A natureza é repleta de animais fascinantes, que parecem saídos de algum livro de ficção científica, ou algo do ripo. Alguns parecem verdadeiros “monstros mitológicos”. É o caso, por exemplo, da lula gigante e da lula colossal, animais verdadeiramente estupendos, e os quais vamos falar um pouco mais a seguir.
Lula Gigante: Características
De nome científico Architeuthis spp., a lula gigante é um cefalópode (mesma classe a qual pertence os polvos, por exemplo), e é conhecida como o 2º maior invertebrado existente na Terra (o 1º é a lula colossal, que falaremos dela logo mais). Todas as oito espécies de lula gigante habitam as profundezas dos oceanos, podendo chegar a inacreditáveis 10 metros de comprimento em se tratando dos machos, e 13 metros com relação às fêmeas.
Os números da lula gigante impressionam também não apenas no seu comprimento, já que ela possui também um dos maiores olhos de criaturas vivas existentes em nosso planeta, mais uma vez, só perdendo nesse ranking para a lula colossal. As ventosas presentes nos tentáculos da lula gigante, por sua vez, chegam a medir 5 cm de diâmetro. Inclusive, várias marcas dessas ventosas já foram encontradas nas cabeças de enormes cachalotes, que são os predadores naturais desses crustáceos.
Mitologia em Torno da Lula Gigante
Por muito tempo, achava-se que a existência desse animal fosse uma lenda entre os navegadores, que relatavam combates assombrosos com monstros marinhos em forma de lula, e outros do tipo. Foi somente com a descoberta dos corpos mortos desses animais (capturados por pescadores, por exemplo) que finalmente foi relatada a existência da lula gigante.
Mais precisamente, em setembro de 2004, uma equipe de pesquisadores liderada pelo cientista Tsunemi Kubodera e pelo zoólogo Kyoichi Mori conseguir o primeiro registro fotográfico de um exemplar vivo da lula gigante, que foi localizado no Pacífico Norte, próximo às ilhas Ogasawara. O animal tinha 8 metros de comprimento, e estava a 900 metros de profundidade. Cerca de 1 ano depois, as fotos foram divulgadas numa revista científica.
No entanto, foi somente em 10 de junho de 2012 que cientistas japoneses filmaram pela primeira vez na história uma lula gigante viva em seu habitat natural. Isso ocorreu a aproximadamente 630 metros de profundidade, ao largo da ilha de Chichijima. Essa filmagem só foi possível graças a uma parceria com o Discovery Channel e o Museu Nacional de Ciência e Natureza do Japão.
O Que Mais se Sabe a Respeito da Lula Gigante?
Pesquisas recentes revelaram algumas características a mais deste animal, que está apenas começando a ser devidamente conhecido. Por exemplo: agora, sabe-se que as lulas gigantes não se limitam a flutuarem nas águas dos oceanos, sendo bem ativas, e atacando as suas presas horizontalmente, que elas prendem com os seus poderosos tentáculos.
Espera-se agora que, com a melhoria da tecnologia, pesquisadores possam descobrir outros hábitos, comportamentos, e características mais particulares com relação a esse espécime tão fascinante.
Lula Colossal: Características
De nome científico Mesonychoteuthis hamiltoni, a lula colossal é, muito provavelmente, a maior espécie de lula existente no planeta. Sendo o único membro do gênero Mesonychoteuthis, ela certamente é o maior invertebrado vivo que se tem notícia, podendo ultrapassar a marca dos 20 metros de comprimento (ou até mesmo mais do que isso).
Possuindo a maior cabeça entre todos os tipos de lula que existem, a colossal também possui os maiores olhos do reino animal, cujo tamanho pode ultrapassar o de um prato. Além disso, ela possui dois bicos enormes e bastante afiados, e garras giratórias em forma de ganchos, e que estão profundamente entranhadas em seus tentáculos.
Mesmo sabendo-se que ela habita as águas do Oceano Antártico, pouco se sabe em relação a esse animal, da mesma forma que acontece com a lula gigante. Porém, o que sabemos já dá pra traçar um panorama interessante a respeito desse animal. Por exemplo: assim como todas as outras lulas, esta aqui também é uma exímia caçadora, e como ela reside em mares muito profundos, usa de bioluminescência para encontrar suas presas.
Baseado em restos de bicos encontrados no estômago de cachalotes, muitos acreditam que as lulas colossais adultas podem chagar a 22 metros de comprimento, enquanto que as mais jovens medem cerca de 10 metros. Inclusive, muitos cachalotes carregam grandes cicatrizes em decorrência de lutas vorazes contra lulas colossais.
Ao contrário da lula gigante, a colossal, à medida que vai crescendo, vai ganhando uma forma arredondada em sua cabeça. Como os seus tentáculos são grandes demais para conseguirem ter movimentos rápidos em águas muito geladas, a lula colossal deixam o seu corpo flutuar, quanto seus tentáculos apenas “buscam” pela presa, aleatoriamente (ao contrário do que fazem as lulas gigantes). Inclusive, é por causa dessa capacidade de flutuarem, que os animais mortos sobem à superfície, e podem ser capturados até com certa facilidade pelos pescadores.
Morfologia e Distribuição da Lula Colossal
Outra característica da colossal que a diferencia da gigante é que seus braços e tentáculos são alinhados com pequenos dentes, além de seus membros possuírem ganchos afiados, o que torna esse animal um pouco mais perigoso do que a gigante. Além disso, o seu corpo é mais robusto e largo, e é por isso que ela é maior e mais pesada do que a gigante.
O gigantismo abissal da lula colossal atinge todo o seu corpo, dos tentáculos aos olhos, os maiores do reino animal. Um espécime capturado, uma vez, por exemplo, possuía um globo ocular com cerca de 27 cm de diâmetro. Acreditou-se que, quando estava viva, ela tinha um globo ocular que poderia ter chegado a 40 cm de diâmetro.
Em termos de habitat natural, a extensão de seu território pode ir de vários quilômetros do norte da Antártica, ao sul da América do Sul, passando pelo sul da África do Sul, e o extremo sul da Nova Zelândia. Ou seja, é um habitante de todo o oceano austral antártico.
Gostou das informações? Certamente, ainda há muito que saber desses animais, pois, como são espécies que habitam águas muito profundas, fica difícil fazer um mapeamento mais detalhado deles. Porém, quem sabe se, num futuro próximo, não possamos sabe mais detalhes sobre a vida desses verdadeiros “monstros marinhos”?
Muito interessante a reportagem, mas sugiro atenção ao fato de que lulas são moluscos, e não crustáceos, como dito num certo ponto, provavelmente uma pequena distração durante a redação.