As tartarugas são animais que chamam muita atenção pelas suas características físicas e de comportamento. Porém infelizmente suas características físicas também as fazem animais que correm risco de desaparecerem por completo do planeta, devido à caça e ao comércio ilegal de animais silvestres. Saiba mais sobre esse assunto aqui.
Desde o surgimento do planeta Terra e o surgimento das espécies animais, diversas delas foram extintas, até mesmo antes do surgimento dos seres humanos. Isso porque as condições climáticas e a incapacidade de se adaptarem a novas condições de ambiente a essas espécies fizeram com que diversas espécies entrassem em extinção.
Porém, o Homem atualmente interfere diretamente no processo de extinção de espécies, seja por ações diretas como caça e comércio ilegal, seja pela exploração do habitat e dos recursos naturais (exemplo, destruição de matas).
Essas ações promovem o declínio de espécies de uma maneira que nenhuma outra forma já alcançou na História da Humanidade.
Projeto TAMAR
O projeto TAMAR é um projeto brasileiro que se dedica à proteção, manutenção e permanência de tartarugas marinhas, fazendo diversas ações não só com os animais mas também com as comunidades próximas.
De acordo com eles, as cinco espécies de tartarugas marinhas encontradas no Brasil continuam ameaçadas de extinção. Das cinco espécies, quatro desovam no litoral brasileiro e por estarem mais expostas, são as espécies mais ameaçadas:
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Tartaruga cabeçuda (Carretta carreta);
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Tartaruga de pente (Eretmochelys imbricata);
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Tartaruga oliva (Lepidochelys olivacea);
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Tartaruga de couro (Dermochelys coriacea).
Ainda há uma outra espécie de tartaruga brasileira em extinção, mas ela não desova no litoral brasileiro. A chamada Tartaruga verde (Chelonia mydas) desova nas ilhas oceânicas (região do Atol das Rocas, Fernando de Noronha e Trindade), onde a ação predatória do homem é menor, fazendo com que haja estabilidade de sua população.
Por que as Tartarugas Brasileiras Estão em Extinção?
Das tartarugas que desovam no litoral brasileiro, de cada mil filhotes que nascem, apenas dois conseguem atingir a maturidade. Portanto, são espécies que embora tenham filhotes, há pouca sobrevivência deles até a fase adulta. Isso não contribui para o seu aumento populacional.
Os filhotes de tartaruga encontram vários obstáculos para conseguirem chegar até a maturidade: obstáculos naturais, como falta de adaptação e busca por comida ineficiente, predadores naturais, dentre outros.
Mas a ação do homem acaba sendo a principal causa, sobretudo com a pesca incidental, que ao longo do litoral usa redes de espera em alto-mar e redes de deriva. As tartarugas filhotes e jovens raramente conseguem se desprender dessas redes.
Além disso, a poluição do litoral não contribui, com diversos objetos sendo atirados pelo Homem, bem como o esgoto sendo depositado no mar. As tartarugas jovens, em busca de comida, acabam se alimentando de plástico e demais materiais revestidos de matérias orgânica, porém sendo indigeríveis e acabam falecendo com isso.
Outro fator a ser citado é o trânsito de veículos nas praias de desova. O projeto TAMAR procura, em algumas praias, cuidar para que não haja veículos passeando em determinadas regiões onde há desova, mas esse cuidado não é algo constante em todas as praias do Brasil nas quais as tartarugas fazem desova.
Vamos saber um pouco mais sobre cada uma das espécies brasileiras de tartarugas em extinção.
Tartaruga Cabeçuda (Carreta carreta)
Também chamada de Tartaruga mestiça, pode atingir até 136 cm e tem média de 140kg de peso.
Ela possui uma carapaça óssea, com cinco placas laterais de coloração marrom-amarelado. Possui uma cabeça grande (daí o nome popular) e uma mandíbula bem forte. São carnívoras e produzem cerca de 8.200 ninhos por temporada.
Tartaruga de Pente (Eretmochelys imbricata)
Também chamada de Tartaruga verdadeira, é encontrada em regiões de corais e ocasionalmente em regiões mais profundas do oceano, sendo a mais tropical de todas as tartarugas.
Pode apresentar até 110cm e 86kg de peso. Possui uma cabeça relativamente pequena e um bico. Além disso, sua carapaça possui quatro placas laterais, que se assemelham a telhas intercaladas.
Seu bico estreito facilita a busca de alimentos no meio dos corais e elas não são essencialmente carnívoras.
Produzem cerca de 2.200 ninhos por temporada.
Tartaruga Oliva (Lepidochelys olivacea)
Seu habitat é em águas rasas. Tem média de 72cm e peso médio de 42kg. Tem cabeça pequena com uma mandíbula forte. É essencialmente carnívora. Produz cerca de 8.700 ninhos por temporada.
Tartaruga de Couro (Dermochelys coriacea)
É também conhecida como Tartaruga gigante, devido a seu aspecto. Possui até 178cm e peso de até 400kg. Possui uma pele fina e milhares de pequenas placas ósseas, daí seu nome ‘de couro’. As nadadeiras podem atingir até 2 metros.
Possui cabeça pequena, mas com mandíbulas poderosas, com lâminas afiadas, o que as permitem capturar águas-vivas. Mas sua dieta é composta por zooplâncton gelatinoso.
Produz 120 ninhos por temporada.
Demais Espécies de Tartarugas em Extinção no Mundo
Não é só o Brasil que possui espécies de tartarugas em extinção. Diversos outros lugares do mundo também. De acordo com a ONG Conservation International, assim como outros órgãos internacionais de proteção às tartarugas, cerca de 10% de todas as espécies de tartarugas no mundo estão em extinção.
Existe um caso drástico, que é da espécie de tartaruga Abingdon, espécie que possui um único representante no mundo todo, chamado de ‘George’ e que mora nas Ilhas Galapagos.
Nos EUA há duas espécies em extinção, na Austrália dois e no mediterrâneo uma espécie. No mundo, há um total de 7 espécies em extinção. Lembrando que dessas 7 espécies, cinco estão no Brasil.
Avaliação do Risco
A ICMBio classifica as espécies em extinção de tartarugas em diferentes estados: Em Perigo, Vulnerável e Criticamente em Perigo. De acordo com a última classificação, a Tartaruga de Pente e a Tartaruga de Couro estão Criticamente em Perigo.
A Tartaruga Cabeçuda está Em Perigo, assim como a Tartaruga Oliva. Já a Tartaruga Verde encontra-se Vulnerável.
O estado ‘Criticamente em Perigo’ é o estado que antecede o ‘Extinto por Natureza’, no qual a espécie não existe mais em seu habitat natural, podendo ainda existir em reprodução em cativeiros.
Fonte dos dados sobre características das tartarugas: Projeto TAMAR