Quanto Pesa uma Cobra Naja-Indiana?
O peso de uma cobra naja-indiana varia entre 3,5 e 4kg. Essa espécie costuma ter entre 1,8 e 2,3 m de comprimento, vivem no máximo 20 anos e é considerada uma das cobras mais venenosas que existem.
Ela é originária do sudeste asiático (especialmente da Índia), é cercada por lendas e mistérios e conhecida mundialmente pela fama que criou de que, supostamente, poderia ser encantada pelo som de uma flauta tocada por um indivíduo místico.
Na verdade, tal é a importância dessa serpente na cultura indiana, que até existem leis específicas para protegê-la da extinção e também do assédio dos famosos e perigosos traficantes internacionais de espécies exóticas.
Apesar de possuir um veneno com um potencial neurotóxico capaz de neutralizar um mamífero com centenas de quilos, a cobra naja-indiana prefere mesmo é manter o seu peso por meio de uma dieta à base de aves, pequenos roedores, lagartos, entre outros mamíferos de pequeno porte.
Quais Fatores Interferem no Peso das Cobras Naja-Indiana?
As cobras, como os demais seres vivos que ajudam a compor esse exuberante reino animal, possuem as suas particularidades. E uma delas é o fato de que, diferentemente de nós seres humanos — que nos acostumamos a fazer várias refeições por dia —, uma serpente pode passar dias, semanas e até meses aguardando a oportunidade de fazer uma boa refeição.
Dezenas de espécies, inclusive as najas-indianas, podem passar longos períodos sem se alimentar, mas, surpreendentemente, continuam a se desenvolver e se reproduzir sem que ocorra qualquer tipo de alteração biológica em suas estruturas.
Há situações, inclusive, que beira o inacreditável, como os casos de serpentes capazes de resistirem por 3, 4, 5 e até 6 meses sem qualquer tipo de alimentação — como se a natureza as dotasse de mecanismos capazes de lhes ajudarem a poupar ou gerar energia indiferentemente de influências externas.
Na verdade a ciência, de certa forma, explica o que ocorre nesse maravilhoso universo dos ofídios. O que tudo indica é que essas espécies são dotadas, naturalmente, de mecanismos capazes de controlar o ritmo do seu metabolismo.
Eles também calculam durante quanto tempo elas deverão manter as suas reservas de gorduras no organismo, até que consigam satisfazê-lo novamente com as quantidades ideais de nutrientes.
E é isso, certamente, que faz com que as cobras najas-indianas consigam manter o seu peso mesmo em condição tão adversas.
E é isso, também, que as estimulam (em tempos de fartura) a ingerir presas bem maiores do que supostamente o seu organismo suportaria, a fim de que possam, em tempos de escassez, utilizar uma espécie de reserva proteica do seu próprio organismo.
Quais as Armas da Natureza Para o seu Equilíbrio Alimentar?
As cobras, como a naja-indiana, mantêm o seu peso graças às características biológicas com as quais foram dotadas pela mãe natureza. Elas são animais pecilotérmicos (com “sangue frio”), no entanto é bom saber que esse termo não pode ser entendido ao pé da letra.
Na verdade, quando se diz que um determinado animal possui o “sangue frio”, isso quer dizer apenas que a sua temperatura interna varia de acordo com o ambiente onde porventura esteja vivendo.
Por exemplo: Se for obrigado a viver em um ambiente a 0°C, ao tocarmos nele, a sensação será a de um animal gelado. Mas se, ao contrário, estiver em um ambiente a 40°C, ao tocá-lo, perceberemos que ele está quente, de acordo com a temperatura local.— Portanto, ele não precisará manter-se quente em qualquer situação.
As cobras são animais curiosíssimos. Elas possuem o hábito, por exemplo, de permanecerem ao sol (de preferência pelas manhãs), como uma forma de aquecerem-se internamente, acelerando o seu metabolismo, mas sem a necessidade de gastar energia.
Dessa forma, elas utilizam-se do sol para aumentar a temperatura dos seus corpos sem a necessidade de provocar a quebra das moléculas dos nutrientes ingeridos para obter esse aquecimento.
O resultado disso parece óbvio: elas terão muito menos necessidades alimentares e, com isso, poderão atravessar dias, semanas e até meses sem qualquer tipo de alimentação.
Como se sabe, existe um termo em medicina conhecido como “metabolismo basal”. Esse termo nada mais significa do que a taxa de energia gasta pelos seres vivos mesmo quando estão em completo repouso.
São os gastos com respiração, processos digestivos, a manutenção da temperatura do corpo, entre vários outros processos, que fazem com que se gaste energia mesmo em repouso.
Os pecilotérmicos, de certa forma, dependem de fatores externos (do meio ambiente). Eles são os descendentes diretos dos animais pré-históricos, que tinham a característica de não gastarem energia por meio de processos metabólicos internos.
Eles mantinham-se aquecidos se o ambiente estivesse quente. No entanto, se o ambiente estivesse frio, eles não utilizavam-se do metabolismo interno para se aquecerem, eles simplesmente tornavam-se frios como o ambiente.
Conclusão
Como vimos, animais como as cobras najas-indianas mantêm o seu peso, entre outras motivos, graças à sabedoria da natureza, que nelas também se manifesta poderosamente.
Como grandes representantes dos antigos répteis que povoaram o nosso planeta há pelo menos 200 milhões de anos, as serpentes não possuem a necessidade de gastar energia para se manterem aquecidas — elas simplesmente acompanham a temperatura ambiente.
Se está quente, elas terão o seu corpo quente, mas se está frio, elas terão o seu corpo frio. Essa característica lhes permite, entre outras coisas, poupar consideravelmente a energia obtida com os alimentos ingeridos e, consequentemente, levar até meses sem a necessidade de alimentação.
Algumas espécies, por exemplo, são capazes de manterem-se por até 1 mês inteiro com a ingestão de apenas um mamífero com pouco mais de 500g. Já outras, praticamente vivem de caçar alimentos, diuturnamente, armazenando energia suficiente para até 6 meses de completa penúria.
E ainda existem outras (geralmente as de grande porte) que preferem alimentar-se com presas enormes (são os casos das temidas sucuris, por exemplo). Dessa forma, por meio de uma digestão lenta e complexa, elas terão nutrientes suficientes para atravessar até duas estações inteiras sem se alimentar.
Enfim, a manutenção do peso de espécies como as cobras najas-indianas não é um milagre! Ela é tão somente a natureza mostrando as suas poderosas armas!
Pois, como toda mãe, ela sabe exatamente quais as necessidades de cada uma das espécies que ajudam a compor essa imensa obra de arte que é a Criação. E, por meio de uma fantástica seleção natural, preserva, da melhor forma possível, aquelas que demonstrarem ter as melhores condições de contribuírem para a perpetuação das espécies e do mundo.
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