Você sabe quantas espécies de cobras existem no mundo hoje? Bem, a quantidade existente desses animais é em torno de 2700 espécies catalogadas. E todas apresentam características semelhantes, como a ausência de membros, o corpo fino e linear, e claro, são carnívoras e são ectotérmicas, o que quer dizer que a temperatura interna delas varia com base na temperatura do ambiente. No decorrer do artigo, pretendo te apresentar uma das espécies que pode ser encontrada com mais frequência aqui no Brasil.
Características Comuns das Cobras
Se formos parar pra analisar, as cobras são parecidas com os lagartos, porém sem pernas. Isso é porque ambos os repteis compõem a ordem Squamata, a qual é dividida em subordens Sauria, que é a dos lagartos, e a Ophidia, que é a das cobras.
Devido a forma das cobras ser alongada, seus órgãos são dispostos de forma linear, não sendo diferentes dos demais vertebrados. O cérebro desses “pequenos” animais é envolvido por ossos e órgãos sensoriais presentes na sua cabeça. Os sentidos das cobras são semelhantes aos que uma pessoa possui, porém com modificações interessantes. Detalharei um pouco sobre elas aqui:
Sentido da audição – Embora as cobras não tenham orelhas externas, as ondas sonoras do ar entram em contato com a sua pele e em seguida, são transferidas do músculo ao osso. Assim que o som atinge o osso do ouvido sob o crânio, são enviadas vibrações para o ouvido interno e o som é processado pelo cérebro.
Sentido da visão – assim como alguns animais, as cobras não conseguem ver cores, contudo seus olhos estão equipados com uma combinação de receptores luminosos. A complexidade dos olhos de uma cobra varia entre as espécies devido ao seu estilo de vida.
Um ponto interessante sobre a visão das cobras, mais especificamente nas jibóias, é que elas possuem uma segunda ferramenta visual, que são os órgãos do poço em suas cabeças, os quais conseguem ver fontes de calor em seus arredores, como se fosse um infravermelho. Uma habilidade extremamente útil no caso de saírem para caçar a noite, de forma a encontrar com maior facilidade animais de sangue quente.
Sentido do olfato – assim como os seres humanos, as cobras sentem cheiros no ar através de suas aberturas nasais, os quais são levados a uma câmara olfatória para ser processado, o qual pode ser substituído por um sistema secundário que funciona ainda melhor para elas.
No momento que a cobra começa a vibrar sua língua, ela está juntando partículas de odor, o que após a recepção dessas partículas, elas são transferidas para dois sacos cheios de líquido presentes no céu da boca das cobras, estes sacos são chamados de órgãos de Jacobson, os quais levam o material para uma segunda câmara olfatória menor. A utilização da língua funciona apenas para auxiliar no processo de obtenção das partículas, já que as cobras não possuem paladar.
Agora que tratei com relação as cobras de forma geral, vamos tratar um pouco mais a respeito de uma em específico, que é a cobra de cabeça preta e corpo laranja (ou vermelho), que é a cobra Muçurana.
A cobra Muçurana
A muçurana, na verdade possui seis espécies de serpentes, as quais são pertencentes ao gênero Clelia. Esses tipos de cobra podem ser encontrados em áreas da Guatemala e também em regiões brasileiras.
Essa é uma espécie que é especializada em atacar e se alimentar de outras cobras, como as jararacas e cascáveis. As cobras muçuranas possuem um comprimento que pode variar de 1.5 a 1.6 metros, podendo ainda crescer até 2.4 metros. Quando adulta, essa cobra possui uma coloração azul-chumbo, porém para chegar a essa coloração ela passa por outras ao longo de sua vida.
Quando a muçurana está na sua fase juvenil, ela apresenta uma coloração laranja ou rosácea no seu corpo, e a cabeça preta. Por esta cobra apresentar a cabeça preta e o corpo laranja, ela passa a fazer parte de um grupo de espécies denominadas cobras falsa-coral, devido a algumas espécies possuírem essas cores também. O grupo das cobras falsa-coral são separadas em 3 famílias, que são a Dipsadidae (composta por 49 especies), a Colubridae (com duas espécies, apenas) e a Aniliidae.
A Alimentação da Muçurana
As muçuranas possuem em torno de 15 dentes fortes na parte de trás da boca que são utilizados para agarrar a cabeça das cobras que são atacadas e depois de prendê-las, passa a empurrar a sua presa em sua garganta. Após isso, ela começa a enrolar seu corpo ao redor da sua vítima, matando-a por constrição.
Este animal é imune ao veneno das suas presas, com exceção da cobra coral. Quando não encontra a sua fonte base de alimentos, a muçurana passa para uma alimentação mais regrada a pequenos mamíferos.
O Habitat e a Distribuição Geográfica
Para essa cobra, o habitat ideal é em uma vegetação densa, ao nível do solo. Esse tipo de cobra, em algumas regiões é tratada como um animal de estimação… quer criar uma? ? mas existe uma razão para isso, os agricultores mantêm ela por perto a fim de diminuir o índice de acidentes com cobras peçonhentas, de forma a evitar que ocorra perigo de envenenamento de seus animais ou mesmo dos seres humanos presentes na área. Esta cobra é totalmente inofensiva para o homem.
Por outro lado, hoje está mais difícil de encontrar as cobras muçuranas, isso tudo devido ao desaparecimento de suas presas e de seus habitats naturais.
Ela Não é Venenosa?
A muçurana não possui veneno, ou seja, ela não é um animal peçonhento. Por incrível que pareça, ela é conhecida como cobra do bem, pelo fato de se alimentar de outras cobras. Ela é ofiófaga, o que quer dizer que se alimenta basicamente de outras cobras sendo peçonhentas ou não.
A batalha Entre a Cobra Muçurana e a Cobra Coral
A única cobra que tem o poder de matar uma muçurana é a cobra Coral verdadeira, isso porquê a muçurana não é imune ao veneno da cobra coral, ao contrário das demais. De forma que a Coral é capaz de matá-la, sendo muito mais ágil e extremamente forte, sendo capaz inclusive de travar lutas com duração de mais de uma hora e geralmente saindo campeã.
Interessado em saber mais sobre outras cobras? Você pode dar uma lida no artigo sobre a cobra jararaquinha dormideiras. Com isso encerro esse artigo, o qual teve o intuito de apresentar informações sobre uma espécie de cobra que talvez não seja mais encontrada futuramente. Até mais!
Vim ver pois encontrei uma em minha horta, a segurei com o pé para ver se não tinha escamas, tava lisinha deixei ir embora, se fosse venenosa eu destruiria a horta pra encontrar ela. Valeu obrigado. Materia muito boa
Olá! Me chamo Gesse. Encontrei uma no meu quintal. E olha que não tem nenhuma área com verde, nem em casa é nem nos vizinhos. Fiquei espantado com isso. Não a matei. Estou com ela e acho que vou soltá-la em alguma área verde. Gostei do artigo. Abraço
olá, tudo bem ? você fez muito bem em não matá-la
o conhecimento nos liberta ,a própria natureza se encarrega de tudo .