A ostra é um molusco muito apreciado em todo o mundo. Elas são especialmente conhecidas na culinária, onde compõem alguns dos pratos mais elegantes e caros do mundo, sendo muitas vezes considerado um ingrediente de luxo.
Essencialmente a Ostra é um molusco séssil. Esse termo indica que se trata de um molusco imóvel, que passará a sua vida inteira agarrado a uma superfície. É muito comum que as ostras façam isso em cascos de navios, por exemplo.
As ostras têm preferência por águas salgadas. Por isso elas são encontradas em oceanos. Originalmente elas pertencem à ordem Ostreoida, família Ostreidae. Com o passar dos anos, no entanto, foram descobertas algumas espécies diferentes.
Entenda O Ciclo De Vida Das Ostras
Esse é um molusco verdadeiramente curioso, e ao pesquisar um pouco sobre as ostras você vai descobrir muitas coisas que sequer desconfiava. Mas, a primeira parte importante é entender como é o ciclo da vida da ostra. Ela passa por três etapas durante o seu ciclo.
• Trocóforaé:
A Trocóforaé é uma espécie de larva marinha. O seu corpo é repleto por pequenos pelinhos, como se fossem cílios.
Esses cílios permitem que a larva consiga se guiar pelo oceano, se movimentando ao formar pequenos redemoinhos. Também é com esse movimento que ela atrai a sua comida (plânctons). A Trocóforaé é a primeira fase de vida de muitos moluscos, dentre eles a ostra.
• Larva Velígeraainda:
A segunda etapa do ciclo também é de larva. Essa é um pouco mais desenvolvida, e já consegue se movimentar com maior facilidade. Ela deverá se preparar para passar pela última metamorfose.
• Concha:
Por fim, a larva deverá encontrar um local seguro para iniciar a metamorfose. Ela naturalmente começará a ganhar uma proteção calcificada, que é a concha que deverá proteger o molusco.
A transformação de larva em ostra é complexa e demorada. Por isso o cultivo desses moluscos é tão valorizado! Pode levar até 2 anos para que uma larva se transmute completamente em ostra.
Ostra Tem Sexo?
Embora nem todo mundo saiba disso, no decorrer de seu ciclo de vida as ostras podem se desenvolver como machos ou fêmeas. Mas a grande curiosidade é que elas são essencialmente hermafroditas, isso significa que podem se transformar me macho ou fêmea no decorrer da vida, mudando de sexo.
A maioria das ostras, quando jovens, são machos. Com o passar do tempo, no entanto, inicia a alternância de gênero.
A única forma de descobrir o sexo da ostra é pesquisando a coleta de sua gônada, que é onde se encontram os gametas, suas células sexuais. Não existe nenhum dimorfismo sexual entre as ostras.
Isso quer dizer que somente olhando não conseguimos identificar nenhuma diferença entre machos e fêmeas. Inclusive as gônadas são exatamente da mesma cor, e sem quaisquer características particulares para um ou outro gênero.
Geralmente a mudança de sexo ocorre de acordo com as necessidades – ausência ou abundância de alimentos. Especialistas percebem que em determinados períodos dos anos as ostras tendem a se afirmarem mais como fêmeas.
É importante ressaltar que a mudança não é definitiva. As ostras podem mudar de sexo várias vezes durante a vida, adquirindo hora características masculinas, hora características femininas.
Diferentes Espécies De Ostras
Sem nenhuma dúvida os animais marinhos se destacam por serem os mais interessantes, bonitos e muitas vezes exóticos. Isso se confirma quando analisamos a variedade infindável de espécies, sobre as quais ainda não temos quase nenhuma informação.
Estima-se que, mesmo com todos os avanços tecnológicos e científicos, deciframos pouco mais de 10% a respeito do que ocorre e de quais animais vivem nas profundezas dos oceanos. A maioria nunca foi catalogada, e muitos sequer foram vistos pelo homem.
As ostras são animais interessantíssimos, e sobre as quais temos algumas informações. Vamos conhecer um pouco sobre as diferentes espécies e tipos de ostras.
• Ostra-do-Pacífico (Crassostrea Gigas):
Como o próprio nome sugere, essa ostra é encontrada no oceano pacífico, principalmente nas partes que banham a Ásia, em países como Coreia do Sul, Coreia do Norte, República Popular da China e Japão.
Ela pode ser encontrada em outros locais – como nas Américas – mas somente em cultivo em cativeiro. Naturalmente elas estão restritas somente a região asiática do mundo.
• Ostra-Plana-Europeia (Ostrea Edulis):
Essa é uma ostra europeia que aparece principalmente nas Ilhas Britânicas. Fósseis dessa ostra foram encontrados em países como Bélgica, Itália, Holanda, Egito, Grécia, Espanha, Reino Unido, Áustria, França e Alemanha, e apontam que a sua existência data de algo em torno de 15 milhões de anos.
Segundo pesquisas essa ostra é um alimento muito comum nessa região, mas não se trata de um hábito moderno. Provavelmente a ostra-plana-europeia já era saboreada por nossos antepassados, no período considerado pré-histórico.
• Ostra-Americana (Crassostrea Virginica):
Outra ostra comestível que vem alimentando pessoas há muitos anos. Sua ocorrência acontece na costa atlântica, incluindo a costa brasileira. Em algumas regiões do país essa ostra recebe apelidos como gueriri, leriaçu e ostra-da-virgínia.
• Ostra de Pérola de Akoya:
Pinctada fucata é o nome científico dessa ostra, cuja função é gerar belíssimas e valiosíssimas pérolas. A sua ocorrência se dá principalmente no oceano indo-pacífico. Pode ser encontrada tanto no Mar Vermelho, quanto no Golfo Pérsico e nas costas que banham países como Índia, China, Coréia e Japão.
• Ostra de Rocha de Sydney (Accostrea Glomerata):
Essa é uma espécie endêmica da Austrália e da Nova Zelândia, o que significa que só ocorre nesses países. Uma característica muito particular é que essa espécie consegue viver em diferentes condições de salinidade da água.
É uma espécie muito importante para as regiões em que existe, pois gera grande emprego tanto no cultivo quanto no uso dessa ostra na gastronomia, já que demanda conhecimentos específicos.
• Ostra Pérola Negra (Pinctada Margaritifera):
A principal importância dessa ostra para o ser humano é sua alta capacidade de gerar belíssimas pérolas. Embora a sua concha seja marrom ou esverdeada, ela possui uma coloração negra no interior, o que gerou o seu nome.
A sua dobradiça não possui dentes, o que é considerado um diferencial diante das demais espécies.
A pérola criada por essa ostra é considerada uma das mais valiosas, e por isso o seu consumo gastronômico não é comum.
Continue Conhecendo Outras Espécies De Ostras!
A lista de espécies de ostras é realmente bem extensa. Além de todas as que citamos até agora ainda existem outras que são interessantíssimas, e que também merecem um pouco de sua atenção.
• Pinctada máxima (Pinctada Máxima):
Essa espécie é exclusivamente para pérolas. Ela pode ser encontrada em duas cores diferentes: com detalhes em dourado ou com detalhes em preto. São consideradas as maiores ostras de pérola do mundo!
• Ostra de Vidraça (Placuna Placenta):
Embora seja uma espécie de ostra muito apreciada na culinária em algumas regiões, o seu grande sucesso se dá por conta de sua bela concha e de sua pequena pérola.
A casca resistente em que envolve o molusco é amplamente utilizada como um importante substituto ao vidro. O seu aspecto translúcido também faz com que sirva para a fabricação de objetos como lustres e abajures. Essa concha é muito comum na região de Capiz, uma ilha nas Filipinas.
• Ostra Chilena (Ostrea Chilensis):
Embora seja conhecida como Ostra Chilena, essa espécie é muito comum na Nova Zelândia, onde é pescada entre os meses de março e agosto. Durante certo período ela esteve em ameaça de extinção por conta de uma doença chamada Bonamia exitiosa, que matou cerca de bilhões de ostras no país.
• Ostra Limpa (Ostrea Lúrida):
Essa é uma espécie essencialmente comestível. Sua ocorrência se dá principalmente na Costa Norte do Pacífico, na América do Norte. Gradativamente o consumo dessa ostra foi substituído por outras espécies. Hoje ela já não é tão apreciada como antes.
• Spondylus Gaederopus:
A Spondylus gaederopus é uma ostra muito rara, que possui uma estrutura muito resistente e coberta por pontas, como se fossem espinhos. Se trata de uma espécie endêmica domar Mediterrâneo, o que quer dizer que não existem exemplares em nenhum outro lugar do mundo.
• Ostra Australiana Plana (Ostrea Angasi):
A ostra australiana, como o próprio nome sugere, é endêmica da Austrália. Ela ocorre principalmente na região sul do país. A sua formação e achatada, o que faz com que pareça plana. O seu principal predador é a arraia.
Onde Elas Vivem E Como Se Alimentam?
As ostras vivem nos oceanos, estando distribuídas em todas as regiões do mundo. Os únicos locais onde elas não estão são águas extremamente geladas, como na Antártica, ou em locais muito poluídos.
Excluídas essas condições as ostras conseguem se adaptar a qualquer água salgada. Iniciam a sua vida como pequenos moluscos vagando livremente pelo oceano. Então, logo se fixam a uma superfície, onde começam o processo de desenvolvimento do casco.
Elas formam colônias, o que significa que se agrupam em grandes quantidades em um mesmo local – geralmente nas rochas ou cascos de navios. Geralmente as ostras ficam bem juntas, formando verdadeiras colônias.
• Reprodução das Ostras:
A reprodução das ostras é sexual. No entanto, elas possuem sexo alternante, o que significa que durante a sua vida uma mesma ostra pode transitar entre os gêneros, sendo fêmea por um período e macho por outro período.
O mais comum é que sejam machos durante a infância, e alternem o sexo com o passar do tempo. Durante o período de reprodução elas produzem espermatozoides, assumindo o papel de machos.
Os espermatozoides, por sua vez, são liberados na água e absorvidos por ostras fêmeas, que estão produzindo óvulos. Esses são fecundados, dando origem a novos indivíduos. Então eles também são liberados na água, e fixam-se em alguma superfície para iniciar o seu ciclo de amadurecimento.
Informações Sobre A Anatomia Das Ostras
A anatomia dessas criaturas é a informação mais curiosa a respeito delas. Afinal, se você parar para pensar, a ostra consegue unir em um mesmo corpo duas coisas completamente diferentes: o molusco e o casco.
A parte de dentro é onde fica o molusco. Se trata de um animal mole, como uma lesma. Ele fica completamente revestido por uma concha que é completamente calcificada e dura.
A concha, por sua vez, é bivalve. Ela é formada por duas partes, o que permite que se abra e se feche conforme desejar.
• Ostra tem Órgãos?
Além dos órgãos sexuais, as ostras possuem um corpo complexo, sim. Elas são formadas por boca, estômago, coração, intestino, rins, guelras, músculo adutor, ânus e manto. Não dá nem para acreditar que está tudo isso dentro de uma lesminha.
Uma única ostra pode produzir cerca de dois milhões de ovos por ano. Depois de fecundado o ovo permanecerá incubado até que se forme a larva que será liberada no oceano.
Ostras Em Cativeiro
A criação de ostras em cativeiro é uma das fontes de renda mais interessantes para muitas pessoas. Além de sua importância gastronômica, as ostras também são extremamente valorizadas pela possibilidade de formação de pérolas.
• Como Elas São Criadas em Cativeiro?
A criação nesse caso se inicia na fase de larva. OS pescadores capturam as larvas que foram liberadas antes que essas se fixem em alguma superfície.
Elas são então levadas para as chamadas “fazendas marinhas”, que são os locais ideais para o cultivo de ostras. O processo de desenvolvimento será o mesmo. As ostras fixam-se, e acabam crescendo até o momento da colheita.
O cultivo de ostras chama-se ostreicultura. A produção de ostras no Brasil tem crescido consideravelmente, sendo muito forte principalmente no estado de Santa Catarina, sobretudo em Florianópolis.
Porém, muito se questiona sobre a qualidade do trabalho desenvolvido no país. Essa é uma prática razoavelmente barata, e que pode trazer bons rendimentos aos produtores.
Por isso mesmo não existem grandes avanços no que diz respeito ao cultivo de ostras no país. É como se essa função estivesse estagnada.
Então, ao mesmo tempo em que se ganha bem por um trabalho não muito complexo, estamos muito atrasados em comparação a outros países, como Portugal, Itália, França, Inglaterra, Holanda e Bélgica, que são considerados os maiores produtores de ostras do mundo.
• Salvas dos Predadores:
Uma das vantagens de a ostra ser criada em cativeiro, e não colhida quando já é adulta, é que ela se mantém salva dos predadores.
Na natureza esse molusco está sujeito a diversos perigos, e as chances de chegar saudável até a fase adulta são muito menores do que quando cultivada em cativeiro.
Quem São Os Predadores Desses Moluscos?
O homem é um dos principais predadores, obviamente. A captura acontece tanto para fins gastronômicos quanto para a retirada das pérolas.
Mas, além disso, as ostras também são os alimentos preferidos de estrelas do mar, peixes, outros moluscos, crustáceos entre outros. Como elas se mantêm fixas por um longo período em suas vidas, são presas fáceis.
• O Que as Ostras Comem?
Para se alimentar as ostras abrem a concha, de modo que possa entrar uma grande quantidade de água. Elas então filtram a água para absorver os plânctons, que são seus principais alimentos.
Os plânctons ficam presos na “baba”, no muco que é produzido pela ostra. Quando isso acontece ela consegue transportá-lo até a boca para se alimentar.
Uma ostra pode filtrar até 5 litros de água por hora para encontrar a quantidade suficiente de alimento para se manter e se desenvolver com saúde. Elas costumam comer mais quando a temperatura aumenta e passa dos 10 graus.
A Ostra Na Culinária Mundial
Na culinária as ostras estão entre os moluscos mais apreciados, e em alguns casos são consideradas uma iguaria refinada, elegante, e podem custar uma boa nota para quem quer jantar esse prato.
Claro que muitos aspectos influenciam diretamente no valor final da ostra. Como, por exemplo, a região em que foram capturadas e as condições em que são mantidas.
Mas, quando a ostra é bem-criada e bem servida ela pode ser um alimento que agrada a muitos paladares, e que também fornece uma grande gama de nutrientes. A começar pela proteína, elemento no qual é bem rica.
Também se trata de um alimento rico em muitos outros nutrientes, como vitaminas e minerais, zinco, ferro, magnésio e cálcio.
• Tem Gosto de Que?
Quem nunca comeu ostra sempre se pergunta sobre o seu gosto. Há quem garanta que elas não têm gosto de nada, e algumas pessoas e incomodam com sua textura gelatinosa e fazem questão de engolir rapidamente o molusco, sem sequer apreciar o sabor.
As ostras têm o clássico “gosto de mar”. Elas lembram um pouco de peixe, é possível sentir a salinidade da água logo ao primeiro toque. Sem dúvidas a textura pode ser um incômodo aos desavisados, e nem sempre as pessoas conseguem mordê-la sem sentir certo nojo.
Os acompanhamentos para as ostras variam de acordo com o país, a espécie e os costumes de quem está comendo. No Brasil é comum que se esprema limão puro sobre elas, em alta quantidade.
Ingleses gostam de consumir com manteiga e sal – e costumam comer o molusco completamente cru, e às vezes vivo.
Mas os preparos possíveis são diversos. Se trata de um ingrediente verdadeiramente versátil. Existem preparos que levam a ostra defumada, outras vezes cozida ao vapor, frita, assada, gratinadas, in natura etc.
• Cuidados Essenciais:
O principal cuidado que se deve ter com as ostras antes de consumir é em armazenar corretamente o molusco. Quando a concha está completamente fechada, significa que a ostra está viva e saudável.
O ideal é que a abertura da concha só ocorra muito próximo do preparo ou do consumo – quando in natura. Assim será possível aproveitar melhor tanto a sua riqueza nutricional quanto o sabor, em si, que será mantido.
Comer Ostra Aumenta A Libido – Mito Ou Realidade?
Que a ostra é extremamente nutritiva você já sabe. Ela é em rica em vários nutrientes, e o consumo de apenas uma ostra pode equivaler – no que diz respeito a sua riqueza nutricional – ao consumo de quase 10 copos de leite.
Mas, um dos motivos pelos quais muita gente procura por esse prato é a história de que o consumo de ostras pode aumentar a libido. Existem muitos alimentos que de fato podem causar diferenças no corpo humano.
Alguns estimulam a circulação sanguínea, outros estimulam a produção hormonal, e outros causam efeitos no sistema nervoso. As ostras realmente podem contribuir com a atividade sexual humana.
No entanto, é importante ressaltar que não basta comer uma ostra para sentir uma grande diferença na vida sexual. O alimento precisa ser inserido na rotina e consumido em grande quantidade.
• Como a Ostra Contribui com a Libido?
A ostra é rica em zinco. O zinco, por sua vez, é o elemento responsável por aumentar a produção de espermatozoides, e aumenta a liberação de testosterona.
Certamente, esses dois fatores podem contribuir com a libido masculina, fazendo com que o homem tenha mais tesão. No entanto, a quantidade de ostra ingerida para que isso aconteça precisa ser grande.
Também não adianta comer uma ostra minutos antes do ato sexual, achando que isso trará um grande efeito. Para que o zinco atue no organismo é preciso tempo e frequência. Ou seja, você teria que comer ostra todos os dias em grande quantidade.
Então, não chega a ser um mito dizer que a ostra pode sim aumentar a libido. Mas também não podemos dizer que um jantar fará com que você tenha uma noite de sexo intenso.
Cientificamente falando, existem muitos contrapontos a respeito dos alimentos considerados afrodisíacos, dentre os quais a ostra se encaixa.
O que se sabe é que muitas vezes a simples ideia de que o alimento pode contribuir com o desempenho sexual faz com que a pessoa, de fato, se sinta mais segura e tenha momentos mais prazerosos.
Maior Ostra Do Mundo
Quando falamos em ostra logo pensamos em uma concha pequena e delicada. Mas esse não é um padrão e muito menos uma regra entre as espécies desse molusco bivalve.
Na verdade, podemos encontrar ostras de tamanhos e formatos bem variados – e por vezes impressionantes.
É justamente esse o caso da Crassostrea gigas, ou, “Ostra Do Pacífico” que foi encontrada na Dinamarca em 2013. Ela logo chamou a atenção dos pesquisadores e biólogos por possuir proporções físicas muito diferentes das demais.
O seu tamanho era equivalente a um sapato de numeração 47. A ostra foi pesada com 1,5 quilos, e estima-se que, quando foi encontrada, ela estivesse entre os 15 e 20 anos de idade.
Em números exatos o molusco mediu 35,5 centímetros de comprimento e 10,2 centímetros de largura. Não demorou muito para que a ostra passasse a figurar entre o livro dos recordes como sendo o maior exemplar do mundo.
Ela foi encontrada em águas profundas e inóspitas, onde é bem difícil encontrar predadores potenciais. Isso deve ter contribuído bastante para que a ostra gigante sobrevivesse durante tanto tempo.
O animal foi estudado e mantido em exposição nos Estados Unidos. No entanto, biólogos e especialistas envolvidos nas pesquisas garantiram o bem-estar da ostra durante todo o processo, conservando a sua vida – principalmente por se tratar de um animal tão raro.
• Tridacna Gigas – Ostra-Gigante:
Embora o exemplar encontrado pela equipe que mergulhava na Dinamarca seja surpreende por não se tratar de uma espécie gigante, outras espécies já são conhecidas pelas suas proporções avantajadas.
É o caso da Tridacna gigas. Se trata de um molusco tão valorizado, que até mesmo a sua concha é vendida a valores exorbitantes quando bem conservada. Impressiona por seu tamanho, pois, pode crescer muito e é muito bonita.
A concha bivalve possui um aspecto muito parecido com as conchas que temos no imaginário, aquela arredondada com a “boca” ondulada.
Uma característica interessante é que cada indivíduo dessa espécie possui sua própria coloração, e não repetem um padrão. Ela é originária dos oceanos índico e pacífico. A preferência é sempre por águas mais quentes, por isso jamais serão encontrados em oceano gélido.
A família Tridacnae, como é o nome original, inclui é composta por mexilhões, e não ostras. Ela é formada por subgrupos, sendo que alguns exemplares já se encontram completamente extintos. A lista completa de Tridacna é:
• Tridacna Derasa;
• Tridacna Gigas;
• Tridacna Tevoroa;
• Tridacna Costata;
• Tridacna Crocea;
• Tridacna Máxima;
• Tridacna Rosewateri;
• Tridacna Squamosa.
Esse é o motivo pelo qual as Tridacnas não são consideradas as maiores ostras do mundo, e não entraram para o recorde nessa categoria. Afinal, são mexilhões.
Também são bivalves, ou seja, a concha é composta por duas partes que se unem para fechar completamente e proteger o molusco. Vamos entender melhor quais são as diferenças entre esses moluscos?
Diferenças Entre Ostras E Mexilhões
À primeira vista pode até parecer que ostras e mexilhões são exatamente iguais. Mas isso não é verdade! Embora ambos sejam moluscos bivalves, eles têm comportamentos diferentes – e aplicações variadas no que diz respeito a culinária mundial.
Ostras são da família Ostreidae. São bivalves e comestíveis, amplamente apreciadas na culinária mundial. Suas conchas não chamam a atenção pela beleza, mas elas são capazes de produzir belíssimas pérolas – e isso também contribui para sua valorização.
A principal diferença entre ostras e mexilhões se dá na estrutura da concha. Nesse caso a estrutura é bem mais frágil do que das ostras. Perceber-se já ao olhar que o casco é mais fino e menos resistente.
Um dos motivos pelos quais mexilhões são tão apreciados na culinária é o fato de que podem ser preparados rapidamente, e combinam com diferentes ingredientes.
A Formação Das Pérolas – Curiosidades Sobre A Joia
Agora vamos falar de um dos assuntos que mais desperta o interesse a curiosidade das pessoas; a formação das pérolas. As pérolas são extremamente valorizadas na sociedade há muitos anos.
Elas servem para criação de joias belíssimas, elegantes e muito caras! O curioso é que geralmente quem usa um adorno feito à base de pérolas sequer consegue imaginar qual foi o processo todo para que aquela joia chegasse até ali.
As ostras se alimentam a partir de um sistema de filtragem. Isso significa que elas abrem a concha e filtram a água, absorvendo aquilo que lhes serve de alimento e eliminando o restante.
Vez ou outra acontece de um corpo estranho entrar na concha. Ora, se o molusco não consegue sair dali para “fugir” de algo esquisito que tenha entrado, o que ele pode fazer?
É muito simples: ele reveste e isola aquele corpo estranho, de modo que aquilo não possa lhe fazer nenhum mal. É justamente isso que forma as pérolas: o revestimento natural criado pelo molusco para se livrar de uma ameaça.
No exato instante em que um corpo estranho é percebido no interior da concha, a ostra libera uma grande quantidade de nácar, que é o mesmo elemento formador da sua casca externa.
Várias camadas de nácar envolvem o objeto ou criatura que entrou, até que fique completamente isolado. O nácar é também conhecido pelo termo madrepérola.
• Pérolas Naturais:
Existem duas possibilidades para encontrar pérolas: aquelas que são cultivadas por especialistas e aquelas que são encontradas na natureza. Embora ambas sejam belíssimas e possam compor lindas joias, as pérolas naturais costumam ser bem mais caras.
Isso ocorre por envolver um fator essencial: a raridade. Ostras só consegue, produzir pérolas quando atingem certa maturidade, o que pode levar até 3 anos.
As pérolas, por sua vez, também só ficam completas depois de algum período, o que novamente pode levar alguns anos. Além disso, as pérolas dificilmente são perfeitamente esféricas.
Então, encontrar uma pérola na natureza, bem redondinha e não danificada é tão difícil quanto ganhar o prêmio integral da mega sena. Por isso essas joias são muito valorizadas, e são consideradas raríssimas.
• Pérolas em Cativeiro:
As pérolas em cativeiro também têm o seu valor. As ostras também precisam amadurecer para começarem a produzir, o que leva anos só nesse início.
O processo em cativeiro acaba sendo bem controverso, pois faz muito mal para as ostras. Muitas não sobrevivem a produção de pérolas, e estima-se que menos de 5% realmente rendam joias proveitosas.
Além das dificuldades dos moluscos existe ainda o fato de que uma pérola pode levar até 6 anos para estar completamente pronta para comercialização. Ou seja, é um período muito longo de uma produção incerta, o que acaba valorizando as peças.
O processo é contestado e questionado por ativistas que compreendem que a produção de pérola em cativeiro causa sofrimento as ostras, e coloca a vida desses animais em risco simplesmente por luxo.
O Que São As Perolas Negras?
Se as pérolas tradicionais já são raras e extremamente valiosas, imagine você as pérolas negras, que são ainda mais difíceis de se formarem.
O início da formação é exatamente igual ao da pérola branca. Um corpo estranho entra na concha, como um grão e areia, e ela então começa a revesti-lo com nácar, com a finalidade de isolar aquilo e se proteger de qualquer ameaça.
Com o passar do tempo essa substância vai endurecer até formar uma estrutura rígida, que é a pérola como conhecemos. No entanto, as pérolas negras são produzidas por apenas uma espécie de ostra: a Pinctada margaritifera.
Se trata de uma espécie do Taiti, que possui uma listra escura no seu interior, de onde é expelida a pigmentação junto com o nácar, que acaba dando a pérola uma coloração escura.
A coloração da pérola criada por essa ostra pode variar entre um cinza e um negro muito intenso. Em qualquer das situações a joia é extremamente valiosa, e considerada muito rara.
As pérolas negras também podem ser cultivadas de maneira artificial, quando uma ostra é inseminada com um corpo estranho para começar a revesti-lo com nácar. No entanto, a produção artificial desvaloriza a joia.
Pérolas Negras X Pérola Brancas
As pérolas negras são mais valorizadas no mercado. Para começar elas são provenientes de ostras “gigantes”, que são bem maiores do que as ostras que produzem a pérola branca.
Mas, o principal motivo pela valorização é a superprodução de exemplares brancos. Isso acabou levando um barateamento do elemento, que hoje já não é tão caro quanto as pérolas de coloração escura.
Mas nem de longe isso significa que você pode encontrar pérolas com valores baixos. Elas podem custar até milhares de dólares, e são realmente muito cobiçadas por pessoas que fazem questão de esbanjar luxo.
A Incrível Pérola De 34 Quilos!
Se uma pérola pequena é supervalorizada no mercado, imagine você quanto pode custar uma pérola de impressionantes 34 quilos. Ela realmente existe, e foi encontrada nas Filipinas há muitos anos.
Um pescador humilde foi responsável pela descoberta. No entanto, sem imaginar o valor daquilo que tinha em mãos o homem acabou se desfazendo do objeto 10 anos depois, em 2016, alegando que não tinha como carregar algo tão pesado em suas mudanças.
A prefeitura da cidade Puerto Princesa, onde o objeto foi encontrado, passou então a realizar uma série de pesquisas e testes para certificar de que se tratava de uma pérola original.
O material foi avaliado em mais de 100 milhões de dólares. O pescador que manteve a pérola em sua casa durante uma década disse em entrevistas que não sabia ideia de seu valor, e que muitas vezes foi instruído pela própria esposa a se desfazer do objeto.
A pérola se mantém em exposição na cidade, e deu a Puerto Princesa o título de cidade onde foi encontrada a maior pérola natural do mundo.
• Quem Produziu Essa Pérola?
A pérola de 34 quilos foi formada no oceano por um molusco chamado de “Amêijoa-Gigante” (Panopea generosa). Não é uma ostra, mas é do filo Mollusca, onde estão outros animais invertebrados como a própria ostra.
A Importância Das Ostras Para A Biodiversidade
As ostras compõem um papel importantíssimo na biodiversidade marinha. Elas são responsáveis pela criação dos recifes, que se tornam morada e alimento para milhares de espécies.
Os recifes se formam quando uma comunidade de ostras se reúne em um mesmo local. Ali ficam presas ostras vivas e conchas cujo molusco já morreu. Os recifes de ostras acabam atraindo uma série de outros organismos, potencializando a vida nesse local.
• Tempo de Vida:
Engana-se quem pensa que ostras são frágeis e vivem pouco tempo. Elas podem viver até 15 anos – mas para isso precisa dar sorte de não ser pescada nem caçada por predadores.
Mas, existem registros a respeito de uma ostra muito atípica, e que pode chegar a viver por centenas de anos. É a Arctica islandica.
Essa ostra habita as águas frias do Ártico. Registros apontam que ela pode chegar até a 500 anos de idade.
Em 2013 cientistas encontraram um molusco dessa espécie com idade aproximada de 500 anos. No entanto, durante os estudos os cientistas acabaram matando o animal, batizado de Ming, e provavelmente a criatura viva mais velha do planeta.
O acidente aconteceu quando cientistas tentavam abrir a concha para conseguirem informações mais precisas a respeito da idade do animal.
O que se sabe é que aparentemente o baixo consumo de oxigênio é o grande motivo pelo qual Ming viveu tantos anos. Os estudiosos explicaram que, aparentemente, o molusco vivia em “câmera lenta”, o que retardou muito o seu envelhecimento, levando a esse fenômeno.
Ostras Podem Ser Venenosas?
Especialistas alertam que o consumo de ostras deve ser feito com bastante cautela. É importante escolher um restaurante especializado, que saiba preparara e higienizar o ingrediente.
As ostras não são venenosas, mas se mal armazenadas podem causar intoxicação. As ostras devem ser consumidas rapidamente ou congeladas para que continuem com a qualidade intacta.
Mesmo se ela estiver resfriada em caixa de isopor não deverá ser consumida. É importantíssimo analisar todas as questões de higiene também. Se houver alguma dúvida a indicação é que se coma a ostra cozida, e não crua.
Outro perigo ao comer ostras é de ingerir pedaços da concha, que podem causar engasgamento ou até ferir quem come. É importante saber que o organismo humano não consegue digerir a concha.
Ostras são essenciais para o planeta. Além disso, também são ingredientes amplamente valorizados e apreciados na culinária. De qualquer forma, é indicado que sempre se certifique sobre a reputação e os cuidados do local onde vai comer.
Existem inúmeros tipos de ostras, e todas elas podem nos reservar surpresas interessantes graças ao seu comportamento, a capacidade de criar belas pérolas e, claro, a sua anatomia curiosa