O Brasil é um país com uma diversidade animal muito grande. Cientistas e biólogos brasileiros estimam que só no território brasileiro, dos animais vertebrados, são aproximadamente 11 mil espécies. E contando: nos últimos 4 anos, por exemplo, foram descobertas só na Amazônia 301 novas espécies. Mesmo com esses números promissores, a extinção em massa de muitas espécies unicamente brasileiras não diminuiu. Uma das espécies mais afetadas, é o Mico-Leão-Dourado. No artigo a seguir, você descobrirá um pouco mais sobre este simpático animal.
Características Gerais do Mico Leão Dourado
Conhecido cientificamente como Leontopithecus rosalia, o Mico-Leão-Dourado é integrante da ordem dos primatas, da família dos Callitrichidae, de gênero Leontophitecus, ou conhecidos como Mico-Leão. É parte de um grupo de primatas denominados macacos do Novo Mundo, que pertencem ao Continente Americano.
Da família do Mico-Leão-Dourado fazem parte uma extensa variedade de primatas dos gêneros Cebeuella, Callibella, Mico, Callithrix, Callimico, Saguinus e de seu próprio gênero, o Leontophitecus.
Espécies de Mico-Leão
São parentes diretos do Mico-Leão-Dourado:
- Mico-Leão-de-Cara-Dourada (Leontopithecus chrysomelas)
- Mico-Leão-Preto (Leontopithecus chrysopygus)
- Mico-Leão-de-Cara-Preta (Leontopithecus caissara)
As únicas características que diferem estes animais, são: a cor de suas pelagens (apresentam as variações de pelagem nas cores preta e vermelho-dourada) e os seus habitats.
Morfologia do Mico-Leão-Dourado
O que estes animais têm em comum, incluindo o Mico-Leão-Dourado, é a pelagem abundante ao redor da cabeça pequena (cerca de 20 cm de diâmetro), que nos remete a juba de um leão (fator que explica o nome popular do gênero). Diferente de seus irmãos de gênero, esta espécie apresenta a pelagem de um tom vermelho-dourado, o que o faz ser um animal bastante chamativo. O único local que não tem pelos, é o rosto (que tem uma cor acinzentada bastante escura).
São pequenos. Medem cerca de 50 cm e seu peso varia entre 500 a 800 gramas. Mas se comparados aos outros macacos da família Callitrichidae, são os maiores primatas do grupo. Também têm dentes maiores que seus parentes distantes: sua arcada dentária possui 32 dentes, sendo que enquanto o restante dos dentes são quadrados, seus caninos e incisivos são pontiagudos e prolongados.
As mãos dos Micos possuem garras ao invés de unhas, o dedo do meio é maior do que todos os outros (quase o dobro do tamanho), sendo uma característica útil para que capturem pequenas presas em locais de difícil acesso. Além disso, facilita sua locomoção: têm facilidade de escalar árvores, agarrar ramos e cipós, sendo um animal que mais escala do que pula ou anda (é considerado quadrúpede).
Habitat e Comportamento do Mico-Leão-Dourado
Ocorrem exclusivamente na Mata-Atlântica do Brasil, podendo ser encontrados nos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo. Costumam viver em matas nativas ou que foram alteradas pelo ser humano. Normalmente em locais próximos a planícies litorâneas, em torno de 500 metros de altitude.
Estes animais, como a maioria dos primatas, são sociais: vivem em grupos de quatro a dez indivíduos, sendo que as fêmeas podem ter vários parceiros sexuais e as mais velhas, são as líderes do bando. Ainda assim, os grupos de vivência são formados por adultos e a sua prole. Utilizam várias vocalizações para se comunicarem, desde gritos, assovios, choros; ou seja, são bastante tagarelas.
Não aceitam indivíduos de fora do grupo familiar, o que acarreta em muitas brigas, principalmente quando um tenta roubar a parceira sexual do outro, quando a fêmea está no cio (estro). Quando estão para lutar um com o outro, os machos se colocam em uma posição imposta, de forma quadrúpede, inflando o peito, para parecerem maiores.
São animais diurnos: passam o dia se movimentando, descansando entre os ramos para banhos de sol e procurando alimento. Tem o hábito de praticar a catação uns nos outros (como é normal em outras espécies de primatas), diminuindo a incidência de pragas, como carrapatos e outros ectoparasitas. À noite dormem em emaranhados de ramos (ou cipós) e buracos de árvores.
Alimentação do Mico-Leão-Dourado
A alimentação desses animais é uma atividade importantíssima para o desenvolvimento do ecossistema de seu habitat. Os micos se alimentam de uma extensa variedade de insetos, pequenos animais vertebrados, ovos de pássaros, casca de árvore, flores e, principalmente, frutos.
Ao consumirem estes vegetais, são dispersores indiretos de sementes: seja quando jogam a carcaça da fruta fora, ou quando evacuam com as sementes intactas.
Reprodução do Mico-Leão-Dourado
Não há uma distinção clara entre machos e fêmeas (dimorfismo sexual), somente é possível identificar que o macho é pouco maior que a fêmea. Fêmeas atingem a maturidade sexual mais cedo (em torno de um ano de idade), enquanto os machos atingem um pouco mais tarde que a fêmea, ao completar 2 anos.
Somente as fêmeas líderes são as únicas a se reproduzirem no grupo e entram no cio entre os meses de setembro e março. A gestação do Mico-Leão dura aproximadamente quatro meses, e que geralmente nascem um par de gêmeos. São raros os casos onde nascem um ou três micos.
Até a terceira semana de vida, os pequenos macacos são cuidados pela mãe (que os alimenta e protege). Após este período, diferente de outros primatas, os micos tem hábitos cooperativos em relação ao cuidado com os filhotes: todos do grupo (sendo adultos) tomam conta dos filhotes. No caso, seja carregando nas costas, protegendo-os de ameaças ou até mesmo, alimentando e ensinando-os a capturar alimentos.
Os micos se desenvolvem de maneira rápida. Já com três meses de vida, conseguem se virar sozinhos procurando alimentos e se defendendo aos poucos. Quando atingem a maturidade sexual, os machos abandonam o grupo de origem para formar (ou entrar) em um novo bando de micos, com uma nova parceira sexual.
Preservação do Mico-Leão-Dourado
De acordo com o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e a IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais) , o Mico-Leão-Dourado é uma das espécies que está listada em situação de perigo. Isso quer dizer que são pouquíssimos o número de Micos ainda existentes em seu habitat: são ao todo, menos de mil indivíduos vivos.
O Mico-Leão-Dourado está a mais de 40 anos em extinção, o que o fez se tornar um símbolo na luta pela conservação da diversidade no ecossistema. Segundo os biólogos e demais entidades de conservação animal, para que o Mico-Leão-Dourado saia da condição de perigo de extinção, é preciso que existam mais de 2.000 animais, para cada 25.000 hectares: tudo isso até o ano de 2025.