O nome científico das minhocas comuns ou minhocas-da-terra é Lumbricus terrestris. Ela é, digamos, o tipo clássico ou a mais comuns das espécies da família Lumbricidae e do gênero Lumbricus (aqui no Brasil), e praticamente um sinônimo de iscas para a pesca das mais diversas variedades de peixes existentes.
Elas podem ser facilmente encontradas no solo de lavouras, jardins, pastos, canteiros, vasos de plantas, e onde quer que elas encontrem um solo úmido e rico em matéria orgânica; principalmente em zonas temperadas, como as da Europa Ocidental, por exemplo; de onde, supostamente, elas saíram para o mundo.
Quanto ao processo de proliferação dessa espécie, o que se sabe é que as minhocas podem ser caracterizadas como espécies “invasoras”, ou seja, elas teriam partido da Europa para praticamente todos os continentes de forma quase acidental.
Isso ocorreu graças à sua capacidade de suportar diversos tipos de climas, resistir bravamente aos deslocamentos, além do fato de serem hermafroditas – o que, obviamente, facilitou a sua proliferação.
O tamanho da Lumbricus terrestris pode variar de meros 9 centímetros a até incríveis 25 cm de comprimento – o que a torna a maior dessas espécies no norte da Europa e no continente americano.
Por outro lado, elas não costumam viver tanto – dificilmente registram-se exemplares que tenham ultrapassado os 5 ou 6 anos de vida. Por isso mesmo costumam produzir até 50 casulos em um único ano – cada um desses casulos com potencial para conter até 14 ovos.
Uma das principais características da Lumbricus terrestris (o nome científico das minhocas-da-terra) é, sem dúvida, o benefício que elas causam à agricultura e à manutenção do planeta.
Pois além de contribuírem, de alguma forma, para a “respiração do solo” (por meio das galerias subterrâneas que cavam), elas ainda o tornam rico em nutrientes, graças à sua capacidade de ingerir grandes quantidades de terra com matéria orgânica e devolvê-las ao solo enriquecidas com nutrientes.
Características da Lumbricus Terrestris
O nome científico “Lumbricus terrestris”, das minhocas comuns, foi dado pelo botânico e zoólogo sueco Carl Von Linné (ou simplesmente Linnaeus) em 1758. De acordo com a história, este teria sido o primeiro gênero de minhocas descrito pelo cientista, apesar das várias controvérsias sobre esse fato.
A Lumbricus terrestris costuma alimentar-se de folhas e restos de vegetais decompostos na superfície de solos úmidos e ricos em matéria orgânica. Porém o seu verdadeiro habitat é nas regiões mais profundas do solo – entre 2 e 3 m –, onde realizam um importante trabalho de “arejamento do terreno” ocupado.
Elas possuem uma coloração entre o vermelho e o acinzentado, com algumas tonalidades de castanho. O seu ventre é mais claro, o corpo em formato de anéis (típico dos anelídeos), com a parte da frente em formato de ponta, enquanto a parte posterior do seu corpo apresenta-se maior e mais achatada.
Uma outra curiosidade sobre a Lubricus terrestris, é que em situações excepcionais elas também podem alimentar-se de insetos e de fezes de animais; por isso mesmo são também classificados como animais detritívoros – que são aqueles que alimentam-se de restos de seres vivos em decomposição.
Como não poderia ser diferente, as suas qualidades como iscas para praticamente todos os tipos de pescados, além do seu potencial como uma eficaz ferramenta para a adubação do solo, fizeram com que elas, curiosamente, passassem a figurar entre as espécies ameaçadas de extinção, principalmente em regiões do norte e noroeste da Europa.
Elas não costumam viver por muito tempo, mas em condições ideais de cativeiro podem viver entre 5 e 6 anos. Nesse caso, elas deixam de ser presas fáceis para os seus principais predadores, entre os quais, algumas espécies de cisnes, gansos, marrecos, entre outros anseriformes. Além de porcos selvagens, raposas, musaranhos, texugos, marmotas, entre vários outros tipos de predadores.
A Reprodução das Minhocas-da-Terra
As minhocas comuns, não por acaso, receberam o nome científico de Lumbricus terrestris. Elas são quase que uma extensão natural dos solos úmidos e ricos em matéria orgânica de praticamente todos as regiões do planeta, onde possam encontrar um clima ameno (entre o temperado e o tropical).
Como se sabe, as minhocas são espécies hermafroditas, o que significa que elas possuem os órgão masculino e feminino.
Mas isso não significa, como costumamos pensar, que elas podem se “autofecundar”. Na verdade o que acontece é que as minhocas podem fecundar e serem fecundadas quando dois exemplares unem-se e trocam os seus espermatozoides.
Esse processo reprodutivo geralmente ocorre à noite, quando esses dois exemplares cruzam-se e realizam a cópula. Algum tempo depois, começam a se formar casulos sob a sua “epiderme”, contendo entre 10 e 15 ovos cada, que permanecem confortavelmente armazenados nesse chamado “clitelo”, até que possam ser depositados no solo.
Após algumas semanas, um exército de até 200 minhocas começam a “dar o ar de suas graças”, saindo para a vida, ansiosas e famintas, a devorarem o solo e o material orgânico que encontram pela frente.
E a partir de 1 ano de vida elas entram na fase adulta. E aí, então, dão sequência a novos processos reprodutivos, garantindo, com isso, a perpetuação dessa curiosa e controversa espécie.
Qual a Importância da Minhoca-da-Terra?
As minhocas ou Lumbricus terrestris (nome científico) não são espécies que, digamos, comungam da simpatia das pessoas.
Na verdade elas são um daqueles serezinhos que, ao seu lado, não sabemos bem se devemos amá-las ou odiá-las, admirar ou sentir repulsa – muito por conta de um aspecto repugnante, mas que, por outro lado, traz uma imensa utilidade prática para a produção agrícola.
Uma outra curiosidade sobre a Lumbricus terrestris, é que tudo indica que ela tenha se espalhado por quase todo o mundo de forma quase acidental, através do hábito de se utilizar terra nos lastros das embarcações que corriam o mundo durante a saga das Grandes Navegações, entre os séc. XV e XVII.
Mas elas vinham também escondidas na terra que continha mudas de diversas plantas comercializadas entre países de vários continentes; e quando chegavam nos seus destinos encontravam o solo adequado para o seu desenvolvimento.
Acredita-se que os primeiros exemplares foram descritos a partir de espécies encontradas na Suécia, em meados do séc. XVIII.
E logo não demoraram a espalhar-se pelo continente americano, tornando-se, aqui, a principal ferramenta utilizada como isca para a captura dos mais diversos tipos de pescados, como o surubim, o pintado, pacu, dourado, traíra, vermelho, baiacu, entre inúmeras outras espécies, tanto de água doce como de água salgada.
Para se ter uma ideia da sua importância para o meio ambiente, a Lumbricus terrestris possui o sugestivo apelido de “ as engenheiras do ecossistema”, tal a sua capacidade de desempenhar um importante papel para a saúde do solo, por torná-lo mais rico, consumir a matéria orgânica ali presente, alterar a sua química, facilitar a sua respiração, entre outras ações.
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