Nesse texto falaremos sobre o surpreendente peixe Moreia Moreão (Gymnothorax vicinus). Suas principais características, e muitas outras curiosidades. Continue lendo e confira tudo aqui.
A seguir, buscamos elencar uma série de características taxonômicas desse animal único.
- Identificação:
Corpo alongado, porém, robusto, com dobras dorsais e anal bem desenvolvidas. Tronco um pouco mais curto que a cauda. A cabeça afunila anteriormente. Apresenta o focinho sem corte.
Moreia Moreão: Características
A mandíbula se fecha completamente. Dentes lisos. Uma única fileira de dentes fortes na mandíbula superior ladeada por uma pequena fileira interna. Teto da boca com uma única fileira de dentes.
Maxilar inferior com uma única fileira de dentes fortes ladeados por uma menor fileira interna. A narina anterior é um pequeno tubo. A narina traseira apresenta uma abertura externa levemente elevada acima da margem anterior do olho. Olho grande.
Região da garganta sulcada. Brânquia abrindo um buraco simples. Origem dorsal bem anterior à abertura branquial. Barbatanas confluentes em torno da cauda.
Fórmula vertebral: 5-51-133.
- Cor:
Corpo marrom-acinzentado, marrom ou marrom-arroxeado, com pontos mais escuros e mais claros que, geralmente, se sobrepõem e dão ao peixe uma aparência de mármore ou malhada de perto, mas geralmente parece bastante claro à distância.
O contraste e a extensão das manchas variam de acordo com o indivíduo. Muitas vezes, apresentam uma lavagem dourada.
Corpo da margem dorsal colorido ou escuro com uma borda externa pálida fina. Olho amarelo dourado. Dentro da boca o tom é arroxeado. Marrom escuro jovem com um maxilar inferior branco.
- Tamanho:
Tamanho máximo de 125 cm
- Habitat:
Conhecido por recifes e fundos macios de 2-145 m mas, provavelmente, menores que 50 m.
- Distribuição geográfica:
Carolina do Norte a S. Brasil, incluindo o Golfo do México e o Mar do Caribe. Também nas Bermudas.
Esta é uma espécie que ocorre no Oceano Atlântico, no Atlântico Oeste e no Atlântico Leste. De fato, esta moreia habita as águas marinhas e recifes:
Das Bermudas;
No sul da Flórida (EUA);
Nas Bahamas;
No Brasil (Atlântico Oeste);
Nos Açores;
Na Madeira;
Nas Canárias;
Em Cabo Verde,
Nas ilhas da Baía de Biafra (Oceano Atlântico Oriental).
Moreia Moreão: Curiosidades
Para saber mais detalhes acerca desse tipo de moreia, não deixe de ler tudo o que preparamos nessa seção. Surpreenda-se mais um pouco com esse animal!
Gymnothorax ocellatus é um predador noturno do oeste do Atlântico Sul, que se alimenta ativamente no fundo, predando principalmente crustáceos (em especial camarões e caranguejos) e peixes com barbatanas de raios, localizados principalmente pelo olfato.
Os indivíduos permanecem parados durante o dia, quase sempre escondidos em túneis individuais, escavados por outros animais além das moreias, no fundo de areia lamacenta.
Sendo predadores especializados na caça junto ao fundo do mar, às fendas das rochas e das formações coralinas, apresentam um corpo serpentiforme que, em algumas espécies, pode atingir até 4 m de comprimento (embora a média seja 150 cm).
Essa morfologia septiforme permite ao animal penetrar em aberturas estreitas, e a manter uma elevada mobilidade junto ao fundo do mar, fazendo destes animais caçadores eficazes nesse ambiente.
Os olhos são comparativamente pequenos em comparação com a dimensão do animal, sendo que esta característica é compensada pelo olfato.
Razão pela qual as moreias e moreões dependem do olfato altamente desenvolvido, mantendo-se quietos e ocultos para emboscar as suas presas.
Moreias da família Muraenidae são predadores secretos e, em grande parte, noturnos, que habitam recifes, que tipicamente caçam peixes e crustáceos nas profundezas de fendas rochosas.
A presa é localizada principalmente pelo cheiro, e algumas espécies de moreias são conhecidas por usar um comportamento de nó para quebrar grandes presas.
Gymnothorax tem uma distribuição mundial, e é representado por cinco espécies na costa sudeste do Brasil. São elas: G. funebris, G. moringa, G. vicinus, G. conspersus e G. ocellatus
As três primeiras espécies de Gymnothorax são associados a recifes de coral ou rocha, enquanto o moray de areia.
- ocellatus está associado a substratos de cascalho, areia ou lama, de fundos sedimentares abertos, e G. conspersus é uma espécie conhecida, que vive abaixo de 200 m.
No entanto, pouco se sabe sobre a biologia de G. ocellatus, uma espécie abundante de fundos de lama/areia.
Essa falta de conhecimento pode ser devido aos locais de água turva e plana, ocupados pelo moray de areia, que não é atraente para os mergulhadores. Moreias podem ser agressivas e perigosas quando manuseadas com vida.
Geralmente, a moreia moreão é vista abrindo e fechando a boca de maneira ameaçadora. Mas significa apenas que ela está respirando, abrindo e fechando a boca para forçar a água sobre as brânquias.
O exemplar tem um olfato muito pronunciado, usado para localizar presas nas áreas escuras e sombrias de rochas e recifes de coral.
Ao atacar um polvo, a moreia se amarra em um nó para evitar o aperto dos braços dele.
Camarões mais limpos ajudam a moreia comendo parasitas, bactérias e pele morta de seu esguio corpo; inclusive, entrando na boca desse animal para limpá-lo;
São os únicos peixes que podem nadar para frente e para trás;
Mais ativo durante a noite, acaba tendendo a se esconder nas fendas durante o dia.
O envenenamento por ciguatera em humanos, como resultado direto do consumo de grandes moreias, está bem documentado. Esse tipo de envenenamento é causado por dinoflagelados (microalgas) encontrados em corais mortos ou macroalgas.
Alimentando-se desses corais e macroalgas, os peixes herbívoros acumulam uma toxina gerada por esses dinoflagelados.
Em grande parte, um fenômeno dos ambientes marinhos tropicais, a ciguitoxina, se acumula ainda mais nas grandes espécies de recifes predadores, que se alimentam de peixes herbívoros.
Se os níveis acumulados de toxina forem grandes o suficiente, eles podem causar envenenamento em humanos. Entretanto, somente se estes consumirem a carne de peixes ciguitoxicos, sejam herbívoros ou carnívoros.
Pessoas envenenadas relatam ter problemas gastrointestinais por vários dias, e uma fraqueza geral nos braços e pernas.
Muitos outros sintomas desagradáveis da ciguatera também estão documentados. Embora seja muito raro sofrer de envenenamento por essa substância, isso se deve em grande parte: à falta de conhecimento de quais espécies provavelmente são tóxicas e à discrição de quem gosta de frutos do mar.
Comer a carne de uma moreia moreão-amarelo é uma proposta peculiar, com muito pouca recompensa diante de um risco considerável.