Os patos podem ser aves adoráveis, de fácil criação em fazendas e sítios. Dessa maneira, esse tipo de animal costuma ser bastante comum nas regiões rurais de todo o Brasil. Porém, para entender a fundo o mundo dos patos, antes é preciso compreender o quanto esses animais podem ser diferentes entre si, a depender sempre da espécie.
Isso porque os patos podem ser espécies muito diferentes, a exemplo do chamado pato-do-mato. Espécie nativa do Brasil, o pato-do-mato possui outros diversos nomes pelo país, pois há mudanças frequentes de acordo com a região habitada pelo animal. O pato-selvagem, como o animal também é chamado, possui comportamento mais agressivo no trato com as pessoas e com outros animais. Dessa maneira, o mais comum é ver o pato-do-mato livre na natureza.
Contudo, há exemplos de locais e empresas que fazem uso do pato-do-mato como animal de corte, pois sua carne pode ser bastante saborosa se preparada de forma adequada. Além do Brasil, que é a casa do pato-selvagem, outros países da América do Sul e até mesmo algumas nações da América Central possuem a espécie em questão em sua fauna. Na verdade, devido à migração do animal, algumas partes do México têm o pato-do-mato em sua natureza.
Nome Científico e Características do Pato-do-Mato
O pato-do-mato atende pelo nome científico de Cairina moschata, embora as nomenclaturas populares do animal sejam muitas. Além de pato-selvagem, a espécie é conhecida também como pato-preto, pato-mudo, pato-crioulo, pato-bravo e pato-argentino; embora, na realidade, o pato-do-mato seja brasileiro.
Esse animal possui o macho como maior e mais forte do que a fêmea, tendo quase o dobro do tamanho. Quando macho e fêmea voam lado a lado, é muito fácil identificar ao certo quem é quem. O animal, quando macho, apresenta quase 1 metro de comprimento; já a fêmea chega, no máximo, a 65 centímetros. O macho ainda pode pesar mais de 2 quilos, o que chega a dificultar seu voo em alguns momentos.
Um detalhe interessante é que o pato-do-mato possui o corpo todo preto, ao contrário do imaginário popular quando se fala em patos. Assim, é natural que em alguns locais o animal seja conhecido como pato-preto ou crioulo. A espécie é muito barulhenta e pode emitir sinais sonoros altíssimos, facilitando o processo de comunicação quando necessário. Pelo fato de viver na natureza na maioria dos casos, o pato-do-mato possui mais formas de defesa e de ataque em relação aos patos criados em cativeiro e domesticados.
Estado de Conservação do Pato-do-Mato
O pato-do-mato é um animal em bom estado de conservação, embora os dados indiquem aumento no número de mortes da ave. A espécie é tida como quase ameaçada, mas vem perdendo espaço para se proliferar e viver em razão do desgaste sofrido por seu habitat. Com rios e lagos cada vez mais ligados a centros urbanos, os ambientes que guardam o pato-do-mato acabam por se destruir com o tempo.
O estado de conservação desse animal seria muito pior caso o pato-do-mato não soubesse se defender, o que não é o caso. Isso porque o pato em questão possui boa capacidade de locomoção na água e voa muito bem, sendo frágil apenas quando em terra – contudo, também por esse motivo, é muito complicado localizar o pato-do-mato em ambiente terrestre.
Ademais, muitas pessoas não gostam de ter o pato-do-mato para criação, pois o animal cria problemas e não lida muito bem com o cativeiro. Em alguns casos, o pato-selvagem chega até mesmo a agredir outras aves que vivem ao seu redor, como galinhas, marrecos e outras espécies de patos.
Alimentação e Domesticação do Pato-do-Mato
O pato-do-mato costuma ter sua alimentação voltada para raízes e folhas, sempre focando em elementos naturais. O animal costuma comer plantas aquáticas com alguma frequência, além de crustáceos e répteis pequenos. Além disso, o pato-do-mato é muito bom quando se trata de realizar a filtragem da água em busca de alimentos.
É por isso que, em muitos momentos, a ave se movimenta sobre a água com a cabeça voltada para a parte de baixo da superfície. Quanto ao processo de domesticação do pato-do-mato, em geral o animal se mostra violento e gera problemas para quem tenta domesticá-lo. Assim, pode não ser muito simples fazer com que o pato-do-mato se coloque em cativeiro, principalmente quando o animal já viveu por muito tempo de forma livre.
Muitas pessoas criam o pato-selvagem para fazer o popular prato pato no tucupi, que possui origem a partir da tradição de algumas tribos indígenas. Esse prato é muito valorizado em algumas partes do Brasil, sobretudo na região Norte do país. Porém, a melhor maneira de realizar a criação do pato-do-mato realmente é mantê-lo distante de outros animais e até mesmo das pessoas, pois o animal pode ser perigoso quando se torna agressivo – algo natural pelo estresse gerado na vida em cativeiro.
Modo de Reprodução do Pato-do-Mato
O processo de reprodução do pato-do-mato é muito bem definido e acontece mais naturalmente quando o animal não está preso em cativeiro. O momento em que o animal dessa espécie costuma procurar um parceiro é no inverno, quando os machos tratam de atrair as fêmeas a partir da sua plumagem bonita e elegante.
Uma vez feito o ato sexual, o macho tratará de defender o território e impedir que os ovos ou a fêmea sejam atacados. Já a fêmea terá o trabalho de construir o ninho, o que será feito com muita lama e restos de plantas, como galhos e folhas. Uma fêmea de pato-do-mato costuma colocar de 6 a 10 ovos por ciclo reprodutivo, chocando-os ela mesma.
Os filhotes costumam levar cerca de 1 mês para nascer, demorando um pouco mais ou um pouco menos para que os animais possam deixar os ovos. A mãe trata de proteger os filhotes nesse momento, já que os machos deixam o local e seguem seu caminho. Os filhotes se mostram prontos para voar dentro de 5 a 7 semanas, já após todo o treinamento realizado junto à mãe. Esses filhotes abandonam a mãe quando atingem a maturidade sexual e se colocam como aptos a reproduzir.