O Pavão Indiano, como o seu próprio nome nos leva a crer, é uma ave originária da Índia – onde, aliás, é considerada a “ave nacional”.
Ele é o singular Pavo cristatus – também conhecido como pavão-comum ou pavão-azul -, e que dentro da família Phasianidae é a grande celebridade entre as aves ornamentais.
Originalmente eles costumavam correr soltos por florestas perenifólias, pradarias semi-desérticas e pelas vegetações arbustivas da Índia, Nepal, Malásia, Sri-Lanka, entre outros ecossistemas asiáticos, onde pudessem encontrar as suas refeições favoritas: sementes, frutos, leguminosas e pequenos insetos.
Os pavões indianos costumam medir entre 1 e 1,3m de comprimento e pesarem entre 4 e 6 kg (os machos), e entre 85 e 96cm de comprimento e entre 3 e 5 kg (as fêmeas).
Suas penas apresentam-se com vários tons, onde sobressai a tonalidade azul esverdeada, que compõe uma belíssima combinação com os outros tons de roxo, violeta e amarelo.
É a partir dos 36 meses de vida que essa plumagem característica dos pavões está completamente desenvolvida. É quando os machos finalmente entram na fase adulta, e agora precisarão dela como a sua principal arma de sedução para a conquista das fêmeas – que geralmente escolhem aquele que possui a maior, mais elegante e mais vistosa plumagem.
Uma curiosidade sobre essa plumagem dos pavões (além do fato de se destacar nos machos), é que todo o final de janeiro ela cai por completo, em um ritual com características biológicas e de sobrevivência para a produção de penas mais fortes e saudáveis.
Somente após 1 mês ela estará completamente renovada, e só então voltará a compor a sua original personalidade e auxiliá-los na saga da perpetuação dessa espécie.
A Reprodução dos Pavões Indianos
A reprodução dos pavões indianos ocorre do modo como é comum nessa espécie da família Phasianidae. A partir dos 36 meses de vida (os machos) e 24 meses (as fêmeas) começam os seus períodos reprodutivos.
Isso ocorre entre os meses de setembro e março, quando eles entram no cio. Para os machos, é hora de mostrar quem tem a plumagem mais vistosa e, com isso, o direito à atenção das fêmeas.
Esse período reprodutivo geralmente se estende até os 12 anos de idade – período em que os pavões ainda são férteis.
Após um singular ritual de acasalamento – que, além da exibição da sua plumagem, ainda envolve uma luta corporal bastante viril e agressiva -, seguido da cópula, a fêmea poderá pôr entre 20 e 23 ovos a cada ninhada.
Mas essa ninhada geralmente é dividida em intervalos de até três posturas durante o ano, para que depois possam ser incubados por no máximo 40 dias, e, enfim, trazer à vida mais uma geração de pavões indianos.
Um detalhe curioso (e quase folclórico) sobre a reprodução das pavoas, é que elas, curiosamente, costumam abandonar os ovos após a postura – algo que não ajuda a lhes credenciar como boas mães.
Por isso, a maioria dos criadores recomenda que se utilize uma chocadeira elétrica (com temperaturas entre 80 e 90°C), a fim de que essa possa fazer o serviço que a “mamãe pavoa” simplesmente se recusou a fazer. Ou então que se recorra ao auxílio de outras espécies de aves, como as gansas, cisnes, marrecos e galinhas, por exemplo, que deverão receber cada uma até 10 ovos, para serem chocados também por um período entre 35 e 40 dias.
As Principais Características Dessa Espécie
Os pavões indianos podem – se bem que de forma não tão precisa – ser classificados como espécies semisselvagens, domésticas (segundo a legislação brasileiras), de característica não migratória, afeitas a regiões com clima temperado ou tropical (razoavelmente chuvosas), dóceis por natureza, nada agressivas e com poucas exigências naturais.
Os matagais indianos e do Ceilão, as vegetações arbustivas da Malásia, as pradarias do Congo e de Java, entre outras vegetações intermediárias (entre densas e abertas), são alguns dos habitats preferidos dessa espécie – que desde os tempos bíblicos (ou mesmo antes) já encantava pelo seu porte esbelto, plumagem característica e um curioso ar de exoticidade.
O pavão durante toda a sua trajetória chamou a atenção pela sua beleza. E, com relação a isso, consta que o rei Salomão os comparava à prata, ouro e pedras preciosas.
Para agradar aos faraós (e mostrar bom gosto) nada melhor do que presenteá-lo com um belo exemplar de um pavão indiano.
Na Grécia eles eram extremamente valorizados, enquanto em Roma eram símbolos de sofisticação e requinte – que logo demonstrava a superioridade de gostos e de costumes de quem os possuísse.
Quanto à sua alimentação, os pavões indianos podem ser classificados como espécies onívoras, isso quer dizer que podem alimentar-se de vegetais e de pequenos invertebrados.
Sua dieta consiste, basicamente, de frutas, verduras, sementes, leguminosas, pequenos besouros, lacraias, escorpiões, caracóis, minhocas, entre outras espécies que, em cativeiro, devem ser oferecidas com moderação, devido à sua facilidade de ganhar peso.
Os pavões devem começar a ser alimentados a partir de 2 dias de vida com uma ração típica para filhotes. Até os 180 dias, eles passam a exigir uma dieta específica para animais em fase de crescimento, nesse caso, à base de frutas, verduras, leguminosas, ovos cozidos, mas também uma ração especial proteica para animais que entram nessa fase.
Até que, ao ultrapassarem os 6 meses, o seu organismo comece a requerer uma alimentação específica para animais adultos e em fase reprodutiva. Pois agora estão aptos a consumir a sua dieta característica – só que incrementada por uma ração para aves em fase reprodutiva.
Curiosidades Sobre o Pavão Indiano
Há cerca de 3.000 anos, os pavões, na Índia, eram considerados animais sagrados. Tanto é assim, que um indivíduo que matasse um exemplar dessa espécie tornava-se imediatamente um pária – e que até podia ser condenado à morte.
Os pavões indianos tornaram-se símbolos de prestígio e bom gosto em todas as terras onde tornaram-se populares – desde a Fenícia, passando pela Pérsia, Egito e Macedônia, até chegarem à Grécia e Roma, onde enfeitavam os jardins dos nobres e senhoras da época.
O rei Salomão, por exemplo, os tinha como uns dos seus inúmeros símbolos de riqueza e êxito material – um costume que foi seguido pela maioria dos seus descendentes, até que, por volta do séc. XIV, eles fossem apresentados aos europeus.
Mas, para estes, as suas qualidades como animais sagrados era o que menos importava, pois o que interessava mesmo era a sua carne, vista como símbolo de exotismo e bom gosto à mesa.
Também consta que, apesar de tantos predicados, para os antigos muçulmanos os pavões indianos eram, na verdade, um grande símbolo de mau agouro e azar – um animal que deveria ser mantido a uma distância bastante confortável por quem quer que desejasse evitar os dias difíceis.
O que eles acreditavam era que um pavão foi o responsável por mostrar à serpente onde ficava a lendária “Arvore do Bem e do Mal”, no Jardim do Éden. Dessa forma, ele deu a sua importante contribuição para a desgraça dos pais da humanidade.
Lendas à parte, o que se sabe é que hoje o pavão é considerado uma das aves ornamentais mais apreciadas do mundo.
No Brasil, o preço de um exemplar pode variar entre os R$ 300,00 e os R$ 1.600,00. Para muitos, um valor um tanto quando salgado, mas que, para outros, é um investimento que vale a pena, tal é a sensação de originalidade e sofisticação que traz a criação de uma espécie como essa.
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