Já ouviu falar do pepino do mar, um animal bem, digamos, exótico que vive no fundo dos oceanos? Talvez você nunca tenha visto um pessoalmente, mas, saiba que esse é um tipo de animal que pode ser encontrado nos principais oceanos do mundo.
Vamos saber mais a respeito dos habitats desse estranho, mas fascinante morador dos oceanos, e, a tiracolo, saber algumas curiosidades a respeito dele.
Pepinos Do Mar: Algumas Características Básicas
Parente bem próximo das estrelas do mar, o pepino do mar pertence a um grupo que denominamos de equinodermos. Possuem o corpo cilíndrico, além de pés ambulacrários que servem à sua locomoção. E, geral, são animais que vivem semi-enterrados na areia, muito próximos às rochas, numa zina que chamamos entre-marés.
Quando as condições do ambiente em que estão não são nem um pouco favoráveis, ou mesmo quando estão diante de algum predador, o pepino do mar elimina boa parte de suas vísceras. No caso dos predadores, isso serve como distrações, pois enquanto eles se alimentam de suas vísceras, os pepinos conseguem fugir. Impressionante é que esse animal, logo após fazer isso, consegue regenerar seus próprios órgãos internos.
Os pepinos do mar se locomovem como lesmas no fundo dos oceanos, ou cavam no lodo ou na areia da superfície do local, deixando apenas as extremidades do seu corpo expostas. Quando são contrariadas enquanto se locomovem, contraem o seu corpo lentamente.
Basicamente, a sua alimentação consiste em nutrientes e seres vivos presentes entre os sedimentos do local onde habitam. Não é à toa que, geralmente, fica um rastro na areia de maneira bem visível por onde esses animais passam.
São animais de crescimento, geralmente, lento, podendo atingir a maturidade somente com 8 anos de idade. Já em temos de tamanhos, os pepinos do mar são bem variados, com as espécies podendo ir de uns poucos centímetros a cerca de 5 metros de comprimento.
Distribuição Geográfica Dos Pepinos Do Mar Ao Redor Do Mundo E Suas Utilidades
Como já dito anteriormente, esses animais podem ser encontrados praticamente em todos os oceanos do mundo, com exceção dos mares dos polos Árticos e Antártico. Atualmente, são conhecidas mais de 1700 espécies de pepinos do mar, sendo que a maior quantidade deles fica na área da Ásia banhada pelo Oceano Pacífico.
Inclusive, o pepino do mar é um animal bastante usado na culinária asiática, sendo servido como uma iguaria em países como a China, o Japão e a Malásia. Destaque-se também que na medicina tradicional chinesa, esses equinodermos são usados no tratamento de uma série de problemas de saúde, especialmente quando são consumidos com arroz branco. Alguns desses problemas de saúde incluem a fadiga, a impotência e as dores nas articulações.
Além disso, mais próximos da gente, os pepinos do mar são encontrados desde o mar do Caribe, até o estado de Santa Catarina. Especificamente no Brasil, são animais mais encontrados no litoral do Rio de Janeiro, principalmente em Cabo Frio, e na região próxima a Angra dos Reis. Por aqui, a coleta ilegal desse animal acontece principalmente na Ilha Grande, no Rio de Janeiro, e desde 2004, esse animal se encontra ameaçado de extinção.
“Cultivo” De Pepino Do Mar No Brasil
Pode parecer incrível, mas o cultivo desse animal é uma das atividades agrícolas que mais cresce em todo o mundo, com países como Austrália, Canadá, China, Equador, Índia, Japão, Irã, México e Arábia Saudita tendo desenvolvido essa atividade de maneira bastante produtiva com o passar desses anos.
E, diante desse cenário, há cerca de 10 anos atrás que o Brasil tentar entrar nesse mercado através de projetos dos mais diversos tipos. Afinal, o nosso litoral é bastante rico em termos de fauna e flora, e entre os espécimes, está o nosso querido pepino do mar. E, dentre as espécies mais comuns por aqui está a Holothuria grisea, e que devido às suas características rústicas, sempre apresentou um grande potencial nesse sentido.
Pelo menos, até 2015, muitos estudos foram conduzidos com o objetivo de fechar o ciclo reprodutivo da espécie e poder viabilizar o seu cultivo, que ainda está em desenvolvimento nos dias de hoje, prometendo, quem sabe, colocar o Brasil na Rita de comércio de pepinos do mar.
Uma Das Espécies Brasileiras: O Holothuria Grisea
Dentre todas as espécies de pepinos do mar que podemos encontrar no litoral brasileiro, sem dúvida, uma das mais abundantes é o Holothuria grisea, que é especialmente encontrado no estado do Piauí, mais especificamente nos recifes naturais de arenito. Esse espécime é um importante consumidor de depósito, alimentando-se de partículas encontradas no substrato do fundo dos mares.
É graças, por sinal, à sua alimentação que esses animais são considerados (acertadamente) como um dos grandes recicladores de material orgânico dos oceanos. Porém, ainda assim, é o básico que se conhece da espécie, pois muito ainda está para ser descoberto, ainda mais com os estudos feitos nos últimos anos.
Pepino do Mar: Curiosidades
Fica até simples entender porque os pepinos do mar são consumidos como iguaria em certas partes do mundo. Afinal, esses animais são ricos (acredite se quiser!) em vitaminas A, C e algumas do complexo B. Isso sem contar que p animal também é fonte de minerais. No entanto, existe uma substância chamada de sulfato de glucosamina, que acredita-se de um grande poder reparador de cartilagens. E, aí? Topa degustar um bicho desses?
Interessante notar ainda que as mesmas substâncias pertencentes ao pepino do mar são retiradas de outros animais marinhos, como é o caso de lagostas, caranguejos e camarões. E, são todas substâncias bastante usadas, por exemplo, na fabricação de suplementos alimentares e dietéticos.
Mas, não para por aí. Algumas espécies de pepinos do mar produzem toxinas que são de grande interesse farmacológico. Isso porque alguns dos compostos isolados dessas toxinas podem ter atividades anti-inflamatórias e anti-coagulantes. Ou seja, isso mostra que as pesquisas nessa área podem ir mais à fundo nessa questão, e, quem sabe, encontrarem formas incríveis de tratar certas doenças.
Certo mesmo é que praticamente em qualquer lugar do mundo dá pra encontrar pepinos do mar, mostrando que são animais verdadeiramente “cosmopolitas”.