Os pepinos do mar (também chamados de holotúrias) são animais equinodermes, assim como as estrelas do mar e ouriço-do-mar. Os pepinos do mar não representam uma única espécie, mas um número de cerca de 1.250 espécies conhecidas. Algumas dessas espécies habitam águas rasas, ao passo que outras são encontradas no fundo dos oceanos; todavia, todas as espécies são oceânicas.
O pepino do mar possui uma grande utilização na culinária asiática, principalmente em países como a Malásia, Japão e China.
A maioria das espécies de pepino do mar possui comprimento médio de 45 centímetros, no entanto, muitos se perguntam se é possível que estes equinodermos excedam o seu ‘comprimento médio’, uma vez que há relatos de pessoas que já avistaram o pepino do mar gigante.
Mas afinal, pepino do mar gigante existe? Onde ele se localiza?
Venha conosco e descubra.
Boa leitura.
Pepino do Mar Classificação Taxonômica
A classificação científica para o pepino do mar obedece à seguinte estruturação:
Reino: Animalia;
Filo: Echinodermata;
Classe: Holothuroidea.
Dentro da classe Holothuroidea estão inclusas 3 subclasses: a Apodacea, a Aspidochirotacea e a Dendrochirotacea. A primeira subclasse compreende as ordens Apodida, Molpadiida; na segunda subclasse estão as ordens Aspidochirotida e Elasipodida; ao passo que na terceira subclasse estão as ordens Dactylochirotida e Dendrochirotida.
Pepino do Mar Características Físicas e Anatômicas Gerais
A principal diferença os pepinos do mar em relação aos demais equinodermos é o corpo delgado e alongado, com a presença de um eixo oral-laboral.
Outras importantes características incluem a boca cirundada por 10 a 30 tentáculos, os quais são modificações de estruturas conhecidas como pés ambulacrais, que estão presentes em outros equinodermos.
No pepino do mar ainda há muitos pés ambulacrais presentes na região ventral. O dorso, por sua vez, é preenchido com tubérculos.
Os pepinos do mar possuem uma epiderme simples, a qual recobre o seu endoesqueleto (formado por placas articuladas macroscópicas).
O sistema digestivo é completo;, porém o sistema circulatório é diferenciado e não possui coração, apenas um pequeno sistema de canais (chamados canais pseudohemais) que se dispõem de forma radial, e, por meio dos quais, circula um líquido com grande concentração de amebócitos.
O sistema ambulacrário se encarrega da respiração, a qual ocorre através de difusão. Por mais surpreendente que possa parecer, as trocas gasosas ocorrem ao nível da cloaca, uma vez que nessas estruturas há as chamadas árvores respiratórias ou hidropulmões (os quais, na realidade, são túbulos ramificados).
Em relação à composição do ‘sistema nervoso’, não existem gânglios, apenas um anel neural próximo à porção oral. A partir deste anel, emanam os nervos radiais. Além disso, também é possível encontrar células táteis ao longo da pele.
A excreção não é realizada por nenhum órgão em particular. O mecanismo excretório ocorre da seguinte maneira: os catabólitos são levados pelos ambócitos até os hidropulmões, de onde são eliminados através de difusão.
Em relação ao sistema reprodutivo, a fecundação é realizada externamente. As gônadas sexuais destes animais não contam com a presença de ductos auxiliares.
Além da reprodução sexuada, existe também a modalidade assexuada, na qual algumas larvas se autodividem ou regeneram algumas estruturas corporais.
Pepino do Mar Hábitos e Curiosidades
Tanto na profundidade quanto nas zonas rasas dos oceanos, ou áreas entre marés, o pepino do mar pode ser encontrado parcialmente enterrado na areia, e próximo às rochas.
Na presença de um predador, ou diante de condições ambientais desfavoráveis, este animal costuma expelir parte de suas vísceras sem causar grande prejuízo à sua fisiologia, uma vez que ele possui capacidade de regeneração.
A sua alimentação é composta por material orgânico depositado como detrito no fundo dos rios.
Além da sua ‘finalidade’ culinária, os pepinos do mar também são utilizados pela medicina tradicional chinesa para o tratamento de sintomas como a fadiga, impotência e dores articulares, em razão da presença dos carboidratos complexos, comuns à estrutura dos equinodermos. O pepino do mar também contém elevada concentração de sulfato de condroitina, substância conhecida como o principal componente da cartilagem. Outra propriedade do animal é a presença de substâncias de ação anti-inflamatória.
Aqui no Brasil, mais precisamente no município de Ilha Grande no Rio de Janeiro, algumas das espécies de pepino do mar foram inclusas (através de decreto oficial) na lista de animais ameaçados de extinção; uma vez que a captura é intensa para preparo de pratos em restaurantes orientais. Somado à captura voluntária, a poluição e destruição do hábitat natural também são fatores que contribuem para o decréscimo populacional.
Em relação à prevalência de pepinos do mar no Brasil, estes podem estar presentes em estados da região Sul, tais como santa Catarina, mas sua distribuição é bastante restrito à áreas específicas do estado do Rio de Janeiro, tais como Angra dos Reis, Cabo Frio e a região da Ilha Grande.
Na Ásia, a comercialização ilegal também é bastante recorrente. Há muitos relatos de captura na Indonésia, seguindo à desidratação do animal e envio aos mercados chineses.
Pepino do Mar Gigante Existe? Onde Ele se Localiza?
Na introdução deste artigo, foi citada a informação de que o comprimento médio dos pepinos do mar é de 45 centímetros, mas é importante categorizar este comprimento, uma vez que há diferença em relação a fatores como águas temperadas e águas tropicais.
Pepinos do mar localizados em águas temperadas medem aproximadamente 30 centímetros, ao passo que, no caso dos pepinos do mar encontrados em águas tropicais, esse valor é consideravelmente maior, visto que pode atingir entre 60 a 90 centímetros, provavelmente caracterizando a descrição de um pepino do mar gigante.
Logo, pepino do mar gigante existe sim, e, inclusive alguns deles já foram fotografados e registrados. Um desses registros ocorreu no mar da Califórnia por um mergulhador autônomo.
Agora que você já conhece importantes características do pepino do mar, o convite é para que continue conosco e visite outros artigos do site.
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Até as próximas leituras.
REFERÊNCIAS
Portal São Francisco. Pepino do Mar. Disponível em: < https://www.portalsaofrancisco.com.br/biologia/pepino-do-mar>;
Holzapfel, D. Dreamstime. Pepino de mar alaranjado gigante. Disponível em: < https://pt.dreamstime.com/fotos-de-stock-royalty-free-pepino-de-mar-alaranjado-gigante-image29332278>;
Wikipédia. Pepino-do-Mar. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Pepino-do-mar>.