Animais fascinantes, os ursos já povoam a Terra a milhões e milhões de anos. Pra ser mais exato, os primeiros ancestrais desses animais surgiram a aproximadamente 18 milhões de anos trás, mas o seu “formato de urso”, digamos assim, já vinha se delimitando 7 milhões de anos antes.
Foram muitas evoluções até chegarmos às espécies que atualmente habitam a Terra, mas, você sabia qual foi o maior urso que já existiu?
A seguir, a resposta.
Urso-Gigante-da-Face-Curta: O Maior Urso que já Existiu
Também chamado de Arctodus, esse urso viveu entre 800.000 e 12.500 anos atrás, durante o período denominado de Pleistoceno. Seu habitat natural era a América, mais precisamente as Américas do Sul e do Norte.
Seu tamanho realmente impressionava (até para os ursos atuais). Podia atingir cerca de 3,5 m de altura quando ficava de pé, medindo cerca de 1,8 m quando estava sobre as 4 patas. De nome científico Arctodus simus, o urso-gigante-da-face-curta era magro, e, portanto mais ágil do que a maioria dos ursos atuais, o que o tornava mais letal também.
Fósseis encontrados na Argentina em 1935 demonstram bem como eram os hábitos alimentares desse gigante. O seu crânio, por exemplo, mostrava que tinha hábitos totalmente carnívoros, com molares especializados em cortar carne e um focinho de tamanho curto, mas de musculatura poderosa.
Além disso, os seus dentes caninos eram bem grandes, o que resultava numa mordida extremamente mortal para as suas desafortunadas vítimas. Já a distância entra os olhos era larga e frontal, possuindo uma grande cavidade ocular, o que dá a entender que esse animal, além de tudo, possui uma visão invejável, e que podia ser ampliada ainda mais quando ficava de pé.
Todos esses fatores eram unidos a uma estrutura corporal especial para a caça. As suas pernas, por exemplo, eram bem longas, o que lhe deixava com uma tremenda agilidade para o seu peso, o que o transformava em um exímio caçador, especialmente quando precisava perseguir as suas presas a longas distâncias.
Distribuição e Hábitos Alimentares do Bicho
Especificamente falando, o urso-gigante-da-face-curta podia viver nas planícies centrais do norte do Alasca, e do Canadá, podendo chegar, até mesmo, ao México, à Califórnia e à Virgínia. Ele foi, inclusive, o mais comum dos primeiros ursos a surgirem na América do Norte, sendo bastante abundante da Califórnia. Fora isso, vivia em algumas localidades da América do Sul, como a Argentina.
Já em se tratando de hábitos alimentares, aqui temos um animal que era exclusivamente carnívoro. Como ele tinha o corpo muito magro, e pernas muito longas, isso era um indicativo de que tinha condições de correr atrás de suas vítimas percorrendo longas distâncias com bastante facilidade.
Interessante notar ainda que, segundo alguns outros especialistas, mesmo possuindo tão pouca massa corporal (pelo menos, em comparação a boa parte dos ursos atuais), ele estava pouco preparado para ser um predador extremamente ativo como muitos supõem. Na verdade, alguns acham que ele era um predador “oportunista”, e que se valia do seu tamanho para intimidar predadores que eram menores do que ele, como lobos e leões, por exemplo.
Alguns poucos acreditam ainda que, a depender da necessidade, esse urso tinha hábitos carniceiros também. Porém, não se tem muita certeza disso. O que se sabe mesmo é que, na prática, esse animal dispunha de excelentes armas de ataque, o que permitia que conseguisse matar qualquer animal de sua época sem assim quisesse.
Extinção do Urso-Gigante-da-Face-Curta
Mesmo sendo um animal tão imponente, e estando no topo da cadeia alimentar, esse urso começar a declinar cerca de 12 mil anos trás.
Dois fatores foram essenciais para que isso acontecesse. Primeiro, porque a Era do Gelo chegou ao fim naquele período, o que ocasionou mudanças climáticas significativas ao redor do globo, favorecendo espécies menores e mais ágeis em todos os ecossistemas. Dessa forma, gigantes como o urso-gigante-da-face-curta tiveram poucas chances, ainda mais quando tiveram que competir com novas espécies, como o urso marrom vindo da Eurásia.
Outro fator preponderante foi a chegada do homem propriamente dito em seu habitat natural. Mesmo o tamanho do urso-gigante-da-face-curta não ajudou a se defender da caça e da competição empregados pelo homem, o que acelerou ainda mais o seu processo de desaparecimento da natureza.
E, Qual o Maior Urso dos Dias Atuais?
Com o desaparecimento do urso-gigante-da-face-curta, esse posto relacionado ao tamanho ficou com o também gigante urso polar. Dentre as 8 espécies de ursos existentes no mundo nos dias atuais, esta é a maior, podendo chegar a 3 m de altura quando estão de pé, e a pesar cerca de 800 kg.
Essa espécie vive nas regiões do Ártico, como é o Alasca, o norte do Canadá, a Groenlândia, a Sibéria e o extremo norte da Europa. Interessante notar ainda que ele é o único urso adaptado à via marinha, sendo um excelente nadador, e passando boa parte do dia na água, caçando, ou simplesmente se deslocando de um lugar para outro.
Sua tática para resistir às baixas temperaturas do Polo Norte é se valer do seu pelo longo e oleoso, que funciona perfeitamente bem como uma espécie de casaco, o que ajuda, por sinal, a nadar em águas extremamente geladas. Em seu corpo, há ainda uma espessa camada de gordura, o que serve como proteção extra, o que garante um isolamento térmico perfeito.
No entanto, apesar de toda a sua adaptabilidade ao meio em que vive, mudanças climáticas ocasionadas pelo homem têm colocado em risco a sobrevivência desses ursos, que, além de ficarem sem o seu habitat natural (devido ao derretimento das calotas polares), ainda fica sem comida, passando fome.
Diante disso, a maior espécie de urso que atualmente vive no mundo está seriamente ameaçada de extinção, tanto é que entidades têm alertado constantemente para a diminuição da população desses animais em seus habitats, com fotos que mostram ursos polares extremamente magros e desnutridos devido a esses problemas.
É esperar para que medidas sejam tomadas para que ele não venha a sofrer o mesmo destino do urso-gigante-da-face-curta, com a diferença que agora, dessa vez, a extinção pode ser culpa única e exclusivamente da intervenção humana na natureza.