No mundo existem vários animais diferentes onde cada um tem o seu papel a desempenhar na natureza para manter o seu equilíbrio, porém muitos não tem essa opção. Mas você conhece o elefante-pigmeu? Já ouviu falar deles? Não? No decorrer deste artigo, irei falar um pouco a respeito de uma espécie de elefante, que se encontra na lista dos animais em extinção… o elefante-pigmeu.
Um Pouco de História
Em um estudo científico recente realizado pela WWF, foi constatado que os elefantes-pigmeu podem não ser uma espécie nativa desta ilha no sudeste da Ásia. Com base no trabalho que foi realizado sobre esta espécie, constatou-se que eles podem ser os últimos sobreviventes dos elefantes Java que foram salvos da extinção séculos atrás pelo sultão de Sulu.
O elefante-pigmeu, que vive em uma área a nordeste da ilha de Bornéu, foi sempre um mistério com relação a sua origem, pois ela é uma espécie bastante diferente dos demais elefantes asiáticos na região, tanto no seu comportamento como também na sua aparência. Por possuírem um temperamento dócil, pesquisas realizadas revelaram que esta espécie pode ter sido domesticada pela população da ilha no século XVIII.Características dos Elefantes Pigmeus do Mediterrâneo
Nessa espécie, os machos não excedem os 2,5 metros de altura, cerca de 30 a 60 cm, sendo este um tamanho menor que o apresentado pelos outros elefantes asiáticos, além de que os elefantes-pigmeu do mediterrâneo são mais largos (“gordinhos”), com a face menor, orelhas maiores e a cauda mais longa. Hoje, estes elefantes encontram-se presentes nas regiões norte e nordeste de Bornéu.
Duas populações distintas podiam ser encontradas na década de 80, uma sendo em Sabah, estendendo-se sobre a reserva de Vida Selvagem Tabin e adjacente, principalmente em terrenos íngremes; e a outra sendo no interior montanhoso a cerca de 300 a 1.500 metros de altitude, situada em Kalimantan. Essa espécie de elefantes podia ser encontrada apenas nessas áreas, não sendo presente em mais nenhum outro lugar, até pelo fato deles preferirem as florestas de planaltos, planícies e vales formados por rios. Nestas terras baixas, eles encontram mais comida, além do solo ser de melhor qualidade.
Seu Ciclo de Vida e Reprodutivo
Os elefantes-pigmeu do mediterrâneo podem ter uma vida longa, podendo viver até os 80 anos em cativeiro. Já na natureza, a expectativa de vida para eles é menor, podendo chegar aos 60 anos. As fêmeas desta espécie dão à luz uma vez a cada período de 4 a 6 anos, de forma que elas podem ter em média sete filhotes. Elas têm um período de gestação que pode durar de 19 a 22 meses.
Com Relação a Alimentação
Os elefantes-pigmeu são em sua essência herbívoros, alimentando-se de plantas e frutas. Em média, um elefante-pigmeu na sua forma adulta consome em torno de 300 quilos de vegetação numa refeição diária. A comida preferida desses pequenos são bananas selvagens, vários tipos de palmeiras e gramíneas. Além disso, podem se alimentar de folhas, cana de açúcar e raízes. A dieta dos elefantes consiste em pelo menos 162 espécies de plantas, a qual pode ser diferenciada em 49 diferentes famílias, incluindo várias espécies de árvores.
A qualidade da floresta, rica na diversidade e distribuição de alimentos é um fator mais que importante para os pequenos elefantes. O que prova que a destruição desses habitats para o cultivo de plantações de óleo de palma é um ponto de conflito que existe entre os pobres animais e os camponeses.
Modo de Vida
Os pequenos elefantes vivem em grupos de 30 a 50 membros, mas isso não os impede de em algum momento passar alguns dias ou semanas com grupos menores. Eles vivem em sociedades matriarcais, sendo liderados por um elefante adulto. No ano de 2012, a legislatura do estado de Sabah proibiu qualquer atividade florestal ou mesmo agrícola, de forma a proteger o habitat do elefante-pigmeu e também outros animais raros que coexistem no mesmo local. Esta área da selva cobre o parque florestal de Gunung, com cerca de 485 mil hectares, uma área aonde se encontra um grande número de elefantes-pigmeu de Bornéu. Devido a essa restrição, os pobres elefantes sofrem por causa de empresários dedicados a exploração do óleo de palma.
As estimativas de existência desses pequenos não é das melhores, de acordo com a WWF, pois o terreno preferido deles é também o melhor para as plantações comerciais, razão pela qual durante as quatro últimas décadas mais de 40% das florestas no estado de Sabah, nordeste da ilha e onde os elefantes vivem, foi devastada pela derrubada de árvores para conversão em plantações e assentamentos humanos.Com essa alteração imposta pelo homem, essa necessidade de expandir o seu desenvolvimento não se importando com a fauna e flora, interrompe as rotas de migração dos elefantes, isso sem falar no esgotamento das fontes de alimentos e consequentemente, a destruição do seu habitat “natural”… Hoje, o que resta da população de elefantes-pigmeu tem sido limitada largamente a uma pequena área na região nordeste de Bornéu.
Preocupação Com o Futuro da Espécie
Provavelmente você deve ter visto a algumas semanas sobre a morte de um elefante-pigmeu de forma cruel… as organizações de proteção de animais na Malásia mostraram-se preocupadas com essa morte, uma vez que esta espécie está ameaçada de extinção. O pobre elefante, com cerca de quatro anos, foi baleado por aldeões na área, pelo simples fato de o animal passar pelas áreas ocupadas por suas plantações.
O diretor dos serviços responsáveis pela proteção da fauna e flora da região, Agostinho Tuuga, disse em entrevista que o ato foi cometido por moradores em um lugar isolado, por vingança, pois com a passagem do elefante, suas lavouras foram destruídas. Os elefantes de Bornéu são uma espécie ameaçada, por vários motivos, um deles a caça e comercialização ilegal de marfim e ao desmatamento de florestas correspondentes ao seu habitat. Estima-se que hoje existem pelo menos 1.200 espécimes vivendo em seu espaço natural.
Ao longo de um ano, de abril de 2017 a abril de 2018, cerca de 18 elefantes de Bornéu foram mortos, informação revelada por diversos jornais da nação asiática. A morte dos animais foi causada por caçadores na área, pois partes do corpo dos elefantes-pigmeu são utilizados na medicina tradicional chinesa, e por suas supostas propriedades benéficas a saúde humana. Além de também removerem suas presas de marfim para venda no mercado negro.
Em resumo, o que passamos aqui foi um pouco sobre a história de vida de um animal em extinção, que tem o seu habitat destruído pela ganância humana que não tem respeito pela vida de espécies que julgam serem inferiores aos seus interesses. Até um próximo artigo!