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Que atire a primeira pedra quem não fica feliz ao ver a imagem de uma – ou várias – onças-pintadas na carteira. Mas, porque este animal foi o escolhido para ser o “rosto” de nossa cédula de 50 reais? Qual é a história da Onça? Qual o seu nome popular? Ou o nome do “marido” da onça? Veja as respostas dessas e outras perguntas neste artigo!
A onça-pintada (Panthera onca) é um mamífero carnívoro do gênero Panthera, parte da família Felidae. Seu nome popular é onça, mas também é conhecida como jaguar, canguçu e jaguaretê. Apesar da semelhança a animais como o guepardo, lince e leopardo, é mais próxima biologicamente do leão e do tigre.
É considerado o maior felino da América e o terceiro maior felino do mundo. Com um corpo robusto e musculoso, seu comprimento total pode variar de 1,7 a 2,4 metros; e seu peso, pode chegar de 120 a 135 kg. Normalmente os machos são maiores e mais pesados que as fêmeas.
Coloração do Pelo
A coloração da pelagem da onça varia entre amarelo-claro e amarelo-acastanhado. É coberta por pintas negras na cabeça, pescoço e patas. Já nos ombros, costas e flancos tem pintas formando rosetas, que têm, em seu interior, um ou mais pontos. Para além da beleza estética do animal, estas funcionam como espécies de “impressão digital”, e deste modo, é possível realizar a contagem de onças-pintadas e estimar o tamanho da população destes animais.
Pode ocorrer a variação melânica da espécie, conhecida como Onça-Preta. Estes felinos são predominantemente negros, porém ainda assim, as pintas podem ser visualizadas.
Comunicação
Apesar de ser uma característica marcante dos felinos, não são todos que miam. Junto a felinos como o tigre, o leão e o leopardo, a onça emite uma série de barulhos fortes e graves, chamados esturros (ou rugidos). Isso acontece, pois, possuem uma ossificação incompleta do osso hioide, localizado na região da garganta, que faz com que o som de seu esturro saia potente e grave.
Este rugido é utilizado na comunicação entre estes animais, principalmente, quando machos e fêmeas se procuram, em seu período de reprodução.
A nomenclatura de alguns animais não variam de acordo com o sexo masculino ou feminino, regra que se aplica à onça. A distinção é feita com a adição das palavras fêmea ou macho, logo, nos referimos a fêmea como onça-fêmea, e ao macho, como onça-macho. Palavras assim, chamam-se epicenas.
Alimentação da Onça
Como outros felinos, a onça é carnívora e considerada uma caçadora oportunista, ou seja, não focaliza a sua caça em apenas um tipo de presa.
Tem uma dieta bem variada, se alimentando de animais menores ou menos ágeis como vacas, capivaras, macacos, antas, jacarés, cobras, peixes, diversas categorias de aves; e até mesmo, felinos da mesma família, como o guepardo.
Por ser ágil e cautelosa, a onça desloca-se contra o vento silenciosamente e surpreende a presa saltando a partir de um ponto cego. Diferente de outros grandes felinos, ela raramente mata com uma mordida no pescoço, sufocando a presa. Por ter a potência de mordida maior – se comparada a de outros felinos -, a onça costuma aniquilar sua presa mordendo o osso temporal no crânio (localizado entre as orelhas) utilizando seus caninos, e assim, atinge o cérebro do animal o matando instantaneamente.
Apesar de ser raro, existem casos de onças que se alimentaram de humanos. Há dois registros no estado do Mato Grosso, na região do Pantanal.
Comportamento e Habitat da Onça
A onça-pintada tem hábitos noturnos, portanto, dorme durante o dia perto de rios ou árvores. É um animal ágil, arisco, paciente, silencioso e muito feroz. Trepa em árvores com facilidade e atravessa rios a nado, sendo uma excelente nadadora.
Quando adulta é solitária, porém, interage com outras onças no período reprodutivo. É bastante territorial: ocupa entre 10 a 40 km²; variando de acordo com a disponibilidade de alimento e com cada ecossistema. Demarca seu território com marcas de arranhões, urina e fezes, além de utilizar seu potente esturro.
Normalmente, em seu habitat, vivem cerca de 10 a 15 anos em densas florestas espalhadas na América do Norte, Central e sul. Caso sejam criadas em cativeiro, a expectativa de vida pode aumentar para 23 anos.
Reprodução da Onça
As onças-fêmeas começam a se reproduzir a partir dos dois anos, já os machos, com três. São sexualmente ativas durante todo o ano, porém a cópula ocorre no período em que fêmeas se encontram no cio, momento em que instigam os machos através de seu odor e esturro. Os animais interagem por alguns dias, copulando por várias vezes. Neste período, pode ser observado mais de um macho acompanhando a mesma fêmea. Após a cópula, machos e fêmeas se separam.
A gestação destes felinos pode durar até 105 dias, e geralmente, a fêmea tem de dois a quatro filhotes por ninhada, sendo a responsável pelo cuidado parental. Os filhotes pesam de 700 a 900 g e mamam até o sexto mês de vida. Desde cedo as onças aprendem a caçar com a mãe, quando atingem a idade adulta (normalmente na maturidade sexual), vão viver sozinhas para marcar seu próprio território.
Conservação da Onça
De acordo com o Livro Vermelho da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), a onça-pintada é classificada como “quase ameaçada” e, também, “vulnerável” pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Isso indica que, em um futuro próximo, estará em extremo perigo de extinção.
Durante os últimos anos sua população tem diminuído, pelas modificações de seu habitat e caça às suas presas habituais. Além disso, sua extinção também é causada pela caça às próprias onças por parte de pecuaristas, em defesa de seu gado. No total, restam apenas cerca de 300 onças-pintadas distribuídas na Mata Atlântica e protegidas por diversas entidades socio-ambientais.
No Brasil, o Banco Central decidiu utilizar a imagem de alguns animais em perigo de extinção nas impressões da cédula do Real. Segundo a entidade, foi e ainda é uma forma de celebração, divulgação e proteção à nossa biodiversidade. Neste caso, a onça-pintada é representada na cédula de cinquenta reais.
