Os ouriço-do-mar não possuem olhos, boca ou nariz (da forma como conhecemos). E quanto à sua morfologia, o que podemos dizer é que eles possuem espécies de túbulos com ventosas que lhes auxiliam na locomoção.
Além disso, um estudo realizado na Universidade de Lund (Suécia) descobriu que são os seus tentáculos que fazem as vezes de olhos!
Isso mesmo! Por mais incrível que isso possa parecer, esses espinhos não funcionam apenas como um mecanismo de defesa contra possíveis ataques de predadores – é por meio deles que essas espécies tão originais e extravagantes enxergam.
Só que esse mecanismo é um tanto quanto complexo!, pois esses “tentáculos oculares” na verdade ficam escondidos entre os seus espinhos, de forma a que somente essas suas “armas de combate” possam ser notadas.
Esses tentáculos oculares possuem células especializadas bastante sensíveis à luz. Mas elas não são tão eficientes quanto as dos humanos – o que torna a visão desse animal de certa forma deficiente, exigindo uma certa proximidade com o objeto para que possa enxergá-lo.
Além de não possuírem olhos e narizes, os ouriços-do-mar também não possuem boca (da forma como conhecemos). Nesse caso, a sua morfologia contempla um conjunto de órgãos com o nome de “pedicelárias”, que lhes possibilitam colher os alimentos e enviá-los inicialmente ao seu órgão masticatório conhecido como “lanterna de Aristóteles”, e logo após ao seu sistema digestivo.
Os ouriços-do-mar são espécies venenosas, que utilizam-se dos seus espinhos como um poderoso instrumento de injeção.
E no caso de, por algum motivo, pisar em um deles, o que se recomenda é a retirada o mais rapidamente possível dos espinhos introduzidos na pele, pois quanto mais tempo eles permanecem no local, mais veneno é introjetado – o que pode resultar na intensificação do processo inflamatório, com possíveis consequências ainda mais graves.
Além De Não Possuírem Boca, Nariz E Olhos, Quais as Outras Características Morfológicas Dos Ouriços-Do-Mar?
Os ouriços-do-mar são espécies pertencentes ao filo Echinodermata, com um total de quase 1000 espécies com características das mais exóticas.
Eles apresentam-se como uma “bola de espinhos” com 4 a 9 cm de diâmetro, munida de um endoesqueleto (esqueleto interno) revestido por uma espécie de tegumento espinhoso, rugoso ou liso.
Você poderá encontrar esses animais com as mais diversas colorações, desde o negro, passando por colorações mais vivas, como o verde, vermelho, azul e púrpura, a até mesmo espécies mais discretas, com os seus inconfundíveis tons de castanho e amarelo-pardacento.
Por meio de túbulos terminados em ventosas, eles caminham, incansáveis, nas profundezas de todos os oceanos, em profundidades com algumas poucas centenas de metros a até as quase insondáveis fossas abissais.
Nesse ambiente, eles alimentam-se basicamente de algas (e microalgas), esponjas, detritos, restos vegetais, larvas, vermes, entre outras espécies ainda em suas fases bentônicas – o que faz dos ouriços-do-mar espécies de controladores naturais da fauna dos mares e oceanos.
Completam algumas das suas principais características, um sistema hidrovascular, que são espécies de ductos, vias ou canais, que utilizam-se, de forma esplendorosa, da água como um mecanismo de propulsão, locomoção, alimentação, respiração, eliminação de restos alimentares, entre outras funções.
Os Ouriços-Do-Mar Não Possuem Olhos, Nariz, Boca, E Ainda Apresentam Inúmeras Singularidades Morfológicas E Biológicas
Eles são exóticos, possuem características morfológicas únicas, são espécies quase lendárias quando o assunto são os perigos do mar, costumam amedrontar logo que são avistados – enfim, esses animais possuem todas as “qualidades” típicas de um digno representante da comunidade dos Equinodermos.
Porém as suas peculiaridades não param por aí! Eles ainda são capazes de se auto-regenerarem! E, graças a isso, podem viver até os assustadores 100 anos! E o mais impressionante: com as mesmas características físicas e biológicas de quando ainda eram simples e indefesos jovens ouriços-do-mar.
De tão singular, essa sua característica de auto-regeneração acabou tornando-se alvo da ciência, que já busca uma forma de utilizar nos seres humanos os mecanismos que lhes proporcionam essa longevidade sem o menor comprometimento da sua estrutura biológica.
Como pudemos ver, não é somente na sua morfologia que os ouriços-do-mar se destacam de outras espécies – e muito menos pelo simples fato de não possuírem boca, nariz e olhos (da forma como os conhecemos).
Os seus predicados vão além disso! Com base em estudos realizados recentemente em espécie como Strongylocentrotus mesocentrotus, Lytechinus variegatus, no Strongylocentrotus purpuratus, entre outras variedades, pesquisadores do Instituto de Ciências do Mar das Bermudas agora pretendem descobrir o mecanismo por trás de tal capacidade regenerativa.
Segundo os estudiosos, mais uma vez os fatores genéticos deverão ser analisados, já que é convencionalmente aceito o fato de que o envelhecimento dos genes que participam dos processos de crescimento e desenvolvimento sexual é que determina o envelhecimento dos seres vivos.
Como Os Ouriço-Do-Mar Podem Tornar-Se Referência Quando O Assunto É a Busca Pela Eterna Juventude
Sim, um estudo sobre os ouriços-do-mar (ou sobre as suas características biológicas) pode ser útil para as pesquisas relacionadas ao processo de envelhecimento dos seres humanos!
Até então o que se pensava era que a sua alta expectativa de vida seria, digamos, a causa dessa dificuldade que eles têm de envelhecer.
Porém o que se descobriu é que até mesmo as espécies com baixa expectativa de vida possuem essa característica – o que fez com que muito do que se sabia até aqui sobre o assunto tenha que ser revisto.
Já que a sua alta capacidade regenerativa não está, de forma alguma, relacionada com a curta ou longa expectativa de vida, a suspeita é de que a presença (ou ausência) de determinados genes é que determinam a expectativa de vida desses animais.
Mas essa descoberta liga um sinal de alerta sobre a possibilidade de se realizar manipulações genéticas (especialmente com clonagem de seres humanos) capazes de produzir indivíduos que simplesmente não envelheçam!
Por mais surreal que esse objetivo possa parecer, não são poucos os cientistas que se debruçam diuturnamente sobre as suas fórmulas e estudos.
De alguma forma eles pretendem que seja possível realizar manipulações dessa natureza – o que também abre (mais uma vez) uma imensa discussão ética acerca dos limites que a ciência deve respeitar.
Polêmicas à parte, o que se sabe mesmo é que os ouriços-do-mar – que já são suficientemente singulares quanto à sua morfologia (ausência de olhos, bocas, narizes, entre outros órgãos especiais) – agora também podem configurar-se como espécies de pivôs de discussões acaloradas sobre ética científica.
Seria essa mais um característica nessa longa lista de peculiaridades desse animal que, diferentemente do que se imagina, contribui, e muito, para a manutenção dos ecossistemas marinhos de todos os oceanos.
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