Tanto hípica como haras são lugares relacionados a equinos, essencialmente aos cavalos. Porém, apesar das semelhanças, ambos possuem diferenças importantes quanto ao seu espaço e finalidade.
As hípicas são ambientes direcionados para o lazer, o esporte, o convívio social e o bem-estar. Elas são locais em que são promovidas diversas atividades tais como: práticas esportivas, como hipismo e equitação; terapias especializadas, como equoterapia; e também eventos, como concursos, leilões e exposições.
As hípicas são, em sua maioria, clubes, que contam com diretoria, conselho, presidente, estatuto, regulamento e, claro, sócios – os cavaleiros e amazonas. Por isso muitas hípicas são chamadas de Sociedade Hípica.
Numa hípica, há estábulos e baias para hospedagem dos cavalos, redondel (espaço redondo utilizado para domar e/ou treinar o cavalo, onde o treinador fica no centro e o animal trabalha ao seu redor), piquete (espaço aberto para que os cavalos possam se movimentar livremente) e complexo veterinário, que pode contar, inclusive, com centro cirúrgico, enfermeiros e médicos veterinários 24 horas por dia.
É comum que uma hípica possua, além dos espaços voltados para os animais e para a prática de esportes e atividades equestres, uma Sede Social, onde os associados e convidados podem disfrutar de serviços de bar, restaurante, salão de jogos e sala de convivência, por exemplo.
Também é comum que, por uma hípica funcionar como um clube, haja espaços voltados para o lazer e bem-estar que não estejam relacionados aos cavalos, como piscinas, playground, quadras desportivas e academia.
Atividades Realizadas em uma Hípica
Normalmente a principal atividade de um hípica é mesmo o hipismo, porém há muitas outras atividades que podem ser desenvolvidas no local.
Para a prática de hipismo, que pode ser definido como a arte de montar um cavalo, as hípicas geralmente contam com instalações diversas, como, por exemplo, pistas de grama, pistas de areia e picadeiros indoor e outdoor para prática de saltos e adestramento e pistas para exercícios de cross country.
Há ainda instalações para a prática de Concurso Completo de Equitação (CCE), a mais importante modalidade olímpica relacionada ao hipismo, que reúne provas de salto, adestramento e cross country.
As hípicas costumam organizar ou sediar diversas provas e competições de hipismo. A Confederação Brasileira de Hipismo (CBH) é a entidade que disciplina as competições no país. As modalidades compreendidas por ela são: salto, adestramento, paraequestre, CCE, enduro, rédeas, atrelagem, volteio e tambor.
Outra parte importante de uma hípica é um espaço mais amplo para a prática da equitação, que diferentemente do hipismo, é a arte de cavalgar, e que está sendo amplamente usada como equoterapia.
A equoterapia é um tipo de terapia complementar que utiliza cavalos para incentivar o desenvolvimento – seja físico, psicológico ou cognitivo – e que pode ser realizada em uma hípica.
É um tratamento que traz inúmeros benefícios para qualquer pessoa que queira praticá-la, especialmente pessoas com deficiências/doenças diversas ou necessidades especiais, como Síndrome de Down, autismo, paralisia cerebral, TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), esclerose múltipla, sequelas de acidentes, traumas diversos.
Entre os benefícios trazidos pela equoterapia estão melhoras na coordenação motora, na postura e no equilíbrio; estimulações visual, tátil e auditiva; criação de vínculo e desenvolvimento afetivo dado o contato do paciente com o cavalo.
O que é um Haras?
Os haras são lugares voltados à criação de cavalos. O mais comum é um haras eleger uma única raça para criar – isso porque dessa forma obtém-se os melhores animais. Dentro da raça elegida também é possível criar apenas éguas, apenas garanhões ou ainda ambos.
Além da criação de cavalos, os haras também podem ter espaços tanto para alojar animais de terceiros como para eventos relacionados a equinos, como leilões e campeonatos.
Os haras geralmente possuem baias e estábulos para alojamento dos animais, piquete, farmácia, redondel, um local para estocar feno e ração e casas de sela.
Num haras, é muito importante ter uma equipe multidisciplinar para atender às necessidades dos animais. É preciso ter um administrador que vai gerenciar o local; tratadores, que são responsáveis pela alimentação e higiene dos cavalos, além da limpeza das baias; veterinário; odontoveterinário; treinadores e um casqueador – que é o responsável pelo tratamento dos cascos dos cavalos.
Importante ressaltar que, embora os proprietários de haras sejam apaixonados por cavalos, um haras funciona como uma empresa, já que a criação e venda de cavalos é um negócio.
Qual a Diferença Entre Hípica e Haras?
A principal diferença entre hípica e haras então é a finalidade de cada um. Enquanto a hípica é um local voltado principalmente para a prática de atividades relacionadas a cavalos, o haras é um lugar destinado majoritariamente à criação desses animais.
As hípicas funcionam como clubes sociais, onde os principais associados são cavaleiros e amazonas que usam o espaço para treinar. Já os haras são propriedades particulares, que funcionam como uma empresa, visando lucro através da criação e venda de animais. Aliás, esse é um negócio extremamente importante para a agropecuária brasileira.
A Criação de Cavalos no Brasil
O Brasil é um dos países líderes na criação de cavalos em todo o mundo, sendo que de acordo com a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), o Brasil está entre os cinco maiores criadores mundiais de cavalos. O país fica apenas atrás de Estados Unidos, China e México.
Dentro do país, o órgão responsável pelos dados referentes à criação de equinos é o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. De acordo com dados de 2018 do órgão, o Brasil conta com uma cifra impressionante de mais de 5.571.000 equinos.
Os estados com maiores rebanhos de equinos são Minas Gerais, com mais de 875 mil cabeças, seguido por Rio Grande do Sul, com cerca de 528 mil animais e pela Bahia, que possui quase 509 mil equinos.
Essas cifras expressivas são imprescindíveis para a agropecuária brasileira. Apenas a criação de cavalos movimentou, no ano de 2018, a quantia de R$ 16,5 bilhões. O setor gerou em torno de 3,2 milhões de empregos.
Em relação às raças mais criadas no Brasil, as cinco primeiras são: quarto de milha, mangalarga, mangalarga marchador, árabe e crioulo.