Os cães foram e são até hoje personagens importantes para a história do homem, devido ao alto grau de amizade que a ele oferece e, especialmente quando se fala no transporte de alimentos e medicamentos às comunidades isoladas em áreas árticas, durante o inverno rigoroso dos polos. São treinados para isso e tornam-se capazes de desafiar barreiras de gelo e tempestades de neve para alcançar o destino onde homem nenhum consegue chegar nos dias frios do ano.
Esses cães foram utilizados amplamente na exploração dos polos Ártico e Antártico e ainda no Alasca durante a corrida do ouro. As comunidades rurais do Canadá e do Alasca recebiam suas correspondências por meio de equipes de cães de trenó, ainda muito usadas no Canadá, Alasca e Groenlândia. Além disso, os cães são usados até hoje para eventos de corrida e outros fins de lazer, especialmente na América do Norte, Ártico e Eurásia. Por serem comumente utilizados para estas finalidades e aguentarem temperaturas negativas abaixo de zero, algumas raças passaram a ser conhecidas como cães nórdicos ou cães de trenós.
Principais Raças de Cães de Trenó
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Husky do Alasca
Criado especialmente para corridas de trenós, o Husky do Alasca é um animal conhecido também como cão índio, pois acredita-se que a espécie venha de aldeias indígenas localizadas no Canadá e no Alasca. Os animais pesam entre 18 e 34 quilos e se parecem muito pouco com os cães husky que conhecemos atualmente.
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Gronlandshund
Popularmente chamado de cão-da-groenlândia, é um cão de raça similar ao Spitz nórdico, uma raça muito antiga. Trata-se de um cão esquimó muito pesado, que possui alta resistência. Em contrapartida, a velocidade deixa a desejar. É fiel, independente e possui olfato apurado. Geralmente é treinado e utilizado por pessoas que se dedicam ao setor de entretenimento nos polos, em longas expedições e corridas de trenó. O número de animais dessa espécie na Groenlândia gira em torno de 30 mil, pois no inverno os trenós passam a ser a única opção de transporte, uma vez que os caçadores confiam mais nos cães do que nas motos de neve que existem por lá.
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Malamute do Alaska
Trata-se de um cão muito forte e grande, que pesa entra 36 e 54 quilos. É conhecido também como cão de carga, devido à sua força, garra e persistência. É um cachorro muito inteligente e dócil, mas pode mostrar-se agressivo quando encontra pessoas estranhas. Embora não se conheça sua origem, sabe-se que viveu entre os nativos inuit, no Alasca, onde evoluiu. Faz parte de uma classe que inclui cães sem pedigree e com pedigree.
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Husky Siberiano
Parecido com o mamute, mas bem menor, pesa entre 18 e 27 quilos, é criado quase que exclusivamente, devido à sua capacidade de tração e para exposições. Esta raça de cão é escolhida quando o trenó não vai a grandes distâncias, pois ele carrega mais peso mas não aguenta longos trajetos. É proveniente da Sibéria, lembra um lobo e tem um bom relacionamento com outros animais, pois é muito amigável.
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Samoieda
É um cão muito dócil que gosta muito de comunicar-se com pessoas e animais, em especial com cães desconhecidos, crianças e adultos. Nos cantos da boca tem uma leve curvatura para cima, que faz com que aparente estar sorrindo. Tem origem siberiana e desenvolveu-se em meio à tribo dos Samoiedas, aos quais ajudava pastoreando renas, pescando e caçando. Devido a este estreito relacionamento com a família com a qual vivia, o Samoieda tinha livre acesso à tenda e à cama da família, à qual ajudava a aquecer. É a raça menos utilizada que as demais devido ao nível de dificuldade que os animais têm em ser treinados. Dentre os cães de trenó, este é o preferido das famílias brasileiras.
Os Mais Amistosos
Os cães das raças Malamute, Husky e Samoieda aproximam-se mais dos integrantes do grupo, tanto as pessoas quanto os cães, criando com eles fortes laços de amizade. Esse fato faz com que ele se mantenha sempre próximo do grupo, interagindo e trocando carinho.
Animais dessas três raças se expressam com uivos sequentes, cujo som é comparado à fala do homem. Seus uivos podem se ouvidos além de 15 quilômetros. Costumam uivar quando ficam sós ou quando buscam o sexo oposto para reprodução, caso não tenha passado por castração.
Esses cães são adaptáveis ao clima do Brasil, mas em regiões mais quentes do País sofrem modificações na pelagem, que fica mais rala. Vivendo em clima quente, um dos pensamentos recorrentes dos tutores dessas raças é raspar seus pelos, o que não é recomendável, pois a pelagem desses animais tem um papel importante em sua regulagem térmica.
Eles têm muita necessidade de queimar energia, por isso, correr, pular, brincar são atividades fundamentais para essas três raças. Assim, é uma boa ideia ter outro cão para interagir com eles. Se você tem um cão dessa raça e mora em apartamento, deve levá-lo para fazer exercícios ao ar livre, sempre com temperatura abaixo de 30 graus e nunca embaixo do sol. Duas horas por dia de atividades é o recomendado para cães adultos.
O Mais Independente
Dessas quatro raças, a mais independente é a do Husky Siberiano, que só faz o que lhe mandam quando quer. Dentre as raças aqui apresentadas, é a única que pode ter olhos azuis. A maioria desses animais tem patas, pernas e ponta da cauda na cor branca.
O Husky apresenta outra exclusividade em relação aos demais cães de trenó. Muitos cães dessa raça apresentam uma espécie de máscara, que abrange partes do topo da cabeça, focinho e em volta dos olhos. Deve ser escovado ao menos a cada dois dias, exceto durante as duas mudas de pelo que ele faz por ano, quando as escovações devem ser diárias.
O Menos Independente
Dentre os cães de trenó, os cães da Raça Samoieda é o que tem mais dependência. É um cão que só se sente feliz com a presença constante de outras pessoas. É também o menor, com altura entre 53 e 57 centímetros. Seus olhos são sempre marrons. Apresenta uma juba em volta da cabeça e do pescoço e seu pelo é longo e reto. Os pelos podem ser totalmente brancos, ou com marcas em tom biscoito ou creme.