O gênero Lince possui quatro grandes membros, e um deles é o lince-do-canadá ou lince-das-neves – ou mesmo “Felis lynxs canadensis” (seu nome científico).
Essa é uma espécie cercada por várias controvérsias acerca da sua descrição, desde que o estudioso Robert Kerr a descreveu pele primeira vez como Felis lynxs canadensis, no final do séc. XVII.
Na verdade, a grande dúvida é saber se ele realmente descende do imponente gênero Felis, que possui membros como os gatos-selvagens, o gato-bravo-de-patas-negras, o gato-doméstico, entre outros.
Ou se, em vez disso, ao gênero Lince, que possui verdadeiras maravilhas da natureza, como o Lince-do-deserto, o Lince-euroasiático, o Lince-pardo, entre outros.
Há estudos embasados que garantem que ele seria uma subespécie do Lince-euroasiático.
Mas há os que garantem que, definitivamente, os Linces-canadenses pertencem a um gênero à parte; como é a opinião do zoologista americano W. Christopher Wozencraft, que fez uma extensa revisão dessa família Felidae, de 1989 a 1993, e concluiu que eles são descendentes de populações diferentes que alcançaram a América do Norte há pelo menos 20.000 anos.
Hoje, o Lince-do-canadá é uma espécie listada como “pouco preocupante” pela IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza).
E apesar de ter a sua pele bastante cobiçada por caçadores de animais silvestres, as duras leis sancionadas contra esse tipo de crime fizeram com que, em 2004, o Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos Estados Unidos retirasse do lince-do-canadá o carimbo de “ameaçado”, em 48 dos seus 50 estados.
Fotos, Nome Científico e as Características do Lince do Canadá (ou Lince das Neves)
Para que se possa ter ao menos uma noção do que representa essa espécie (apenas uma noção mesmo, já que nada do que dissermos será suficiente para caracterizá-la em sua essência), podemos compará-la ao Lince-euroasiático, com a diferença de que o Lince-do-canadá é relativamente maior, além de possuir uma pelagem entre o cinza-claro e o prateado, com algumas variações mais escuras.
O lince-do-canadá também apresenta uma cauda curta, com uma extremidade negra. E eles também podem apresentar um dorso mais para o cinza-claro e um ventre amarelo-pardacento.
O seu comprimento oscila entre 0,68m e 1m e o peso entre 6 e 18kg; os machos são acentuadamente maiores do que as fêmeas; a sua cauda possui entre 6 e 15cm; além de possuírem pernas posteriores maiores do que as anteriores.
Essa última característica lhe confere um andar bastante característico, como se estivessem o tempo todo em posição de espreita ou de ataque.
O lince-do-candá, além das controvérsias acerca do seu nome científico (Felis lynx canadensis) e das suas características, como podemos ver nessas fotos, também costuma ser alvo de polêmicas quanto à possibilidade de ser ou não domesticado.
Os estudiosos são categóricos ao afirmar que não!, eles não podem! apesar da nova mania que vem se espalhando de adotar animais silvestres como animais de estimação, inclusive feras da natureza, como os linces, tigres, leões, panteras, entre outros membros assustadores dessa imensa família Felidae.
Além de Fotos, Nome Científico, o Habitat e a Ocorrência do Lince-Canadense
A partir do ano de 1990, os Linces-canadenses foram reintroduzidos no estado do Colorado, um dos seus antigos habitats naturais.
Agora ele pode ser encontrado, até com certa facilidade, nas florestas temperadas e na tundra do Canadá; além das vegetações conhecidas como tampas e nas florestas de carvalhos dos Estados Unidos – nesse último caso, nos estados de Idaho, Utah, Nova Inglaterra, Montana, Oregon, até adentrarem em determinados trechos das Rochosas.
O Parque Nacional de Yelowstone agora é um abrigo seguro para essa espécie, criado especialmente para abrigar animais ameaçados de extinção no estado de Wyoming.
Mas outro importante abrigo para eles é a Medicine Bow – Routt National Forest, uma área com cerca de 8.993,38 km2, entre os estados de Colorado e Wyoming, que foi demarcada em 1995 por apresentar características ideais para o abrigo de espécies como os Linces-canadenses.
Eles podem ocupar áreas com até 740km2, as quais eles demarcam pelo método tradicional – e há muito conhecido – de deixar rastros com as suas fezes e urinas na neve gelada ou nas árvores, como um aviso de que a terra ali já tem dono, e quem quer que pretenda apossar-se dela terá que se ver com um dos felinos mais ágeis, argutos e perspicazes de toda a natureza selvagem.
Os Hábitos Alimentares do Lince-Canadense
Os linces-canadenses, como não poderia ser diferente, são animais carnívoros, e que são encontrados em maior ou menor quantidade a depender da existência das suas principais presas: as lebres-árticas.
Essas lebres, quando escassas, acabam tornando-se, indiretamente, umas das principais responsáveis pela extinção do Felis lynx canadensis.
Mas essa também é uma conclusão controversa, já que eles demonstram serem exímios caçadores, e capazes de sobreviver tranquilamente, inclusive, em períodos de escassez.
Para tal, eles recorrem a um banquete composto por peixes, roedores, cervos, aves, carneiros-selvagens, carneiros-de-dall, toupeiras, ungulados, esquilos-vermelhos, galos-selvagens, entre outras espécies que não conseguem opor a menor resistência ao seu ataque.
Aliás, quanto às necessidades alimentares dos linces-canadenses, o que se sabe é que no período verão/outono (época em que cai bastante a quantidade de lebres-americanas) eles tornam-se menos seletivos.
Pois o que importa mesmo, para eles, é mantar a sua dieta diária de pelo menos 500g de carnes (para um máximo de 1300g), o suficiente para que acumulem uma reserva de energia por pelo menos 48 horas seguidas.
Os linces-do-canadá (Felis lynxs canadensis – nome científico) também podem ser caracterizados como animais solitários (como podemos ver nessas fotos) e que se reúnem apenas por ocasião da sua fase reprodutiva.
União mesmo só ocorre entre mãe e filho, mas também somente até que este demonstre estar apto a lutar pela sua sobrevivência.
Com relação ao período reprodutivo dos linces-do-canadá, o que se sabe é que ele geralmente ocorre entre os meses de março e maio, e não duram mais do que 30 dias. Período no qual a fêmea deixa os seus rastros por meio de urina nos territórios demarcados pelos machos.
Feita a cópula, agora é só esperar por um período de gestação de no máximo 2 meses, para que os filhotes nasçam geralmente no mês de junho (cerca de 3 ou 4 filhotes), pesando entre 173 e 237g, totalmente cegos e com uma coloração acinzentada.
Eles permanecem sob os cuidados da mãe até os 9 ou 10 meses de idade; e a partir dessa fase, começarão a lutar pelas suas vidas e pela preservação da espécie. Nesse último caso, somente após atingirem a fase adulta, que geralmente ocorre por volta dos 2 anos de idade.
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