Também conhecidos como monotremados, os mamíferos que põem ovos são criaturas que não completaram o seu processo de evolução. Basicamente, eles são uma espécie de híbrido entre os anfíbios e os mamíferos.
Em geral, mamíferos são animais que se desenvolvem dentro dos úteros de suas mães. Contudo, os monotremados não se encaixam nessa regra, pois são ovíparos. Conheça um pouco mais sobre os mamíferos que põem ovos.
Características Gerais
Quando se fala de mamíferos que põem ovos, devemos lembrar que eles misturam características da classe mamífera (Mammalia) com elementos da classe réptil. Ou seja, eles se reproduzem através dos ovos e possuem um orifício no corpo para urinar e se reproduzir. Esse orifício também serve para a digestão.
Alguns estudiosos afirmam que os monotremados são os mamíferos mais antigos que existem. Eles estão no “meio do caminho” entre um réptil e um mamífero. Além de por ovos, os monotremados possuem outras características. Assim como os outros mamíferos, eles também produzem leite para os seus filhotes e seus ouvidos são compostos por três ossos.
Esses animais possuem diafragma e os corações deles estão divididos em quatro câmaras. A temperatura média do corpo dos monotremados varia entre 28°C e 32°C. No entanto, existem alguns fatos que não deixam os monotremados serem 100% iguais aos outros mamíferos. Por exemplo, eles não possuem glândulas lacrimais e seu focinho tem formato de bico. Ademais, essas criaturas não têm dentes e seu rosto possui uma camada de couro.
Equidnas
Também chamadas de zaglossos, as equidnas fazem parte da família dos monotremados. São animais que vivem em terras australianas e também na Nova Guiné.
Com relação aos monotremados, as equidnas e os ornitorrincos são os únicos mamíferos que fazem parte desse grupo. Os machos das equidnas possuem uma característica bem curiosa: o órgão sexual deles possui quatro cabeças, algo muito raro entre os mamíferos.
Com exceção do ventre, todo o corpo da equidna é revestido por espinhos que podem atingir 6 cm de comprimento. Normalmente, esses animais têm uma cor amarelada e possuem um tom preto nas extremidades. Embaixo dos espinhos, existe uma coloração que varia entre o marrom e o preto. O ventre da equidna possui uma pelagem grossa.
Alguns tipos de equidnas gostam de se alimentar de formigas e cupins. O processo de evolução desses animais começou entre 20 e 50 milhões de anos atrás. A equidna é um animal que se parece com um ouriço, pois tem um corpo cheio de espinhos e seus pelos são crespos. Possuem um focinho longo e medem aproximadamente 30 cm de comprimento.
A boca desse animal é pequena e não tem nenhum dente. No entanto, ele tem uma língua que lembra muito a dos tamanduás, pois é longa e bem grudenta. Assim como o urso-formigueiro e o próprio tamanduá, a equidna usa a língua para capturar e comer formigas e cupins.
A equidna é um animal noturno e que gosta de viver sozinho. Ela evita ao máximo se aproximar de outros animais fora da época de reprodução. Essa criatura não é territorial, pois ela anda por vários locais à procura de comida. Possui uma visão muito desenvolvida se comparada ao ser humano.
Caso perceba algum perigo por perto, a equidna se enrola em si mesma, deixando a parte espinhosa para cima. Esse é o modo que ela encontra para se proteger. Além disso, elas são especialistas em cavar buracos e se esconderem de forma rápida.
Com relação aos ovos da equidna, as fêmeas os deixam incubados dentro de sua bolsa ventral. Elas põem esses ovos vinte dias após a fecundação acontecer. Depois de colocarem os ovos, são necessários mais dez dias para que os filhotes nasçam.
Após saírem dos ovos, os filhotes da equidna consomem leite materno utilizando os poros da mãe para se alimentar. Diferentemente de outros mamíferos, as equidnas fêmeas não têm mamilos. Esses animais se adaptam com facilidade ao ambiente em que estão, pois conseguem hibernar tanto no verão quanto no inverno.
Ornitorrinco
Criatura cujo bico se parece muito com o de um pato, o ornitorrinco é um animal australiano que pertence à família Ornithorhynchidae. Assim como as equidnas, ele também é um mamífero que põe ovos. Como esse animal é monotípico, ele não tem variações ou subespécies reconhecidas pela ciência.
O ornitorrinco gosta de realizar suas atividades durante o crepúsculo ou no período noturno. Como é carnívoro, ele gosta de comer crustáceos de água doce, vermes e alguns insetos.
Consegue viver com facilidade em lagos e rios, pois suas patas dianteiras possuem membranas adaptadas para isso. A fêmea do ornitorrinco costuma por dois ovos. Depois disso, ela monta um ninho e incuba esses ovos por aproximadamente dez dias.
Os filhotes de ornitorrinco têm um dente que eles usam para romper a casca do ovo. Quando chegam à fase adulta, esse dente já não está mais com eles. Como a fêmea não possui mamilos, ela libera o leite materno por meio dos seus poros e do seu abdômen.
Por sua vez, os machos usam o esporão venenoso de suas patas para protegerem o seu território dos predadores. A cauda desse animal é parecida com a do castor. Atualmente, o ornitorrinco é um símbolo nacional australiano e serve como mascote em vários eventos e competições. Além disso, ele é a imagem de um dos lados da moeda de vinte centavos da Austrália.
Preservação do Ornitorrinco
A União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) afirma que esse animal não está em risco. Com exceção de algumas perdas na parte meridional da Austrália, o ornitorrinco ainda habita as mesmas áreas que historicamente dominou. Nem mesmo a chegada dos europeus na Austrália mudou isso. No entanto, existem algumas alterações em seus habitats por causa da intervenção humana.
Historicamente, esse animal é abundante em seus habitats e é pouco provável que a sua população tenha diminuído. O ornitorrinco é visto como uma presença comum em boa parte dos locais onde está presente. Ou seja, é um animal sem risco de extinção.
Apesar da Austrália sempre proteger o ornitorrinco, ele foi intensamente caçado no começo do século XX. Isso lhe fez correr algum risco até 1950, pois muitas pessoas tentavam prendê-los ou afogá-los em redes de pesca.