O continente americano, de um modo geral, é um grande celeiro de varias espécies de primatas, em especial, aqueles de pequeno porte. Devido à presença de matas e florestas tropicais das mais diversas, são animais até muito comuns. Como é o caso, por exemplo, do macaco parauaçú-preto, tema do nosso próximo texto.
Características Principais
Antes de falarmos mais a respeito desses primatas, é preciso esclarecer algumas coisas. Primeiro, os parauaçús são primatas pertencentes a uma família chamada de Pitheciidae, e dentro dessa família, temos um gênero denominado de Pithecia, sendo que dentro desse gênero existem 5 espécies de macacos. Dessas 5, apenas uma pode ser considerada um macaco parauaçú-preto, devido à sua coloração ser quase toda negra (com exceção do rosto). Ou seja, não existe necessariamente uma espécie de parauaçú que seja inteiramente negro.
A espécie mencionada tem como nome científico Pithecia pithecia, que também é chamada popularmente de saki de cara branca. São encontrados nos seguintes países: Brasil, Guiana Francesa, Guiana, Suriname e Venezuela. Vivem em sub-bosques e nos dosséis inferiores das florestas, alimentando-se basicamente de frutas, nozes, sementes e insetos. Mesmo sendo arborícolas em boa parte do tempo, esses animais também podem se locomover na terra em busca de comida.
Em geral, a expectativa de vida desses animais é de cerca de 14 anos. Isso, em seu habitat natural, porque em cativeiro, esse tempo pode ser estender para mais de 30 anos. Também em cativeiro, o ciclo reprodutivo das fêmeas se altera. Nesses lugares, a gestação do macaco parauaçú-preto dura de 20 a 21 semanas, e após o nascimento de seu filhote, a fêmea passa por um período de infertilidade que dura cerca de 23 semanas devido à lactação.
A reprodução desses macacos acontece uma vez por ano, sempre na estação da primavera, com a fêmea tendo apenas 1 filhote de cada vez.
Diferenças Entre Machos e Fêmeas
Em termos de dimorfismo sexual, esse aspecto é muito evidente na espécie, tanto em relação à coloração de sua pelagem, quanto em relação ao tamanho. Exemplo disso é que as fêmeas possuem pelos mais curtos do que os machos. O pelo dela ainda pode ser cinza-acastanhado com listras brancas ou marrons localizadas no canto do nariz e da boca. Já os pelos deles são pretos, tendo testa, rosto e garganta de coloração branco-avermelhada.
Além disso, os rostos dos machos são bem mais pálidos que os deles, além deles também serem maiores em termos de tamanho. Em geral, eles são 500 g mais pesados do que elas. Por sinal, espécimes muito jovens são bastante confundidos com fêmeas, já que possuem cabelos grisalhos no dorso, além de barrigas de coloração alaranjada. Somente após os 2 meses de vida que machos e fêmeas vão começando a se diferenciarem.
Por sinal, falando em diferenças de tamanho entre machos e fêmeas, esses macacos podem medir entre 30 e 48 cm, com a cauda tendo um tamanho que pode variar entre 25 e 55 cm de comprimento. Em termos de peso, os maiores machos podem chegar a quase 1,5 kg.
Hábitos Comuns
Casais de macacos parauaçús-pretos costumam acasalar durante toda a sua vida, sendo bastante fieis um com o outro. Ou seja, trata-se de um animal cm comportamento monogâmico. Ambos fortalecem seus vínculos preparando um ao outro para sobreviverem na natureza e desempenharem o seu papel instintivo.
Em geral, os machos são mais ativos do que as fêmeas. Porém, mesmo os seus hábitos serem considerados monogâmicos, muitos primatologistas questionam se são hábitos típicos, pois, ao mesmo, tempo, é raro ver o mesmo casal junto por um longo período de tempo, havendo inconstância entre os grupos formados por esses animais.
Recentemente, um estudo realizado pelo professor da Universidade de Toronto Shawn M. Lehman mostrou que grupos desses primatas pode variar entre 2 e 12 indivíduos no máximo. Em certas regiões da Guina, esse número tende a aumentar um pouco, mas não é a regra.
Esse estudo ainda mostrou que pequenos grupos de 3 ou 4 membros, geralmente compostos por pais e filhos, viajam quilômetros em busca de alimento. Essas viagens acontecem sempre de dia, que é quando esses animais estão bem mais ativos.
Dieta Exigente
Como o professor Shawn M. Lehman mostrou em seu estudo que ele comandou, esses primatas podem viajar longas distâncias em busca de suas comidas preferidas, mostrando que são bem exigentes nesse sentido. De uma forma geral, eles preferem árvores que deem grandes quantidades de frutas, e que, preferencialmente, tenha reservatórios de águas por perto, como riachos, ou até mesmo pequenas poças d’água.
A dieta desses animais pode ser considerada mista, e inclui sementes, frutas, folhas, mel, flores e insetos, além de pequenos mamíferos e pássaros também. Interessante notar que geralmente esses primatas gostam de se alimentar de plantas e sementes que possuam alto teor de lipídios. Não é à toa, portanto, que frutas e sementes componham cerca de 90% de sua dieta.
Fora isso, de fato, eles podem capturar e comer pequenos mamíferos, como morcegos, por exemplo, e isso só é possível devido aos seus potentes dentes caninos, ótimas para mastigar carne, al´me, é claro, de frutas com casca muito dura.
Quem são seus Predadores?
Por viverem em grupos até certo ponto numerosos, esses primatas se ajudam mutuamente se aparece algum predador. Caso isso aconteça, o macaco que vir a ameaça começa a “gritar”, fazendo com que os outros do mesmo grupo sigam esse mesmo procedimento, dando tempo de todos fugirem dali. Outro mecanismo de defesa que eles possuem é inchar o corpo e bater o pés (ou no chão ou nas árvores), cujo intuito é meramente intimidar seu predador. Caso a ameaça seja pequena, eles permanecem nas árvores, e caso não seja, eles descem, e tentam se refugiar.
Por sinal, as maiores ameaças a esses macacos são grandes aves de rapina, como, por exemplo, falcões, abutres e harpias. Fora isso, outros predadores podem ser um incômodo e tanto para esses primatas, como é o caso de onças, sucuris, jaguatiricas e grandes mustelídeos (o que inclui doninhas e furões). Ou seja, predadores comuns de várias espécies de macacos pequenos, em espacial, aqueles que vivem a maior parte do tempo pendurados nas árvores.