Os mamíferos marinhos possuem uma grande variedades de espécies com características bem distintas. Uma delas é p lobo-marinho-de-guadalupe, tema do nosso próximo texto.
Características básicas da espécie (habitat, aparência…)
De nome científico Arctocephalus townsendi, esse animal vive na ilha de Guadalupe e nas ilhas San Benito, ambas localizadas na costa oeste do México. Contudo, a maior distribuição geográfica desse lobo marinho é mesmo na ilha de Guadalupe, sendo que nas ilhas San Benito foi descoberta uma pequena colônia em 1997.
Em termos de aparência física, esses mamíferos possuem dimorfismo sexual, ou seja, apresentam diferenças significativas entre machos e fêmeas. Neste caso, os machos são maiores em tamanho do que elas. Fora esse detalhe, ambos exemplares possuem uma coloração que vai do marrom escuro ao preto escuro.
Quando os filhotes nascem, eles têm uma espécie de casaco, cuja coloração é preta, e é bem semelhante a que os adultos possuem. A sua reprodução, inclusive, é feita ao longo da costa leste da ilha de Guadalupe, com os indivíduos dessa espécie sendo fieis ao local de acasalamento por anos, indo sempre ao mesmo lugar todos os anos.
Geralmente, o nascimento dos filhotes acontece entre os meses de junho e julho.
Mais um pouco sobre a aparência desses lobos marinhos
Além do pelo desses animais variar entre o marrom e o preto, algumas ´vezes puxando mais para o cinza, eles possuem uma espécie de juba prateada e cinza-amarelada que fica localizada em suas nucas. Seus focinhos são pontiagudos, possuindo uma coloração alaranjada em suas laterais.
Machos adultos podem pesar cerca de 124 kg a 160 kg. Já as fêmeas adultas, muitas vezes, não chegam a pesar mais do que 50 kg. Já em termos de comprimento, eles podem medir até 1,9 m e elas aproximadamente 1,4 m.
Como é a reprodução desses animais?
A reprodução desses animais se dá por meio de um macho territorial com muitas fêmeas ao seu redor. Geralmente, cada território de um único macho é composto de 4 a 12 fêmeas. E, cada uma delas tem apenas 1 único filhote por ninhada, que amamentam individualmente.
Os machos, geralmente, defendem seus territórios por um período de tempo, que é quando dura o tempo de acasalamento da espécie, e que pode durar de 35 a 112 dias. Já as fêmeas, na maior parte dos casos, acasalam-se apenas 10 dias após o nascimento de seu filhote concebido 1 ano antes. A amamentação dos filhotes se dá até os 11 meses de vida.
Curioso notar, por sinal, que após viagens de forrageamento (busca e exploração por recursos alimentares), as fêmeas conseguem encontram seus filhotes através do olfato.
Comportamento geral dessa espécie
Os lobos-marinhos-de-guadalupe não são animais necessariamente migratórios, contudo, ocasionalmente, mergulham em áreas novas em busca de alimento, especialmente, nos dias atuais, onde a fauna local tem sido afetada devido a mudanças climáticas.
E, falando em alimentação, esses animais comem uma variedade grande de peixes, como cavalas e espécimes da família muctophid. Outro animal que também faz ç´parte da dieta desses lobos marinhos são lulas. Para conseguirem esses alimentos, eles nadam mar a dentro, mergulhando em busca de suas presas.
Quando é época de reprodução, por exemplo, as fêmeas podem fazer de 2 a 6 dias de viagens ao mar, chegando à terra firme para amamentar seus filhotes posteriormente.
Enquanto esses animais estão no mar, eles podem mergulhar a distâncias bem profundas, mas quando estão nas ilhas, muitos desses lobos marinhos preferem ficar em cavernas e grutas vulcânicas, ou simplesmente em construções rochosas em geral.
Ameaças ao lobo-marinho-de-guadalupe
Assim como acontece com a imensa maioria dos mamíferos marinhos, pesse lobo marinho aqui também vem apresentando dificuldades de sobrevivência em seus habitats naturais devido a uma série de fatores.
Nos últimos anos, por exemplo, a quantidade de lobos-marinhos-de-guadalupe diminuiu bastante em comparação ao que era antes, e muito disso se deve à caça comercial da espécie, que aconteceu no final do século XVIII e início do século XIX. Pra se ter uma ideia, a espécie foi completamente dizimada nas águas do sul da Califórnia em 1825.
A espécie, não à toa, está listada nos principais órgãos de preservação do meio ambiente como ameaçada de extinção, mesmo que existam legislações específicas hoje em dia que protejam esses animais, seja na jurisdição mexicana, seja na jurisdição norte-americana.
Lobos marinhos: importância para a natureza
Os lobos marinhos, assim como todo e qualquer mamífero que vive ou sobrevive às custas do mar, está no topo da cadeia alimentar de seu habitat, ou seja, desempenha papel importante para o controle populacional de muitas espécies, possibilitando o equilíbrio natural daquele determinado ambiente.
Porém, devido a uma caça predatória que se estendeu por séculos (especialmente, em meados dos séculos XVIII e XIX), mais populações de lobos marinhos de diversas espécies (como o de guadalupe), foram diminuindo, e hoje, com os esforços de alguns órgãos (governamentais ou não), algumas espécies puderam procriar mais, aumentando um pouco mais a quantidade de membros, mas não salvando certas espécies de ainda estarem sob risco de extinção.
Estima-se que, atualmente, a quantidade de indivíduos dessa espécie chegue a 7 mil exemplares, o que já foi bem menor em décadas passadas. Lembrando ainda que nesse aspecto de perigos naturais, além do homem, o principal predador desses lobos marinhos são os tubarões.
Fora ainda o fato de que muitos espécimes podem morrer entrelaçados nas redes de muitos pescadores, que não possuem a intenção de caçar esses lobos marinhos, mas que acabam por lhes fazer mal.
Curiosidades sobre o lobo-marinho-de-guadalupe
O nome científico desse animal (Arctocephalus townsendi) significa, literalmente, “cabeça de urso”, devido, evidentemente, ao formato de sua cabeça.
As fêmeas dessa espécie, mesmo sendo menores em tamanho, podem viver quase que o dobro do tempo que os machos. Enquanto elas têm uma expectativa de vida que pode chegar aos 23 anos de idade, eles, geralmente, não passam dos 13 anos.
Essa é a espécie mais rara de lobo marinho que existe atualmente, sendo a única do tipo Arctocephalus que é encontrada ao norte do Equador.
No geral, ainda existem poucos dados a respeito dessa espécie, justamente devido ao seu isolamento geográfico, que, até hoje, não possibilitou muitos estudos a respeito desse animal