdadeiros labirintos subterrâneos que lhes protegem de predadores, os acolhem durante os períodos de invernos rigorosos e durante a fase reprodutiva – ainda podendo servir-lhes como estratégia de caça.
Isso porque muitos destes túneis são utilizados para chegarem até as tocas de outros animais; e num desses casos em que a natureza mostra-se incomparável, eles simplesmente roubam os alimentos que ali encontram, enquanto ao infeliz, de volta pra casa, só tem mesmo é que lamentar o infortúnio.
Os texugos são animais inconfundíveis! Um corpo compacto, pernas curiosamente curtas, uma pelagem em tons castanhos ou pretos, olhos pequenos e vivazes, cauda curta, focinho oblongo, pescoço discreto, além de uma curiosa habilidade de ludibriar, são apenas algumas características desse habitante de praticamente todos os continentes.
Texugo: Significado, Representatividade E Outras Características
Os texugos são animais essencialmente onívoros. Para eles, um bom banquete pode conter variedades de roedores, cobras, sapos, mel, pássaros (como a Riparia riparia ou “andorinha-das-barreiras”, a “coruja buraqueira”, etc.), além do “Lagarto monitor”, os ratos-da-madeira, entre inúmeras outras espécies tão ou mais singulares quanto eles.
Os texugos são animais tipicamente noturnos, cuja visão durante o dia em nada os ajuda; o que eles contam mesmo é com o seu poderoso faro; e com ele o que se diz é que dificilmente uma presa pode se lhe escapar quando chega a hora de matar a fome!
Um rápido e esperto Micromys minutus (o rato-da-colheita), distante algumas dezenas de metros de um texugo, não poderá, de forma alguma, considerar-se protegido. Os não menos discretos e espertos “Gêomis-de bolso”, na hora da fome, é presa certa para as garras desses animais.
Mas, na falta dessas iguarias tão apreciadas, os texugos não terão a menor dificuldade em rapidamente “transformarem-se” em animais herbívoros, satisfazendo-se bem com um banquete à base de sementes de girassol, brotos, legumes, ervas, gramíneas, cogumelos, moluscos, entre outras inúmeras espécies que estejam ao seu alcance.
Dessa forma, como podemos ver, o significado dos texugos (o que eles representam na natureza) está para além de meros predadores! Na verdade a sua história já ultrapassa os 60 milhões de anos, desde que, supostamente, surgiram a partir do gênero Martes, no continente asiático.
Em uma separação por diferenciação biológica, pois surgiram com características de animais onívoros, especialmente no que tange à conformação da sua arcada dentária, mais especialmente ainda pela curiosa ausência dos dentes cortantes (ou carniceiros), como uma clara evidência dessa transição de hábitos alimentares.
Outras Peculiaridades Além Do Significado E a Representatividade Dos Texugos Na Natureza
Apesar de eles serem daquelas espécies que podemos chamar de “pan-continentais”, os texugos podem ser observados com maior abundância no continente asiático.
É lá que estão sete das nove espécies conhecidas, como por exemplo, o originalíssimo texugo-fedorento de Palawan( o Suillotaxus marchei). É lá que estão também o ágil texugo-de-cerdas (o Arctonyx collaris) e o texugo-fedorento-indonésio (o Mydaus javensis), entre outras espécies.
São variedades que, pelas suas denominações, fica fácil deduzir que têm no aroma (não muito agradável) que exalam uma das suas principais características.
Pois é com ele – expelido por meio de uma glândula localizada na sua região anal – que os texugos afugentam invasores, dão sinais aos parceiros no período de acasalamento e demarcam seus territórios, como típicos animais silvestres.
Algo que chama bastante a atenção nas diversas espécies que compõem essa comunidade dos texugos é a semelhança entre eles.
O que se diz é que quem já viu um texugo já viu todos!, independentemente do fato de eles habitarem as planícies escaldantes do Irã, ou as savanas ensolaradas do Congo, ou mesmo os bosques e charnecas de Portugal, as florestas arbustivas ou de carvalhos da Inglaterra; e nem mesmo se estamos falando dos desertos e desolados planaltos mexicanos. Não importa!
O que teremos é o mesmo porte atarracado, com aquela inconfundível cobertura mais clara no dorso, corpo curiosamente arqueado, cauda comprida, olhos pequenos, pernas curtas, além de praticamente os mesmos hábitos alimentares, que só diferirão no nome das espécies.
Mas sempre como um animal onívoro, caçador oportunista e ludibriador; um cavador profissional de tocas e buracos e com um faro que consegue competir em pé de igualdade com os dos maiores felideos e canideos da natureza.
Uma Comunidade Bastante Original
Apesar do seu significado – de representarem um importante veículo de propagação de espécies vegetais por meio da dispersão de sementes ingeridas, além de excelentes controladores de pragas naturais – , os texugos não têm com o homem uma relação que possamos chamar de amistosa.
Há décadas que eles são considerados pragas naturais pelos indivíduos de todos os continentes, inclusive acusados de serem importantes agentes transmissores de doenças.
Por isso mesmo desde meados dos anos 60 eles vêm sendo alvos de inúmeras campanhas em prol do seu extermínio, o que já resultou em verdadeiras caçadas a texugo em diversas partes da Europa e da Ásia.
Isso sem falar na caça – a famigerada caça predatória – , que já dizimou milhões de indivíduos ao longo de décadas. E ainda para completar, rinhas de texugos, que se espalhavam pelos Estados Unidos e Inglaterra até meados dos anos 80, e que causavam horror pela violência com que os animais se matavam durante as lutas.
Felizmente hoje esses animais também fazem parte de um verdadeiro exército protegido da extinção por diversas leis federais, cujo objetivo é a manutenção de espécies com importância vital para o equilíbrio dos ecossistemas onde vivem.
E sem dúvida por estarem entre alguns dos melhores dispersores de sementes da natureza; controladores imbatíveis de pragas naturais; entre outras características desses originais representantes da natureza selvagem.
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