Os lírios-do-mar não fazem fotossíntese. Isso porque eles pertencem ao Reino Animal, ao filo Echinodermata e à classe Crinoidea. Este representa o único filo da comunidade de animais que só podem ser encontrados em ambiente aquático, mais especificamente ainda no ambiente rico e exuberante dos mares e oceanos.
Os lírios-do-mar pertencem a uma comunidade que, como o seu próprio nome diz, caracteriza-se por abrigar espécies com um corpo todo ele coberto por espinhos ou protuberâncias (“echino”= espinho + “derme” = pele); o que lhes garante o aspecto, bastante característico, de uma família que conseguiu sobreviver intacta ao longo de mais de 500 milhões de anos, a ponto de os seus membros serem apelidados de “fósseis vivos” – tal a forma com que se mantiveram ao longo de várias eras.
Juntamente com os lírios-do-mar diversas outras espécies ajudam a compor esse extravagante filo dos Equinodermos. São eles: pepinos-do-mar, estrelas-do-mar, bolachas-da-praia, ouriços-do-mar, entre diversas outras espécies que, assim com os lírios, caracterizam-se por habitar, exclusivamente, as águas salgadas dos mares e oceanos de todo o planeta.
Uma das principais características dos lírios-do-mar, além do fato de não realizarem fotossíntese, é a sua capacidade de regenerar uma parte do corpo perdido (como ocorre com praticamente todos os membros desse filo).
Na verdade um dos eventos mais curiosos da natureza selvagem (e das profundezas das águas) é justamente poder observar como esses animais, ao serem ameaçados, não hesitam em desprenderem-se de uma das suas hastes ou pernas, a fim de que, com isso, possam entreter o invasor, enquanto fogem numa fuga desabalada (ou nem tanto) para salvar as suas vidas.
Lírios-Do-Mar: Uma “planta” Aquática Que Não Faz Fotossíntese
Durante muito tempo os lírios-do-mar foram considerados plantas aquáticas. A característica de ser um animal que, em sua maioria, vive preso no substrato do fundo dos mares e oceanos, não deixava dúvidas de que tratava-se de uma das centenas de milhares de espécies de plantas dessa nossa exuberante biosfera terrestre.
Esses animais viviam nas profundezas das águas supostamente realizando fotossíntese, além de absorverem gás carbônico – e ainda supostamente liberar oxigênio.
Foi somente a partir do uso do que havia de mais moderno em filogenia, por meio de técnicas avançadas de sequenciamento de dados moleculares, que tornou-se possível posicionar esses seres no Reino Animalia, como exóticos representantes do não menos exótico filo dos Equinodermos, com características únicas, inclusive no que diz respeito aos seus diversos processos metabólicos.
Descobriu-se neles, também, um engenhoso sistema ambulacrário, por meio do qual esses animais se locomovem, eliminam fezes, respiram, transportam substâncias e nutrientes para todo o corpo, e até mesmo conseguem orientar-se em meio ao ambiente aquático.
Como não realizam fotossíntese – mas também não possuem um sistema digestivo semelhante ao dos animais – , os lírios-do-mar precisam recorrer a um engenhoso sistema, que consiste em um conjunto de túbulos que projetam-se externamente para receber água e demais nutrientes.
E esses nutrientes, ao passarem por um conjunto de estruturas, tornam possível a esses animais executarem adequadamente os seus respectivos metabolismos.
Além De Não Realizarem Fotossíntese, Quais São as Outras Características Dos Lírios-Do-Mar?
Os lírios-do-mar podem apresentar diversas características, mas, de um modo geral, eles constituem-se como uma haste capaz de atingir entre 60 e 70 cm de comprimento, presa no substrato do fundo do mar por um conjunto ramificado, encimado por vários braços ou hastes delgadas e semelhantes aos ramos de uma planta.
Esses animais podem ser encontrados nas mais diversas colorações. Eles podem exibirem-se como uma extravagância em belos tons de amarelo, vermelho e azul. Mas você também poderá deparar-se com uma espécie exótica em singelos tons de rosa, verde e branco.
No entanto, algumas preferem mesmo é a neutralidade e descrição que os tons de castanho e cinza lhes conferem, assim como outras variações, que geralmente funcionam como uma excelente camuflagem nas profundezas das águas – camuflagem aliás muito bem vinda na luta diária contra alguns dos seus principais predadores.
Aliás, com relação aos seus principais predadores, cabe destacar aqui as lagostas, caranguejos, peixes, polvos, entre outras variedades que são o terror dos lírios-do-mar no seu habitat natural.
Com o intuito de fazer deles as suas refeições diárias, esses animais simplesmente abocanham uma ou duas das suas hastes ou ramos, que muitas vezes os próprios lírios procuram deles desprender-se, a fim de que o animal permaneça ali, distraído, enquanto eles ensaiam uma fuga semelhante a uma estrela-do-mar, dando voltas e mais voltas sobre o seu corpo, em um evento dos mais curiosos e singulares nas profundezas dos mares e oceanos do planeta.
Completam algumas das suas principais características físicas, alguns apêndices bastante discretos que estendem-se das laterais dos seus ramos – e com os quais eles capturam a sua comida. Uma base na forma de um pedúnculo composto por vária partes que os fixam no substrato. Entre outras características típicas dessa comunidade das mais originais e incomuns da natureza selvagem.
Alimentação E Ocorrência Dos Lírios-Do-Mar
Como dissemos, os lírios-do-mar não realizam fotossíntese, logo, precisam, como qualquer membro do Reino Animal, adquirir o seu alimento externamente, seja de forma passiva ou ativa, mas sempre de acordo com as possibilidades que a sua organização biológica oferece.
Portanto, o comum é que os lírios-do-mar alimentem-se de zooplânctons, fitoplânctons, microalgas, restos vegetais, fungos, protozoários, entre outras espécies com constituição física simples, facilmente digeríveis, mas que lhes ofereçam todos os nutrientes necessários à sua sobrevivência e à execução dos seus processos metabólicos.
Para a captura de alimentos os lírios-do-mar poderão adotar um comportamento passivo, em que simplesmente esperam que a correnteza lhes traga a comida, que eles simplesmente conterão por meio das suas hastes; um conjunto que, curiosamente, adquire a forma de uma teia ou rede capaz de conter uma quantidade razoável de suprimentos, o que os permite poupar energia para outras investidas.
No entanto, não há que surpreender se um desses lírios-do-mar for flagrado em uma caça ativa ao seu alimento; rolando curiosamente como uma estrela do mar sobre as suas hastes; até que a refeição seja capturada, em um fenômeno curiosíssimo, e que só a natureza selvagem pode proporcionar.
Os lírios-do-mar são espécies que só podem ser encontradas em águas salgadas, nas profundezas dos mares e oceanos.
E no Brasil geralmente são encontrados no litoral da região Sudeste, presos nos substratos do fundo do mar ou em rochas e corais; mas também desenvolvendo-se, curiosamente, na superfícies de algumas espécies de corais vivos.
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