Lobo Vermelho é o nome popular de uma espécie originária da América do Norte, o Canis rufus. Ele é um animal considerado em “grave risco de extinção”, de acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, sigla em inglês).
O peso de um lobo vermelho oscila entre 23 e 28kg, enquanto a sua altura (ou comprimento) dificilmente ultrapassa 1,2m.
Diretamente dos imensos prados, bosques, savanas e planaltos do sudeste dos Estados Unidos, como a Flórida (região sul), leste do Texas, Carolina do Norte, Geórgia, entre outros estados desse imenso território, os lobos-vermelhos surgem como um animal um tanto quanto enigmático, especialmente pelo fato de ser um tipo de híbrido dos não menos singulares lobos-cinzentos e dos famosos coiotes americanos.
Os hábitos alimentares dos lobos-vermelhos variam entre espécies de coelhos, aves, ratões-do-banhado, lebres, guaxinins, entre outras espécies de mamíferos e roedores de pequeno porte.
O seu nome popular (lobo-vermelho) é uma referência à tonalidade da sua pelagem – entre o vermelho e o ruivo – , que é uma das características dessa espécie que mescla em seu DNA diversos caracteres biológicos.
O Canis rufus atinge a idade reprodutiva por volta dos 24 meses. Nessa época (entre os meses de janeiro e abril) eles saem à procura de companhia; e, logo que a encontra, inicia o ritual de acasalamento típico dessa espécie.
O curioso é que ambos demonstram um extremo cuidado durante esse período. O casal permanece juntos durante toda a vida, inclusive na hora de encontrar o melhor local para que a fêmea dê à luz.
Somente após 60 dias, os filhotes começam a ganhar alguma independência da mãe. Aos poucos começam a reconhecer o território onde viverão praticamente toda a vida; onde terão que exercitar os seus principais sentidos (o olfato e a audição, especialmente); e de onde terão que retirar os seus sustentos e garantir a sobrevivência das suas espécies.
Lobo-Vermelho: O Nome Popular de uma Espécie Ameaçada de Extinção
O Canis rufus não é um animal que chame tanto a atenção pela sua estrutura física. Um peso e altura que não ultrapassam os 28kg e 1,2m, respectivamente, não os tornam animais assim tão cobiçados dentro da natureza.
O problema é que, a cada dia, o avanço do setor agropastoril, a diminuição das suas presas favoritas, a caça ilegal, entre outros fatores, vêm ameaçando-o de extinção em praticamente toda a América do Norte.
Atentas a isso, as principais organizações ambientais dos EUA já alertam para o fato de que em todo o continente não é possível encontrar mais do que 100 exemplares dessa espécie; e o pior, não é raro encontrar, vez ou outra, uma animal morto em beiras de estradas e nos arredores de propriedades privadas – o que apenas confirma o drama que vivem os lobos-vermelhos nesse território.
Recentemente a United States Fish and Wildlife Service (uma subdivisão do Departamento do Interior dos Estados Unidos, dedicada a garantir a preservação de animais silvestres nos EUA) iniciou uma verdadeira campanha (com direito, inclusive, a prêmios em dinheiro) para que as pessoas dessem pistas dos responsáveis ou do responsável pela morte de um animal dessa espécie encontrado no estado da Carolina do Norte.
O governo americano insiste em chamar a atenção da população para o fato de que matar uma espécie como o Canis rufus é um crime, que pode resultar em até 12 meses de detenção ou em uma multa em torno de R$ 230.000 Reais.
Mas o que muitos fazendeiros alegam é que o que pode estar acontecendo é uma confusão entre as pessoas com relação aos coiotes (que podem ser caçados) e aos lobos-vermelhos, cujo nome popular não é suficiente para identificá-los dentro desse gênero, já que possuem praticamente a mesma altura e peso, além de outras caraterísticas que os tornam bastante similares.
Curiosidades Sobre o Lobo-Vermelho
Não é somente o seu nome popular que faz dos lobos-vermelhos espécies assim tão singulares. Eles também possuem a característica de serem animais monogâmicos. Costumam ter um único parceiro durante as suas vidas. E, a partir dessa escolha, acabam formando pequenos bandos de indivíduos da mesma família.
Uma outra curiosidade sobre o Canis rufus, é que ele também costuma ser confundido, aqui no Brasil, com o original Lobo-guará – o Chrysocyon brachyurus -, famoso por ser uma das celebridades do Cerrado Brasileiro, ou melhor, uma das celebridades da fauna silvestre brasileira.
Essa confusão geralmente ocorre devido à semelhança das suas pelagens (ambas com o mesmo tom avermelhado). Além do fato de que a altura e peso dos lobos-vermelhos são praticamente os mesmos do Lobo-guará.
O Canis rufus possui a singular característica de formar famílias. É curioso ver como, ao longo dos anos, eles vão juntando-se em grupos de até 10 indivíduos – sendo que a maioria são filhotes que seguem os adultos durante as suas intermináveis aventuras à caça de uma boa presa.
A espécie enfrentou uma verdadeira tentativa de extermínio até meados dos anos 70. Em alguns estados americanos, como o Alabama, Kentucky e em longos trechos do sudeste do Texas, praticamente não existia mais exemplares dessa espécie nesse período – somente avistavam-se, mui raramente, alguns exemplares que vagavam a esmo, solitários, por entre os prados, savanas, campos abertos e bosques dessa região.
A salvação para os lobos-vermelhos veio a partir de iniciativas do governo e de entidades privadas que, da metade para o final dessa década, passaram a recolher todo o exemplar que encontrassem na natureza, a fim de iniciar um processo de criação dessa espécie em cativeiro.
E foi, segundo os especialistas na fauna americana, graças a essa iniciativa que ainda podemos ver, aqui e a ali, algum exemplar desses animais soltos em ambientes selvagens.
No final dos anos 70 alguns exemplares puderam ser introduzidos, aos poucos, na natureza. E o local escolhido foi uma ilha localizada no estado da Carolina do Sul, em uma reserva natural com status de “refúgio para animais silvestres”, em plena região sudeste dos EUA.
Hoje os lobos-vermelhos, conhecidos por serem espécies bastante sociáveis, conseguem sobreviver, a custo, à sede de destruição que espalha-se pela maioria dos territórios naturais do planeta.
E se depender de algumas organizações ambientais (o “tormento dos caçadores de animais silvestres”), os lobos-vermelhos poderão ser apreciados pelas gerações futuras desse imenso continente americano.
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