A Pantera-Negra ou “Onça-preta” está ameaçada de extinção. Essa é a conclusão da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
A espécie é um dos símbolos de exoticidade e mistério que envolvem os biomas dos quais elas fazem parte, especialmente em trechos das florestas do México, Argentina, sul dos Estados Unidos, leste da África, Sudeste Asiático e, mais raramente, na Floresta Amazônica.
Diferentemente do que muitos imaginam, a cor (ou ausência de cor) negra da sua pelagem não lhe confere o status de uma espécie à parte.
Na verdade ela é a conhecida Panthera onca (o mesmo gênero das onças-pintadas), vítima de uma espécie de mutação genética, que resultou no que se conhece como“melanismo” ou excesso de pigmentação da pele e pelos.
A Pantera-negra é magnífica! Ela possui um visual único, quase como uma entidade a serpentear por entre as matas densas e fechadas da América do Sul, Estados Unidos, África e Ásia – como um evento mágico a descortinar-se diante dos olhos de quem quer que já tenha entrado em contato com ela.
São cerca de 1,88cm de comprimento, cerca de 1m de altura e entre 70 e 90 kg de uma espécie formidável, com hábitos solitários e noturnos, extremamente democrática quando o assunto é uma boa presa, além de possuir agilidade, força, explosão e visão responsáveis por eternizá-la no imaginário popular e produzir as mais diversas lendas, mitos, “causos” e até mesmo produções cinematográficas.
Durante a caça ela é incomparável! Um mamífero de médio porte, um cervídeo distraído, um javali que teve o azar de cruzar o seu caminho, são apenas algumas das mais de 80 espécies capazes de satisfazer o apetite insaciável desse animal, considerado uma entidade rara e quase mágica no planeta.
Mas apesar da raridade, elas ainda podem ser encontradas em países do leste da África, como Etiópia, Eritreia, Quênia, Tanzânia e Ásia – o que realimenta a esperança de ambientalistas de todo o mundo sobre a possibilidade de salvá-las da completa extinção.
Características da Pantera-Negra
A Pantera-negra, por estar em vias de extinção, só pode ser encontrada, com raridade, nas matas densas e fechadas do Leste da África, Sudeste Asiático, na Floresta Amazônica e nas florestas norte-americanas.
Diferentemente do que muitos imaginam, a sua pele negra não lhe confere nenhuma vantagem na luta contra os caçadores de animais silvestres.
Na verdade, a sua imensa estrutura negra, musculosa e exótica a torna uma presa bem mais fácil de ser identificada, ao contrário do que ocorre com as onças-pintadas, que utilizam o tom amarelo da sua pelagem (com suas inconfundíveis manchas pretas) como uma excelente camuflagem.
Apesar de encontrar-se em vias de extinção, as características reprodutivas das Panteras-negras são bastante conhecidas. Nelas, esse processo ocorre como é típico dessa imensa família Felidae.
Por volta dos 3 anos (machos) e 2 anos (fêmeas) surge o período de acasalamento. A partir daí, durante todo o ano (especialmente no verão) pode haver a cópula entre um casal.
A gestação se estenderá entre 90 e 105 dias, e, após esse período, a fêmea dará a luz entre 2 e 3 filhotes (que podem ou não nascer negros), que permanecerão na dependência absoluta da mãe por pelo menos 60 dias.
Pantera-Negra: uma Espécie Original Ameaçada de Extinção
Uma espécie exótica, quase como uma verdadeira entidade mítica, extremamente rara e bela, não poderia, obviamente, passar despercebida pelos famigerados “caçadores de animais silvestres”, que espalham-se por praticamente todos os cantos do planeta.
As suas qualidades tornaram a Pantera-negra uma espécie ameaçada de extinção e tratada como um verdadeiro troféu nas mãos dos que se aventuram por essas matas, florestas, savanas, bosques, entre outras vegetações onde elas possam ser encontradas.
Mas as Panteras-negras também são vítimas (como inúmeras outras espécies) da escassez progressiva de algumas das suas principais presas. Isso porque, quando não são também dizimadas, elas precisam migrar para outros ecossistemas, a fim de criar ali uma nova organização ecológica.
O problema disso é que, como consequência, ocorre um desequilíbrio, bastante significativo, na Cadeia Alimentar do bioma onde essas presas viviam antigamente. Um desequilíbrio que, na maioria das vezes, é difícil de reverter.
Já com relação aos conflitos entre essa espécie e o homem, foi bastante comentada a notícia de que cerca de 38 panteras haviam sido mortas somente no ano de 2015 nos Estados Unidos.
O curioso é que praticamente todas elas foram mortas por atropelamento – segundo a Comissão de Conservação de Pesca e Vida Silvestre da Flórida –, o que configura-se como um exemplo clássico de quando a relação entre animais e seres humanos se torna tão próxima e sufocante, que o resultado é o conflito; nesse caso, com desvantagem para os animais.
No leste da África e na Ásia, os flagelos desses animais são mesmo os caçadores de animais silvestres. Estes recebem gordas recompensas pela captura de um exemplar, pois, para muitos, a Pantera-negra é considerada quase como um artefato de luxo, ou um símbolo de status – especialmente pelos colecionadores de peles, presas, garras, entre outras partes de animais silvestres.
A Importância de Impedir a Extinção das Panteras-Negras
Assim como ocorre com qualquer espécie, a importância de se evitar a extinção de animais, como a Pantera-negra, está no fato de que todo bioma é um sistema (um ecossistema), cuja introdução ou retirada de uma espécie resulta num desequilíbrio capaz de afetar as relações ecológicas e as Cadeias Alimentares responsáveis por garantir a sobrevivência desse mesmo bioma.
Nesse sentido, as ações de órgãos como o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) vêm em boa hora.
Uma das últimas conquistas do Instituto foi a captura de um exemplar de uma Pantera-negra em plena Caatinga, no Parque Nacional da Serra da Capivara (Piauí), após um longo e exaustivo período de buscas incansáveis por algum sobrevivente dessa espécie, considerada rara e quase lendária, principalmente no Brasil.
Desde 2014, esse exemplar encontrado vive sob monitoramento (GPS) 24 h, com o objetivo de garantir a sua preservação, bem como analisar e estudar os seus hábitos particulares, que ainda continuam envoltos em mistério, devido à dificuldade de encontrá-las no Brasil.
A Pantera-negra é simplesmente o maior felino do continente americano, no entanto, conflitos com o homem – especialmente no que diz respeito à caça predatória e ao ataque das onças às propriedades privadas – têm colocado essa espécie em risco de ser totalmente dizimada do planeta – até mesmo nesse trecho da Caatinga, que é, para o nosso orgulho, considerado um dos últimos refúgios desses animais.
De acordo com os técnicos do ICMBio, um dos objetivos desse monitoramento é também garantir uma convivência mais saudável entre esses animais e os proprietários de fazendas, pois, como se sabe, a diminuição das presas das Panteras-negras tem aumentado, consideravelmente, o ataque de gado bovino por parte delas.
Então agora, graças a esse monitoramento, os proprietários poderão ser alertados, a tempo, sobre a presença desse animal em suas cercanias.
E, em vez de liquidá-los, eles agora terão o recurso de simplesmente recolher e proteger o gado do seu assédio, e ajudar, com isso, a garantir a existência das Panteras-negras para a apreciação das gerações futuras.
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