O carrapato ou carraça pertencem a três famílias: Ixodidae (que apresenta carraça dura), Argasidae (que apresenta carraça mole) e Nuttalliellidae (um carrapato do sul da África). Essas famílias são da ordem Ixodida, da subclasse Acarina, que pertence à classe Arachnida do sub-reino Metazoa, que provém do reino Animalia.
Isto quer dizer que o carrapato (Eukariota) é parente das aranhas, carrapatos, ácaros, escorpiões, dentre outros aracnídeos. Ele é um pequeno ectoparasita hematófago que existe há 90 milhões de anos e transmite muitas doenças.
Reino Animalia
- O carrapato pertence ao reino Animalia, Animal ou Metazoa, que é um reino biológico habitado por seres vivos que têm diversas células diferenciadas entre elas, com capacidade para formar tecidos biológicos (pluricelualares), com organismos vivos unicelulares formados por células que possuem núcleo (eucariontes), capacitadas a extrair energia por meio de nutrientes, pois não são capazes de produzir seu próprio alimento (heterotróficos).
- A palavra animal vem do latim “anima”, que significa fôlego vital, em referência a todos os integrantes do reino Animalia, que engloba diversos organismos, dentre eles seres humanos, insetos, esponjas e medusas. Geralmente o termo animal é usado somente em referência aos animais que diferem dos seres humanos, muitas vezes excluindo também alguns animais da classe dos Metazoários.
Filo Arthropada
- Pertence ao Filo Artrópodes (do grego Arthropoda), que é constituído por animais invertebrados dotados de uma cutícula resistente e rígida que cobre o corpo (exoesqueleto) e apêndices com articulação (coxa, trocânter, fêmur, tíbia e tarso), com número variando segundo cada classe.
- Os Artrópodes existem desde o período Cambriano, que compreende o período de 488 a 542 milhões de anos atrás. Este é o maior filo de animais existentes e nele são encontrados também os diplópodes como os piolhos de cobra, insetos como os gafanhotos, crustáceos como os caranguejos, quilópodes como as centopeias e aracnídeos como as aranhas.
- Os artrópedes estão em todo planeta, em qualquer tipo de ambiente, terrestre ou aquático. Suportam as temperaturas mais inóspitas, como as geleiras das Antártida e tem entre eles os únicos insetos capazes de voar. Alguns deles são parasitas e se alimentam do sangue do animal hospedeiro, trazendo prejuízo à agricultura e à saúde.
Onde Habitam?
Os carrapatos estão por toda parte da Terra, tanto na área urbana quanto no campo. Por serem hematófagos, eles agem com o objetivo de instalar-se em um hospedeiro, seja homem ou animal, para alimentar-se de seu sangue. Com isso, transmitem muitas doenças.
Principais Doenças Transmitidas pelo Carrapato
- Hemoparasitose – Conhecida também como doença do carrapato, é transmitida pelo carrapato marrom (Rhipicephalus sanguineus) e se apresenta sob duas formas: erlichiose e babesiose. Pode acontecer do cachorro ser afetado elas duas formas de doença simultaneamente, o que agravará ainda mais seu quadro clínico. É uma doença contra a qual existe tratamento e cura, mas não existe vacina. Se não for tratada a tempo, o pet pode morrer.
- Erliquiose canina (Erlichiose) – É uma doença severa difícil de diagnosticar e tratar. Dependendo do tempo da infecção passa por três fases, cujos sintomas são: febre, manchas na pele, sangramentos nasais, vômitos e perda de apetite. É causada por uma parasita (Erichia canis), que infecta os glóbulos brancos do sangue, causando sua destruição. Embora seja possível, dificilmente atinge seres humanos ou gatos. Como os carrapatos precisam de umidade e calor para se multiplicarem, a doença aparece mais no verão. Os sintomas dessa doença podem ser confundidos com Cinomose, pois apresentam sintomas comuns, como prostração, apatia, tristeza.
Tratamento da Erliquiose – É uma doença que pode ser tratada em qualquer fase. O tratamento pode durar de 21 dias a oito semanas. Tem início na fase aguda e prossegue pela fase crônica. O tratamento depende dos sintomas do animal quando inicia o tratamento, que é feito com diversos medicamentos, dentre eles antibióticos (doxiciclina), sempre receitados pelo médio veterinário. Se o estado do animal for muito crítico, o tratamento pode ser complementado com transfusão de sangue e/ou soro.
- Babesiose canina – Começa com a infecção dos glóbulos vermelhos do sangue dos cães, atacados pelo protozoário Babesia canis. Os glóbulos vermelhos são destruídos, trazendo a anemia. Transmitida por diversos carrapatos, a Babesiose canina leva à apatia, perde apetite, icterícia, diarreia, perda de apetite e anemia. Como os carrapatos precisam de ambientes úmidos e quentes para a reprodução, são muito comuns em países tropicais como o Brasil, onde a doença é menos comum no Sudeste e no Sul e mais comum no Nordeste.
Tratamento da Babesiose – Esse tratamento engloba duas metas: o combate ao próprio parasita e os cuidados no combate aos problemas causados pelo parasita, como insuficiência renal, anemia, dentre outras). Devido a esses problemas que o parasita acarreta é preciso ser diagnosticado rapidamente para evitar sequelas.
- Febre Maculosa – é uma zoonose transmitida pelo carrapato estrela (Amblyoma cajennense), causado por uma parasita (riquétsia).
Eles se alojam em animais silvestres e domésticos que podem ser contaminados por eles, causando manchas na pele, debilitação progressiva e febre alta. Os sintomas só aparecem após 2 a 14 dias da picada do carrapato infectado. A doença pode matar. Para controlar estas infestações, e por consequência a doença, a melhor medida é a sanitária, que livrará o animal dos carrapatos. Abandoná-lo à sua sorte só irá causar novas infestações. - Barreliose (Doença de Lyme) – Com maiores ocorrências na Europa e Estados Unidos, esta doença é transmissível do animal para o homem. É causada pela bactéria Borrelia e os sintomas são problemas articulares e lesões avermelhadas na pele.
Como Prevenir?
1 – Tratar o animal contaminado e analisar seu comportamento. O tratamento pode ser feito de duas formas. A primeira é aplicar glicerina, óleo ou graxa neutra nos animais infectados. Essas substâncias provocam asfixia nos carrapatos, que se desprendem dos animais infectados e podem ser coletados com mais facilidade. A segunda opção é pulverização de carrapaticidas em casos mais graves, ou aplicação de banhos de imersão com produtos indicados por médicos veterinários.
2 – Cuidados com o homem – Nos locais infestados por carrapatos deve-se evitar sentar-se no solo e expor partes do corpo. Deve-se adentrá-los com roupas que cubram todo o corpo e botas, de preferência de cores claras. Vedar com fita adesiva as junções entre as calças e as botas. Usar nas roupas repelentes à base de deltametrina ou permetrina. Logo ao sair do local examinar o corpo para procurar carrapatos e retirá-los com uma luva ou pinça. Nunca se deve matá-los com as unhas, e sim queimá-los.