Sucuris são grandes cobras pertencentes ao gênero Eunectes que vivem nas regiões tropicais da América do Sul. Já a jibóia são cobras da família boidae cujas duas espécies ocorrem na América do Sul, América Central, Índias Ocidentais e sul da América do Norte.
Descrevendo as Jibóias
As jibóias correspondem atualmente a duas espécies do gênero: boa constrictor e boa imperator. Esta última era considerada uma subespécie da primeira até a dez anos atrás quando passou a ser classificada como uma espécie separada. Boa imperator refere-se a uma espécie que ocorre ocorre no México, Honduras, Nicarágua, Panamá e Ilha de San Andrés, na Colômbia.
As descrições e hábitos de ambas as espécies são idênticos e se confundem compreensivelmente. Ambas as espécies possuem máculas escuras na parte da trás da pele e são grandes. Em especial a mais comumente conhecida, boa constrictor, pode ultrapassar os 4 m e pesar mais de 25 kg. Mas a média fica entre os 3 m e pesando cerca de 15 kg.
São cobras de hábitos de hábitos noturnos que costuma capturar suas presas por constrição, o que explica seu nome científico. As jibóias, ao espremer uma presa, pode exercer uma força de até 32 kN (a grosso modo, isso significa que, se essa cobra envolver e apertar um ser humano de 100 kg, a pressão que ela exerce ao espremê-lo é capaz de quebrar seus ossos em menos de 4 minutos).
é importante ressaltar, no entanto, que ao contrário da crença popular, a jibóia não reprime suas vítimas para lhe quebrar ossos; ficará satisfeita, graças à constrição de suas dobras, de causar a morte das presas por uma parada circulatória, cortando a chegada de sangue aos órgãos vitais, privando-o de oxigênio, método que parece muito mais eficaz (sufocar sua vítima, que ainda pode lutar durante o processo de asfixia).
Qual É a Maior Cobra, a Sucuri Ou Jibóia?
De fato, jibóias podem impressionar com seu tamanho e peso em muitas situações, mas em comparação com sucuris são menos impressionantes. As jibóias estão entre as dez maiores do mundo, mas as sucuris possuem espécies no livro dos recordes como as maiores cobras do mundo. E, se levar em consideração não só comprimento mas também massa corporal, então a sucuri torna-se imbatível. Não é à toa que todas as espécies do gênero sejam conhecidas como anacondas.
Embora exista uma espécie maior em comprimento (as cobras do gênero python, especialmente a python reticulata, podem atingir comprimentos superiores a 10 metros), nenhuma cobra supera as anacondas do gênero eunectes em tamanho e peso, especialmente a eunectes murinus, a verdadeira sucuri. Embora a média comumente encontrada não ultrapasse os 5 m, existem registros superiores a 8 m e pesando mais de 200 kg.
É interessante ressaltar que as medidas dessa cobra ainda pode surpreender muito visto que, por causa de suas hábitos noturnos e aquáticos, a sucuri verdadeira ainda não foi plenamente estudada e principalmente encontrada nos mais longínquos habitats da bacia amazônica. Quem sabe não exista por aí espécimes muito maiores do que já vistos até agora? Boa sorte a quem se deparar com uma anaconda dessas por aí!
Descrevendo as Sucuris
Eunectes beniensis: espécie comumente habitando as províncias amazônicas bolivianas, a cobra pode atingir quatro metros conforme especulação popular. Embora seja considerado um híbrido entre outras espécies de sucuris anacondas, atualmente é reconhecida como uma espécie distinta. Em sua faixa, a anaconda vive em um habitat aquático lamacento inundado por áreas úmidas.
Eunectes deschauenseei: esta sucuri é endêmica das regiões nordestinas da América do Sul. Pode ser encontrada nas regiões costeiras da Guiana e Guiana Francesa e nordeste do Brasil. Em sua faixa, essa sucuri anaconda de manchas pretas habita áreas úmidas e pântanos que são inundadas sazonalmente. Ah propósito, sucuris não são cobras venenosas mas, iguais as jibóias, são constritores.
Eunectes notaeus: é uma espécie de jibóia endêmica em áreas selvagens da América do Sul. Está entre as cobras consideradas uma anaconda gigante. Esta sucuri amarela vive na parte sul do continente, onde se encontram o Paraguai, parte do sul do Brasil, Bolívia e nordeste da Argentina. Os adultos desta espécie crescem entre 4 e 5 m em média e pesam cerca de 25 a 35 kg. As cobras são amareladas, amarelas esverdeadas ou douradas, com manchas ou estrias marrons ou enegrecidas.
Eunectes murinus: é uma das espécies mais longas e pesadas do mundo. A cobra atinge um comprimento de cerca de 6 m e pesa entre 30 e 70 kg. Há, no entanto, relatos de sucuris com mais de 10 m, mas ainda faltam evidências substanciais. A cor do corpo dessa sucuri anaconda é verde azeitona com manchas pretas ao longo de todo o comprimento da cobra. São reconhecidas duas subespécies: eunectes murinus gigas e eunectes murinus murinus.
Esta sucuri gigante é principalmente uma espécie noturna que passa a maior parte de sua vida perto ou na água como já dissemos. São nadadoras eficazes e têm olhos arregalados para poderem monitorar coisas que acontecem acima da superfície da água enquanto nadam. Embora essas cobras se movam lentamente em terra, elas são rápidas na água. Quando a presa é detectada, a cobra imediatamente a enrola e a contrai para sufocá-la antes de engolir.
Uma Informação Importante Sobre Medidas E Comprimentos De Cobras
Existe de fato muita confusão quando se trata do tamanho potencial que uma cobra possa desenvolver, seja ela uma jibóia, uma sucuri ou uma píton. Histórias assustadoras de jibóias com mais de 6 metros, sucuris e pítons com mais de 10 metros são comuns entre populares mas quase nunca são comprovados cientificamente. Até então, qualquer relato de cobras tão grandes assim são tratados como casos excepcionais.
Infelizmente, muitos desses relatos escondem interesses comerciais. A divulgação de cobras excepcionalmente grandes desse jeito atraem muitos curiosos e, consequentemente, a região ou local onde a cobra existe ou foi supostamente observada ganha notoriedade e movimenta a economia local. Além disso, muitos dos relatos de tamanhos impressionantes não foram medidos por equipamentos adequados para tornar a informação irrefutável.
Por exemplo, durante a Segunda Guerra Mundial, uma missão sobre malária na ilha de Trinidad liderada por Colin F. Pittendrigh divulgou a descoberta de uma boa constrictor (jibóia) morta que media impressionantes 5,6 m e logo a informação ganhou destaque por muitos anos. Uma investigação mais detalhada, no entanto, revelou que não se tratava de uma jibóia mas de uma sucuri identificada incorretamente pela expedição.
Durante a apresentação de uma píton reticulada em um parque de diversões na Indonésia no início desse século, seus proprietários disseram aos repórteres um comprimento de 15 metros, o que tornou a espécie mais longa já capturado. Mas, devido ao crescente ceticismo em relação a essa afirmação, um fotógrafo que trabalhava para a Reuters retornou ao Curugsewu Park, na pequena cidade de Kendal, no centro de Java, com um metro.
O verdadeiro comprimento da cobra: cerca de 7 metros. “Não sei por que a cobra encolheu”, disse um dos proprietários sobre essa discrepância, enquanto a cobra pendia em um galho em sua gaiola. Mesmo sendo uma informação falsa, o boato da enorme cobra de Kendal se espalhou, triplicando o número de visitantes do parque até então conhecido por suas paisagens e cachoeiras.