O ciclo, expectativa e o tempo de vida das lontras (quanto tempo elas vivem) ocorrem da forma como é típico dessa curiosa subfamília Lutrinae.
Aqui estamos falando da espécie Lontra-neotropical ou Lontra longicaudis; uma forma encontrada para diferenciá-las de outras comunidades que habitam regiões com características semelhantes às das distantes regiões do Velho Mundo.
Durante a fase reprodutiva, os machos e as fêmeas reúnem-se para uma cópula que resultará num período de gestação para as fêmeas de cerca de 2 meses.
Após essa fase, nascem os filhotes (entre 4 e 6) totalmente cegos e indefesos; e que permanecerão assim até completarem 2 meses e meio de vida, para só então seguirem cada qual com a sua luta pela sobrevivência, com uma expectativa de vida entre 7 e 10 anos (em média) na natureza e até incríveis 18 ou 20 anos em cativeiro.
Porém, durante 1 ano inteiro eles viverão, de certa forma, sob a proteção das suas mães, em busca das suas iguarias favoritas, geralmente espécies de peixes, equinodermos (pepinos-do-mar, ouriços-do-mar, etc), crustáceos, moluscos, entre outras iguarias que eles caçam em vigorosas investidas no fundo das águas, como uma espécie de “torpedo” a cortar as profundezas dos lagos, rios e lagoas, desde o sul do México até o Uruguai.
As lontras (lontra longicaudis, seu nome científico) é o típico animal semiaquático, que surpreende pela capacidade que demonstra de viver em ambos os ecossistemas (terrestre e aquático).
Uma lontra adulta costuma medir entre 57cm e 1,2 m de comprimento e pesar entre 28 e 34 kg; e uma curiosidade é que elas parecem ter uma preferência por regiões com águas translúcidas e limpas – talvez devido a alguma restrição visual.
Mas o certo é que a região deverá ser abundante das suas presas favoritas! E nessas regiões, as lontras deverão encontrar condições ideais de sobrevivência. A saber: uma região típica de mata ciliar, inundada, com vegetação ribeirinha, além de formações naturais que lhes permitam utilizá-las como abrigo, toca ou esconderijo.
Esses são os ambientes ideais para que as lontras possam cumprir os seus ciclos de vida, que determinam a sua expectativa de vida e quanto tempo elas deverão viver na natureza como um típico membro dessa família Mustelidae.
Além Do Ciclo De Vida, Expectativa E Tempo De Vida, O Que Mais Interessa Saber Sobre as Lontras?
A lontra hoje é um animal listado como “Quase Ameaçado”, de acordo com a Lista Vermelha da IUCN (União Internacional Para a Conservação da Natureza).
A espécie apresenta uma fácil adaptabilidade aos mais diversos tipos de ecossistemas, desde o Cerrado, trechos de Mata Atlântica, passando pelo Pantanal, ecossistemas da Floresta Amazônica, matas ciliares, entre outras regiões de água doce.
No entanto, a caça predatória, a expansão das hidroelétricas, alterações climáticas, desmatamentos, entre outros fatores, vêm ameaçando seriamente a sobrevivência desses animais para as gerações futuras; e a previsão é a de que, se nada for feito para frear esse declínio populacional, em no máximo 25 anos tenhamos um decréscimo dessa população de animais em até 30%.
O problema é que, para a garantia da perfeita manutenção do seu ciclo, expectativa de vida e para a garantia de que as lontras vivam o tempo necessário para a procriação, é importante que haja uma população razoavelmente grande de indivíduos (acima dos atuais 1 indivíduo por 3 km) – que é justamente o que não vem se observado nos últimos 20 anos.
O problema é que agora, como se não bastassem as dificuldades inerentes às próprias revoluções naturais, as lontras vêm sendo alvos da ira dos pescadores, que se veem impossibilitados de praticar essa atividade por questões ambientais.
Agora juntam-se à poluição provocada pela instalação de hidroelétricas e ao avanço da agricultura a pesca por retaliação; desafios cada vez maiores enfrentados por espécies como essas, que configuram-se como um importante parceiro dos ecossistemas onde vivem, capazes de efetuar um importante controle dos mais diversos tipos de espécies, entre outras ações de um típico predador natural.
Lontra: Um Animal Com Ciclo, Expectativa, Tempo De Vida E Características Típicos Do Seu Gênero
A presença das lontras em um determinado ecossistema, de acordo os estudiosos, é praticamente um atestado da saúde e riqueza desse ambiente, já que isso significa que ali há abundância de diversas espécies de crustáceos, peixes, equinodermos, moluscos, entre outros seres que, juntos, caracterizam uma riqueza ambiental.
Por isso mesmo, onde quer que as lontras existam e executem os processos relativos aos seus ciclos, expectativas e tempo de vida, logo surge, de imediato, a necessidade de preservá-las em praticamente todos os recantos onde exista um ecossistema de água doce na América Latina.
Não importa que elas sejam o “Perro de água”, para os Venezuelanos. A “Lontra-de-La-Plata”, para os Uruguaios. Ou mesmo o “Lobito-de-rio”, a “Lontra-de-cauda-comprida”, a “Nutria-de-água”, ou outras das inúmeras denominações que elas recebem nos diversos biomas onde habitam.
O certo é que elas serão sempre, onde quer que estejam, um verdadeiro sinônimo da saúde de um ecossistema! Como um “torpedo” em seu deslizar característico pelas profundezas das águas dos mais diversos tipos de biomas! Ou simplesmente cômoda e distraidamente nas margens de represas, nascentes, ribeiras e córregos descansando ao sol. Como uma representante clássica da família dos Mustelídeos.
A Conservação Da Lontra Longicaudis
E, por fim, sabemos que as Lontras hoje são animais “Quase ameaçados”. Por isso mesmo, em 2010 foi criado o Plano de Ação Nacional para Conservação da Ariranha; um projeto que, apesar do nome, visa proteger inúmeras espécies dessa singular família Mustelidae, na qual incluem-se as lontras e as arinhas; ambas ameaçadas pelas atuais alterações climáticas e pelo avanço do progresso sobre os seus habitats.
Em um âmbito global, desde o início dos anos 90 está em curso o Plano de Ação para Conservação de todas as espécies de lontras; uma iniciativa da IUCN que atua em várias frentes: Ela estuda a situação atual de cada habitat natural dessa espécie, a sua distribuição nesses locais, analisa a biologia da Lontra longicaudis e como esta reage à interferência em seu habitat.
O plano também avalia a situação atual das áreas demarcadas para a preservação dessa comunidade, estuda a possibilidade de ampliar essas áreas ou santuários de lontras, além de estudar meios de minimizar os conflitos entre pescadores e Mustelídeos, de forma a que ambos possam viver de forma harmoniosa, com cada um retirando do meio ambiente o necessário para a sua sobrevivência.
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